13 de maio de 2014 • 07h21
• atualizado às 09h25
Pela segunda vez em menos de
uma semana, os rodoviários do Rio de Janeiro, que pararam por 24 horas
na quinta-feira passada, decretaram uma paralisação.Desta vez eles
prometem manter por 44 horas a greve, iniciada à meia-noite desta
terça-feira. Segundo informações dez ônibus na Viação Jabour foram
depredados na zona oeste.
Nas ruas do centro da cidade poucos ônibus passam e os
pontos estão lotados. Hélio Alfredo Teodoro, um dos líderes do
movimento grevista, estima que ao menos 80% da categoria aderiu ao
movimento. "Se não forem 90%. Nós queremos negociar, ninguém aqui é
terrorista", afirmou.
Eles decidiram entrar em greve depois de se
reunirem sem sucesso com representantes do sindicato da categoria, Rio
Ônibus e representando das empresas com a mediação do Ministério Público
do Trabalho.
Os rodoviários não aceitam o acordo fechado entre o
sindicato e a prefeitura, que definiu aumento de 10% e R$ 140 de cesta
básica e reivindicam reajuste de 40%, auxílio alimentação de R$ 400 e o
fim da dupla função de motorista – em muitas linhas, eles exercem também
a função de cobrador.
Gerson Batista, diretor de comunicação do Sindicato dos
Motoristas e Cobradores (Sintraturb) que acompanhou a reunião, chamou de
irresponsável o anúncio de uma nova greve e disse que o sindicato
espera que a adesão a paralisação seja pequena.
A Prefeitura do Rio informou em nota que, frente a
greve, irá reforçar o fluxo de metrô, trens e barcas e as linhas de
ônibus que fazem integração física com esses modais, além de linhas
essenciais para deslocamento da população em. A Prefeitura também
solicitou reforço da Polícia Militar a fim de garantir a segurança na
saída das garagens dos quatro consórcios de ônibus da cidade, nas
estações do BRT Transoeste e nos terminais de ônibus. Segundo a Rio
ônibus, mais de 500 ônibus foram danificados pelos grevistas durante a
paralisação na semana passada.
Segundo a prefeitura, apenas 10% da frota está operando.
O secretario municipal de transportes, Alexandre Sansão, em entrevista à
rádio Band News, disse que está pressionando os consórcios para que a
situação seja normalizada. "Sabemos que é uma greve atípica, mas
queremos que os consórcios coloquem o maior número de rodoviários na rua
para que aos menos as linhas de integração com outros modais sejam
mantidas", afirmou.
Em nota, a Rio Ônibus informou que irá entrar com um
pedido no Tribunal Regional do Trabalho para que a paralisação seja
considerada ilegal e abusiva. Nesta madrugada, a Justiça, por meio de
uma decisão tomada pelo Plantão Judiciário, determinou que quatro
líderes da comissão de rodoviários, identificados como Hélio Alfredo
Teodoro, Maura Lúcia Gonçalves, Luís Claudio da Rocha Silva e Luiz
Fernando Mariano, devem se abster de "promover, participar, incitar
greve e praticar atos que impeçam o bom, adequado e contínuo
funcionamento do serviço de transporte público, bem como mantenham
distância das garagens das empresas consorciadas filiadas ao sindicato
(Rio Ônibus)". A decisão foi da juíza Andréia Florêncio Berto.
Ainda de acordo com a decisão, que cita a violência
praticada na última paralisação, no dia 9 de maio, foi fixada multa de
R$ 10 mil por cada ato de descumprimento da decisão.
Terra
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