terça-feira, 13 de maio de 2014

Justiçamentos no Brasil: OEA repudia ataques



A presidente Dilma Rousseff, que chegou a comentar o caso do jogador de futebol Daniel Alves vítima de racismo, silenciou.




A série de “justiçamentos” no Brasil não é novidade em outros países. No último dia 24, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiu nota em que condena linchamentos ocorridos na Argentina. A exemplo dos episódios vistos por aqui neste ano, o vizinho registrou ao menos 10 casos de pessoas atacadas depois de serem acusadas de roubo. ...
 
Os “justiçamentos” argentinos ocorreram em diversas cidades, até mesmo na capital Buenos Aires. Muitas das pessoas agredidas eram adolescentes e de classes sociais menos favorecidas. O especialista em segurança pública Guaracy Mingardi ressalta que esse não é um fenômeno novo, nem exclusivo do Brasil e, por isso, não pode ser resumido com a justificativa de que a população se sente insegura e resolve fazer justiça com as próprias mãos.
 
“É um fenômeno de multidão. Um dos fatores que podem influenciar é que vivemos em uma sociedade mais informada que há 20 anos. Houve o primeiro linchamento e todos ficam sabendo. Aí existe um grau de fatores que fazem as pessoas aceitarem essa atitude, aprenderem e reproduzirem”, avalia Mingardi.
 
No caso da Argentina, a Comissão elogiou o fato de as autoridades terem repudiado os atos. Isso, no entanto, não ocorreu no Brasil. Além do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, criticou a atitude. A presidente Dilma Rousseff, que chegou a comentar o caso do jogador de futebol Daniel Alves vítima de racismo, silenciou. (JC)
 
10 é o número de casos de espancamento público na Argentina notificados pela OEA



Fonte: Correio Braziliense - 13/05/2014 - - 08:38:06

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