Sob pressão do comando do PT em São Paulo, o deputado
estadual Luiz Moura (PT-SP) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa nesta
quarta-feira (28) para negar que tenha relações com a facção criminosa PCC e
para fazer críticas à imprensa. Segundo investigação da Polícia Civil, o petista participou
em março de uma reunião, na sede da cooperativa de transporte da qual faz
parte, em que estiveram presentes 45 pessoas, das quais ao menos 13 eram
membros da facção criminosa PCC.
Na tribuna, Moura disse que participou do encontro por causa
de sua militância na área de transportes e que tentava evitar uma greve na zona
leste de São Paulo. Em sua defesa, reproduziu entrevista dada semana passada
pelo secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella, na qual ele diz
que o petista não é investigado.
"Como pode 50 pessoas entrarem na delegacia e, quase 70
dias depois, a imprensa noticiar que 13 pessoas ligadas à organização criminosa
saíram pela porta da frente? Houve prevaricação da polícia ou é uma notícia que
não é verdadeira?", afirmou. O deputado referia-se à blitz da polícia na reunião.Parte do
grupo acabou levado até a delegacia --Moura foi liberado ainda na cooperativa.
Ele, que foi condenado a 12 anos de prisão em 1992 por
assalto à mão armada e ficou foragido por cerca de dez anos, disse não se
envergonhar de sua história, mas criticou a imprensa por relembrar o seu
passado. "Hoje, a imprensa, indiscriminadamente, noticia que fui um
ladrão, que fui um assaltante, sempre relembrando o passado. E a Constituição é
muito clara: diz que todo o cidadão tem o direito de se recuperar."
No início da tarde, ele prestou esclarecimentos à comissão
interna criada pelo PT para ouvi-lo. O diagnóstico da sigla é que não há, até o
momento, provas suficientes para puni-lo. A Executiva só deve se reunir de novo
para discutir o caso na segunda (2).
O PSDB pediu ao Ministério Público que apure o envolvimento
de Moura com a facção criminosa. O deputado estadual Pedro Tobias (PSDB) também
solicitou que a Comissão de Ética da Assembleia apure o caso e convoque o
petista para dar explicações. (Folha de São Paulo)
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