terça-feira, 13 de maio de 2014

Depois das eleições o dilúvio

Estão jogando com o seu futuro

by fernaslm
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Por alguns dias, confesso, tive a esperança de que algo tivesse mudado para melhor quando o governo anunciou, em plena maré montante eleitoral, que vai aumentar as contas de luz.
Existe, afinal, um limite para essa disposição temerária do PT de destruir qualquer coisa por um voto a mais”. E mesmo levando em conta o que este fato deixava subentendido – isto é, que a crise de energia que vem vindo é iminente e muito mais profunda do que foi até agora admitido – senti-me aliviado. "Finalmente estão pensando primeiro no país", pensei.
Ilusão de noiva!
A horda que não hesitou em quebrar a Petrobras e a indústria do álcool juntas, destruir a indústria nacional e desmontar uma rede profissional de comércio internacional para fazer agradinhos a trogloditas e atirar no lixo a credibilidade financeira destruída pelos “coronéis eletrônicos” hoje associados ao PT e reconquistada com sangue, suor e lágrimas continua, no seu tradicional estilo “Depois da eleição, o dilúvio!”, fazendo contas de chegar para comprar o eleitorado ainda que seja à custa de matar o futuro do Brasil desde que essa morte só se torne visível para a massa menos informada quando for tarde demais.
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Pois a verdade que agora está clara é que o PT só aceitou anunciar o aumento da energia agora para evitar, primeiro, o mergulho imediato do sistema elétrico num estado de “inadimplência setorial” que poderia paralisá-lo ainda antes da Copa e, segundo, para jogar para depois da eleição o racionamento de energia de emergência que todos os produtores e distribuidores de energia do pais estão pedindo "para já" como último recurso para salvar o país do risco de uma catástrofe.
A matéria com os números dessa equação apresentada pelo Valor de hoje é inequívoca.
Apesar do governo ter mantido ligadas todas as usinas térmicas do país durante todo o período de chuvas para economizar água dos reservatórios das hidrelétricas, o déficit de produção de energia saltou de 1,7% em fevereiro para 6% em março. O número é um recorde e a expectativa otimista é de que as hidrelétricas produzam 5% a menos de energia em média, por mês, durante o ano todo. A pessimista põe esse buraco em 8%.
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Para atender todos os contratos firmados com distribuidoras e consumidores as geradoras estão tendo de comprar a diferença no mercado de curto prazo onde essa demanda jogou o preço para R$ 822 o MW/hora, o limite legal a que ele pode chegar. O custo extra para as geradoras não será menor que R$ 20 bilhões, enquanto o rombo das distribuidoras chegará a outros R$ 25 bilhões, fora os custos extras com combustíveis. E mesmo assim não haverá energia que chegue.
O volume de liquidação dessas compras de energia extra no primeiro trimestre de 2014 alcançou R$ 13,64 bilhões, o equivalente ao total das liquidações nesse mercado durante todo o ano de 2013. E ha rumores de que grandes companhias ficaram inadimplentes nesses pagamentos. Uma delas teria entrado em default de R$ 230 milhões.
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Como esse quadro de inadimplência em cadeia de todo o setor elétrico já está configurado ha um bom tempo e o Tesouro Nacional está exaurido pelas outras estrepolias eleitoreiras do PT, o governo forçou oito bancos privados a se juntarem a dois bancos públicos e constituir um "empréstimo" de R$ 11,2 bilhões para a Camara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), uma entidade que não produz caixa e, portanto, não esta tecnicamente qualificada para contrair empréstimos, tudo para levar essa canoa furada um pouco mais adiante. O anuncio antecipado do aumento das tarifas foi a "promissória" que nós, consumidores, assinamos por esse "empréstimo". Mesmo assim, três dos cinco diretores dessa entidade pediram demissão ao se verem enredados nesse jogo absurdo.
R$ 4,7 bilhões desse "empréstimo" foram consumidos apenas no primeiro acerto das contas do trimestre pelas geradoras e distribuidoras que não conseguiram zerar suas compras de energia extra. Esta é, portanto, uma conta que não fecha nem com toda a dívida que vamos herdar para levá-la até onde chegou por enquanto.
Eis ao que nos reduziu a brilhante dobradinha feita entre "a gerentona" que mandou no setor elétrico ao longo de todo o governo Lula e o debilóide "socialista" que usa a Fiesp como trampolim para "baixar as contas de luz em 20%" na marra...
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É em razão de tudo isso que 16 entre 16 dos principais responsáveis pelas empresas de geração e distribuição de energia do país recomendaram formalmente, anteontem, que o governo decrete um "racionamento já" com a meta de reduzir o consumo ao menos nesses 6% de déficit mensal que estão acabando de destruir as contas já arrebentadas do setor.
Em resumo, o PT continua jogando com o futuro do país para comprar votos. Ou melhor, a esta altura ele já aleijou a Nação com uma crise de energia que vai do petróleo e do álcool à hidro-eletricidade, pela qual todos nós pagaremos sabe-se lá por quantos anos de desaceleração forçada por falta de "combustível" e sob o peso de quais "juros".
Talvez seja por isso que ao “Fora Dilma!” resiste a seguir-se o “Volta Lula!”, como seria de se esperar. É possível que até o insaciável apetite de poder dessas feras tenha se aplacado, tal é o tamanho da encrenca que eles fabricaram e sabem que vem vindo por aí.
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fernaslm | 7 de maio de 2014 às 21:40 |


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