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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu dois suspeitos de desvio de mais de R$ 20 milhões do Banco do Brasil em empréstimos, financiamentos e consórcios. A quadrilha era formada por ex-gerentes e ex-funcionários administrativos do banco que agiram entre 2012 e 2013. Quatro pessoas permanecem foragidas e sete foram chamadas para prestar informações.
A Justiça decretou a prisão temporária de seis ex-funcionários do banco na manhã desta quarta-feira (4). André Tavares e Leilane Martins, ex-gerentes de relacionamento do banco, foram presos. Os irmãos Pedro e Leonardo Póvoa - líderes da quadrilha, segundo a polícia - , Luciano Gomes e Márcio dos Reis estão foragidos.
As outras pessoas conduzidas prestarão depoimento como testemunha, “mas dependendo do desenrolar das investigações essa situação pode mudar. Não sabemos se elas estavam sendo usadas ou se faziam parte da quadrilha”, declarou o delegado-chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (DECO), Fábio Santos. O motivo da prisão temporária é ouvir essas pessoas sem que elas sejam abordadas pelos demais integrantes da quadrilha.
“As fraudes consistiam basicamente em superfaturamento, simulação de negócios, financiamento de veículos e lavagem de dinheiro”, explicou o delegado. A presença de um gerente-geral na quadrilha teria facilitado as ações da organização criminosa, já que Márcio dos Santos tinha acesso direto aos sistemas e autorizava as transações.
As investigações constataram que duas agências bancárias, no Aeroporto e na Asa Norte, estavam envolvidas no esquema, além de 12 empresas de fachada.
A operação
O Banco do Brasil, suspeitando da quadrilha de funcionários que fraudavam a instituição, fez uma notícia-crime denunciando as ações do grupo. Em paralelo com o banco, a PCDF iniciou as investigações em novembro de 2013. De um lado, o banco abriu processo administrativo com o objetivo de demitir os envolvidos. Do outro, o inquérito policial pretendia apurar os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
Os mandados foram para onze locais no DF, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso, no Entorno e outros dois endereços em Natividade (TO), onde os irmãos Póvoa possuem família e influência.
A suspeita da polícia é que o dinheiro das fraudes sejam utilizados em uma mineradora que pertence a eles. Foi feita uma investigação na sede dessa empresa e na fazenda onde há exploração de ouro.
Ressarcimento
Agora, a polícia age pela apreensão de bens e valores para que o prejuízo do banco seja ressarcido. Sete veículos de luxo, que estavam nas residências dos investigados foram localizados.
“Nesse tipo de criminalidade que temos combatido, sabemos que é difícil manter essas pessoas presas. Então, temos focado cada vez mais nos bens. Primeiro nos produtos que vieram desses crimes e depois no ressarcimento dos danos da instituição financeira, que afinal é pública e pertence à toda a coletividade” finalizou o delegado da DECO, Bernardo Carvalho.
Os envolvidos podem responder por falsidade ideológica, peculato, associação criminosa e crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
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Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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