16/07/2014 14h50
- Atualizado em
16/07/2014 15h48
Presidente argentina criticou decisão judicial que obriga país a quitar dívida.
A chefe de Estado veio a Brasília para participar da VI Cúpula do Brics.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, participa da Cúpula do Brics, em Brasília
O governo argentino tem até 30 de julho para fechar um acordo com os credores que não aceitaram os termos das negociações da dívida argentina, em uma disputa que deixa a terceira maior economia da América Latina à beira do segundo calote em 12 anos.
Cristina está em Brasília para participar da VI Cúpula do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Para a sessão desta quarta, foram convidados 11 presidentes de países sul-americanos.
A chefe de Estado argentina afirmou que é preciso criticar o espaço de participação restrita dos países em desenvolvimento nos organismos internacionais. Os países latino-americanos e os integrantes do Brics criticam a ausência de nações emergentes nas esferas de decisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“Hoje, vamos dar um passo muito importante. Ontem, demos um passo importante aqui no Brasil. Os países da Unasur também deram um passo importante quando constituímos o Banco do Sul. E vão surgindo cada vez mais instituições que questionam precisamente o funcionamento de organismos multilaterais que, no lugar de dar soluções, não fazem mais do que complicar a vida dos povos”, disse, fazendo referência ao anúncio de ontem sobre a criação do banco dos Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que vai financiar projetos de infraestrutura em países emergentes.
A presidente do vizinho sul-americano aproveitou a presença de militantes da ala jovem do PC do B para falar sobre juventude e esperanças. “Por isso é muito importante, sobretudo a vocês que são jovens e que são o presente e futuro, que não se permita que se hipotequem as esperanças, e os sonhos de um Brasil melhor, de uma América do Sul melhor e de um mundo melhor.”
Dívida argentina
A Argentina foi empurrada para a beira de um novo calote por uma série de decisões de tribunais dos Estados Unidos, que forçaram o país a negociar com investidores que não aceitaram participar da reestruturação da dívida após a crise de 2002.
Após se recusar a saldar a dívida pública de US$ 100 bilhões, em 2001, o governo argentino negociou o pagamento com desconto e dividido em parcelas. Mais de 92% dos credores do país aceitaram receber menos de 30 centavos para cada dólar nas negociações realizadas em 2005 e 2010. Os demais credores recusaram os termos da renegociação e reivindicam o recebimento de 100% do principal da dívida.
Enquanto briga na Justiça americana contra fundos que querem receber os valores integrais, a Argentina tem pagado as parcelas aos credores que aceitaram a renegociação.
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