A presidente Dilma Rousseff, que chegou a comentar o caso do jogador de futebol Daniel Alves vítima de racismo, silenciou.
A série de “justiçamentos” no Brasil não é novidade em outros países. No último dia 24, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiu nota em que condena linchamentos ocorridos na Argentina. A exemplo dos episódios vistos por aqui neste ano, o vizinho registrou ao menos 10 casos de pessoas atacadas depois de serem acusadas de roubo. ...
Os “justiçamentos” argentinos ocorreram em diversas cidades, até mesmo
na capital Buenos Aires. Muitas das pessoas agredidas eram adolescentes
e de classes sociais menos favorecidas. O especialista em segurança
pública Guaracy Mingardi ressalta que esse não é um fenômeno novo, nem
exclusivo do Brasil e, por isso, não pode ser resumido com a
justificativa de que a população se sente insegura e resolve fazer
justiça com as próprias mãos.
“É um fenômeno de multidão. Um dos fatores que podem influenciar é que
vivemos em uma sociedade mais informada que há 20 anos. Houve o primeiro
linchamento e todos ficam sabendo. Aí existe um grau de fatores que
fazem as pessoas aceitarem essa atitude, aprenderem e reproduzirem”,
avalia Mingardi.
No caso da Argentina, a Comissão elogiou o fato de as autoridades terem
repudiado os atos. Isso, no entanto, não ocorreu no Brasil. Além do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, criticou a atitude. A presidente Dilma Rousseff, que
chegou a comentar o caso do jogador de futebol Daniel Alves vítima de
racismo, silenciou. (JC)
10 é o número de casos de espancamento público na Argentina notificados pela OEA
Fonte: Correio Braziliense - 13/05/2014 - - 08:38:06
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