quarta-feira, 16 de julho de 2014

Aécio: governos do PT não fizeram as reformas para modernizar o país.


Após Eduardo Campos (PSB), o candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, participou da sabatina realizada pelo jornal Folha de S. Paulo no final da manhã desta quarta-feira. Aécio destacou que, se eleito, vai tomar as medidas necessárias para recolocar o Brasil no caminho do crescimento sustentável e controle de inflação. "Trabalharei para reverter esse cenário controverso", afirmou.

Aécio afirmou que irá tomar as medidas necessárias para por o Brasil no rumo do crescimento sustentável. "As medidas impopulares estão sendo implantadas por esse governo, nós estamos com inflação incontrolada, acima do teto da meta, sem que o governo acene de forma clara para como reverter essa situação perversa".

Ele ainda afirmou que, em 2002, em meio às incertezas com a eleição de Lula, o dólar subiu muito e a bolsa despencou, sendo revertido com a manutenção do tripé econômico estabelecido pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.

"Em 2002, quando Lula venceu, nós tivemos explosão dos índices inflacionários e houve uma insegurança tão grande, que foi contida por Lula, que manteve inalterado o que FHC havia feito em seu governo. Isso trouxe segurança. É uma vitória do PSDB. Pela clareza das nossas convicções, esse cenário de resgaste da credibilidade, de uma política fiscal transparente, de inflação no centro da meta é uma das prioridades. Nós queremos regras claras para que as pessoas percebem qual o ambiente estamos construindo".

Perguntado sobre a tese de que, com os ajustes, haveria uma piora antes de melhorar, e com os ajustes, haveria uma intenção de elevar a taxa de economia para pagar a dívida, Aécio Neves destacou que não haveria cortes fortes em gastos, mas que ele escolheria o caminho do crescimento para chegar à meta de superávit.

Ele disse ainda que não governará com os olhos na curva de popularidade. Além disso, Aécio citou o ex-presidente Lula, destacando o período raríssimo de bonança. "Se houvesse responsabilidade política e coragem para fazer as reformas necessárias, o Brasil estaria muito diferente está hoje".

"Não estou aqui por um projeto pessoal, mas por acreditar que mais quatro anos deste governo será muito ruim para o País". Nós vamos criar condições para que o crescimento volte ao País e dar previsibilidade.
Questionado sobre se as medidas que tomaria seriam impopulares, ele afirmou que não "existem estes tipos de medidas". Ele afirmou que elas são necessárias, que todo governo terá que lidar.

Energia: intervencionismo afetou

Questionado sobre o cenário energético do País, Aécio afirmou que o intervencionismo no setor foi uma das mais perversas ações do governo central. O custo hoje, ao Tesouro, aos contribuintes, gira em torno de R$ 30 bilhões, porque retirou a capacidade, os investimentos para a retomada do crescimento da economia. O Brasil é um cemitério de obras abandonadas por toda parte.

Ele citou que é importante que haja regulação para voltar a atrair capital para investimentos. Aécio destacou que o governo irá explorar energias alternativas, estimulará parcerias da Petrobras para explorar gás. Aécio afirmou novamente que irá reestatizar empresas estatais que foram privatizadas para uso político no atual governo e devolvê-la aos brasileiros. "Imagina a Embraer atualmente sobre a gerência estatal?", questionou o tucano.

Perguntado se haverá um reajuste de combustíveis para reviver a Petrobras, Aécio afirmou que não sabe ainda o que acontecerá com a petroleira, mas que dará previsibilidade para a companhia. "Hoje, a empresa está mais nas páginas policiais". Aécio afirma que irá discutir o atual modelo de partilhas, mas não antecipa o que pode acontecer, "à luz do dia e sem viés ideológico, com a sociedade".

Bolsa-Família: sem constrangimento em ampliá-lo

"O Bolsa Família vai continuar, mas quero tirar da agenda eleitoral pela leviandade do PT". Aécio quer colocar numa Agenda de Estado, junto ao programa de prestação de benefícios e, assim, criar aprimoramento. Aécio afirmou não ter nenhum constrangimento em mantê-los e criá-los. Nada pune mais os beneficiários do programa do que a inflação em alta e o baixo crescimento, ressaltou.

Eduardo Campos e mudanças de lado

Eduardo Campos destacou ontem que haverá uma mudança conservadora com Aécio Neves, enquanto o tucano afirmou que será segura. Questionado se, para o candidato tucano, Campos seria uma aposta insegura, Aécio brincou que não iria brigar com o pernambucano, destacando que ele é um candidato competitivo. "Teremos que sentar na mesa para conversar com política lá adiante", afirmou.

Sobre o tipo de composição política, em que há troca de cargos em meio a apoio eleitoral, Aécio afirmou que o PTB (que mudou de lado do PT para o PSDB no governo federal) está ao lado do PSDB a vida inteira. "Em Minas, o PTB está conosco desde o primeiro dia de meu governo. É um conjunto de força dentro do PTB que optou por isso. Mas, não foi unânime. Eles vão ter em troca um país honrado", afirmou.

Mudança de opinião com a Copa

Perguntado se houve um diagnóstico errado sobre o pessismismo com a Copa, Aécio rebateu e disse que houve uma tentativa desesperada do governo de se aproveitar do bom momento da seleção. "Eu fiz o que eu faria como torcedor, assistindo os jogos no estádio". Ele afirma que deve haver uma Lei de Responsabilidade para os esportes, mas destacou que não concorda com o intervencionismo do governo com a "criação da Futebrás". "Seria a 14ª empresa criada pelo governo petista".

Divisão entre "nós e eles"

Ao ser questionado sobre o artigo escrito por Fernando Henrique Cardoso ontem, afirmando que Lula promove baixarias e falsas acusações e que os políticos deveriam se unir para tentar mudar a política, Aécio afirmou que quer acabar com a "bobagem de dividir o Brasil entre nós e eles", pois o Brasil precisa de algo novo".
 
 

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