Dívida do irmão mais velho seria o motivo do crime. Suspeito ateou fogo na casa e fugiu, mas foi pego
Estela Monteiro
estela.monteiro@jornaldebrasilia.com.br
Duas crianças, uma de nove anos e outra de 13 anos, morreram asfixiadas após um incêndio criminoso ocorrido em uma casa na QNM 7, em Ceilândia Sul.
De acordo com informações da polícia, um jovem identificado como Rômulo Nascimento, 21 anos, confessou o crime. Ele seria amigo de M., irmão mais velho das vítimas, e disse ao delegado da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) que amarrou as crianças e ateou fogo na casa.
Não havia mais ninguém na residência da família no momento do ocorrido.
O acusado teria praticado o crime como forma de vingança. À polícia, ele teria dito que cometeu o crime porque o amigo não lhe pagou parte de uma dívida, cujo valor ainda diverge.
A suspeita era de que o dinheiro devido era referente a drogas, mas o jovem negou a versão. Ele alegou ser vendedor de objetos artesanais, e alguns artigos teriam sido comprados por M.
Rômulo foi encontrado pouco tempo depois do crime, na casa da namorada, em Taguatinga. Ao ser levado à delegacia, o jovem contou que já tinha dormido na casa da família uma vez, na semana passada. Ele narrou à polícia que, ontem, foi até a casa do amigo receber parte do valor devido – R$ 100. M. teria o acompanhado de volta até a parada de ônibus.
Mais tarde, porém, ele decidiu voltar à casa. As crianças estavam sozinhas. Ele, então, justificou sua aparição dizendo que tinha esquecido alguns objetos na residência.
Dentro da casa, Rômulo teria pego um notebook, um tablet, celulares e uma câmera fotográfica. As crianças desconfiaram da atitude e reagiram. Foi quando o rapaz decidiu cometer o crime. Ele teria levado cada um para um quarto e ateado fogo nos colchões. O suspeito ainda teria bloqueado as portas com o sofá e uma cadeira.
No momento da fuga, já na rua, Rômulo encontrou com a mãe das crianças. Ela o cumprimentou, mas ele abaixou a cabeça. “Nunca vi ninguém tão frio, calculista”, afirma o delegado Johnson Kenedy Monteiro.
Mãe pediu ajuda
Os vizinhos da família só teriam percebido o incêndio depois que a mãe retornou à residência e saiu até a rua desesperada, pedindo por ajuda. “Só ouvimos quando ela saiu da casa gritando e dizendo que os filhos estavam presos em um quarto pegando fogo.
Uma das janelas do cômodo deles faz divisa com a nossa casa, tentamos jogar água pelo muro para ajudar”, relatou ainda o bombeiro militar e vizinho da família, Luis Carlos Paz da Costa.
Natã Kesller também é vizinho da família e contou à reportagem do Jornal de Brasília que nunca tinha visto o rapaz na casa. Ontem, por volta das 14h, quando saiu para trabalhar, o avistou entrando na residência. “Só sabia que o irmão mais velho e esse rapaz tinham se conhecido no shopping. Não parecia ser boa gente, e ainda tem essa suspeita de ele ser usuário de drogas”, disse.
Presságio
Rogério Alves, de 27 anos, frequenta a mesma igreja que os pais das crianças mortas no incêndio. Ele conta que a mãe teria tido um presságio dias atrás. “Ela falou ao pastor que tinha tido um sonho e que algo muito terrível ia acontecer na família dela. Os meninos eram muito comportados, tinham até ganhado presentes na igreja porque eram os mais comportados, participavam sempre dos cultos”, relatou.
estela.monteiro@jornaldebrasilia.com.br
Duas crianças, uma de nove anos e outra de 13 anos, morreram asfixiadas após um incêndio criminoso ocorrido em uma casa na QNM 7, em Ceilândia Sul.
De acordo com informações da polícia, um jovem identificado como Rômulo Nascimento, 21 anos, confessou o crime. Ele seria amigo de M., irmão mais velho das vítimas, e disse ao delegado da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) que amarrou as crianças e ateou fogo na casa.
Não havia mais ninguém na residência da família no momento do ocorrido.
O acusado teria praticado o crime como forma de vingança. À polícia, ele teria dito que cometeu o crime porque o amigo não lhe pagou parte de uma dívida, cujo valor ainda diverge.
A suspeita era de que o dinheiro devido era referente a drogas, mas o jovem negou a versão. Ele alegou ser vendedor de objetos artesanais, e alguns artigos teriam sido comprados por M.
Rômulo foi encontrado pouco tempo depois do crime, na casa da namorada, em Taguatinga. Ao ser levado à delegacia, o jovem contou que já tinha dormido na casa da família uma vez, na semana passada. Ele narrou à polícia que, ontem, foi até a casa do amigo receber parte do valor devido – R$ 100. M. teria o acompanhado de volta até a parada de ônibus.
Mais tarde, porém, ele decidiu voltar à casa. As crianças estavam sozinhas. Ele, então, justificou sua aparição dizendo que tinha esquecido alguns objetos na residência.
Dentro da casa, Rômulo teria pego um notebook, um tablet, celulares e uma câmera fotográfica. As crianças desconfiaram da atitude e reagiram. Foi quando o rapaz decidiu cometer o crime. Ele teria levado cada um para um quarto e ateado fogo nos colchões. O suspeito ainda teria bloqueado as portas com o sofá e uma cadeira.
No momento da fuga, já na rua, Rômulo encontrou com a mãe das crianças. Ela o cumprimentou, mas ele abaixou a cabeça. “Nunca vi ninguém tão frio, calculista”, afirma o delegado Johnson Kenedy Monteiro.
Mãe pediu ajuda
Os vizinhos da família só teriam percebido o incêndio depois que a mãe retornou à residência e saiu até a rua desesperada, pedindo por ajuda. “Só ouvimos quando ela saiu da casa gritando e dizendo que os filhos estavam presos em um quarto pegando fogo.
Uma das janelas do cômodo deles faz divisa com a nossa casa, tentamos jogar água pelo muro para ajudar”, relatou ainda o bombeiro militar e vizinho da família, Luis Carlos Paz da Costa.
Natã Kesller também é vizinho da família e contou à reportagem do Jornal de Brasília que nunca tinha visto o rapaz na casa. Ontem, por volta das 14h, quando saiu para trabalhar, o avistou entrando na residência. “Só sabia que o irmão mais velho e esse rapaz tinham se conhecido no shopping. Não parecia ser boa gente, e ainda tem essa suspeita de ele ser usuário de drogas”, disse.
Presságio
Rogério Alves, de 27 anos, frequenta a mesma igreja que os pais das crianças mortas no incêndio. Ele conta que a mãe teria tido um presságio dias atrás. “Ela falou ao pastor que tinha tido um sonho e que algo muito terrível ia acontecer na família dela. Os meninos eram muito comportados, tinham até ganhado presentes na igreja porque eram os mais comportados, participavam sempre dos cultos”, relatou.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
Foi preso na noite de segunda-feira (12) um artesão de 21 anos suspeito de ter amarrado e queimado dois irmãos – um menino de 9 anos e uma adolescente de 13 – em uma casa
da QNM 7, em Ceilândia, no Distrito Federal. De acordo com a Polícia
Civil, o homem disse que cometeu o crime porque as vítimas, que morreram
carbonizadas, gritaram quando ele invadiu a residência para levar um
notebook, um tablet e uma máquina fotógrafica como forma de pagamento de
uma dívida de R$ 500 feita pelo irmão mais velho delas.
Os corpos do garoto e da adolescente foram encontrados na tarde de segunda, e o suspeito foi localizado por volta das 19h. O homem usou cadeiras para barrar a saída dos quartos em que as vítimas foram colocadas e ateou fogo na casa. A polícia disse que o rapaz admitiu o que fez e não demonstrou arrependimento ao depor.
"Ele confessou o crime, não chorou, não se emocionou. Apenas narrou o que aconteceu", relatou o delegado Johnson Kenedy Monteiro, responsável pelo caso.
Na versão apresentada à polícia, o suspeito afirmou que teria vendido, alguns dias antes, peças de artesanato ao irmão mais velho das vítimas. No fim de semana, o homem contou que havia cobrado do cliente o valor dos produtos, e ouviu que deveria ir à casa da família na segunda-feira, para receber parte do valor.
Conforme o combinado, o artesão foi até a residência e lá recebeu R$ 100 do irmão das vítimas. Pouco depois, o rapaz voltou ao local, tocou a campainha e encontrou a criança e a adolescente sozinhas. Ele disse aos dois que havia voltado porque esqueceu algo e queria buscá-lo.
Quando o homem falou que levaria embora um notebook para liquidar a dívida, as vítimas começaram a gritar. O suspeito, então, revelou que pôs a menina em um quarto e amarrou as mãos dela com um fio de telefone. Depois, conduziu o garoto a outro quarto e o amarrou com um pedaço de lençol rasgado.
O jovem decidiu, então, escorar cadeiras nas portas dos dormitórios para impedir que os irmãos saíssem, e colocou fogo na residência. Saindo de lá, o autor do crime ainda encontrou a mãe das vítimas na rua, que o cumprimentou.
A Polícia Civil informou que o suspeito não tinha antecedentes criminais. Ele vai responder por duplo latrocínio (roubo seguido de morte) e pode pegar até 60 anos de prisão. Detido no Departamento de Polícia Especializada, o homem deve ser transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda ainda nesta terça-feira.
Dívida de R$ 500 levou jovem do DF a amarrar e queimar crianças, diz polícia
Artesão foi à casa de família para buscar eletrônicos como pagamento.
Vítimas estavam sozinhas e começaram a gritar; crime ocorreu em Ceilândia.
Os corpos do garoto e da adolescente foram encontrados na tarde de segunda, e o suspeito foi localizado por volta das 19h. O homem usou cadeiras para barrar a saída dos quartos em que as vítimas foram colocadas e ateou fogo na casa. A polícia disse que o rapaz admitiu o que fez e não demonstrou arrependimento ao depor.
"Ele confessou o crime, não chorou, não se emocionou. Apenas narrou o que aconteceu", relatou o delegado Johnson Kenedy Monteiro, responsável pelo caso.
Na versão apresentada à polícia, o suspeito afirmou que teria vendido, alguns dias antes, peças de artesanato ao irmão mais velho das vítimas. No fim de semana, o homem contou que havia cobrado do cliente o valor dos produtos, e ouviu que deveria ir à casa da família na segunda-feira, para receber parte do valor.
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Conforme o combinado, o artesão foi até a residência e lá recebeu R$ 100 do irmão das vítimas. Pouco depois, o rapaz voltou ao local, tocou a campainha e encontrou a criança e a adolescente sozinhas. Ele disse aos dois que havia voltado porque esqueceu algo e queria buscá-lo.
Quando o homem falou que levaria embora um notebook para liquidar a dívida, as vítimas começaram a gritar. O suspeito, então, revelou que pôs a menina em um quarto e amarrou as mãos dela com um fio de telefone. Depois, conduziu o garoto a outro quarto e o amarrou com um pedaço de lençol rasgado.
O jovem decidiu, então, escorar cadeiras nas portas dos dormitórios para impedir que os irmãos saíssem, e colocou fogo na residência. Saindo de lá, o autor do crime ainda encontrou a mãe das vítimas na rua, que o cumprimentou.
A Polícia Civil informou que o suspeito não tinha antecedentes criminais. Ele vai responder por duplo latrocínio (roubo seguido de morte) e pode pegar até 60 anos de prisão. Detido no Departamento de Polícia Especializada, o homem deve ser transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda ainda nesta terça-feira.
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