Após Eduardo Campos (PSB), o
candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, participou da sabatina
realizada pelo jornal Folha de S. Paulo no final da manhã desta quarta-feira.
Aécio destacou que, se eleito, vai tomar as medidas necessárias para recolocar
o Brasil no caminho do crescimento sustentável e controle de inflação.
"Trabalharei para reverter esse cenário controverso", afirmou.
Aécio afirmou que irá tomar as
medidas necessárias para por o Brasil no rumo do crescimento sustentável.
"As medidas impopulares estão sendo implantadas por esse governo, nós
estamos com inflação incontrolada, acima do teto da meta, sem que o governo
acene de forma clara para como reverter essa situação perversa".
Ele ainda afirmou que, em 2002,
em meio às incertezas com a eleição de Lula, o dólar subiu muito e a bolsa
despencou, sendo revertido com a manutenção do tripé econômico estabelecido
pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.
"Em 2002, quando Lula
venceu, nós tivemos explosão dos índices inflacionários e houve uma insegurança
tão grande, que foi contida por Lula, que manteve inalterado o que FHC havia
feito em seu governo. Isso trouxe segurança. É uma vitória do PSDB. Pela
clareza das nossas convicções, esse cenário de resgaste da credibilidade, de
uma política fiscal transparente, de inflação no centro da meta é uma das
prioridades. Nós queremos regras claras para que as pessoas percebem qual o
ambiente estamos construindo".
Perguntado sobre a tese de que,
com os ajustes, haveria uma piora antes de melhorar, e com os ajustes, haveria
uma intenção de elevar a taxa de economia para pagar a dívida, Aécio Neves
destacou que não haveria cortes fortes em gastos, mas que ele escolheria o
caminho do crescimento para chegar à meta de superávit.
Ele disse ainda que não governará
com os olhos na curva de popularidade. Além disso, Aécio citou o ex-presidente
Lula, destacando o período raríssimo de bonança. "Se houvesse
responsabilidade política e coragem para fazer as reformas necessárias, o
Brasil estaria muito diferente está hoje".
"Não estou aqui por um
projeto pessoal, mas por acreditar que mais quatro anos deste governo será
muito ruim para o País". Nós vamos criar condições para que o crescimento
volte ao País e dar previsibilidade.
Questionado sobre se as medidas
que tomaria seriam impopulares, ele afirmou que não "existem estes tipos
de medidas". Ele afirmou que elas são necessárias, que todo governo terá
que lidar.
Energia: intervencionismo afetou
Questionado sobre o cenário
energético do País, Aécio afirmou que o intervencionismo no setor foi uma das
mais perversas ações do governo central. O custo hoje, ao Tesouro, aos
contribuintes, gira em torno de R$ 30 bilhões, porque retirou a capacidade, os
investimentos para a retomada do crescimento da economia. O Brasil é um
cemitério de obras abandonadas por toda parte.
Ele citou que é importante que
haja regulação para voltar a atrair capital para investimentos. Aécio destacou
que o governo irá explorar energias alternativas, estimulará parcerias da
Petrobras para explorar gás. Aécio afirmou novamente que irá
reestatizar empresas estatais que foram privatizadas para uso político no atual
governo e devolvê-la aos brasileiros. "Imagina a Embraer atualmente sobre
a gerência estatal?", questionou o tucano.
Perguntado se haverá um reajuste
de combustíveis para reviver a Petrobras, Aécio afirmou que não sabe ainda o
que acontecerá com a petroleira, mas que dará previsibilidade para a companhia.
"Hoje, a empresa está mais nas páginas policiais". Aécio afirma que
irá discutir o atual modelo de partilhas, mas não antecipa o que pode
acontecer, "à luz do dia e sem viés ideológico, com a sociedade".
Bolsa-Família: sem
constrangimento em ampliá-lo
"O Bolsa Família vai
continuar, mas quero tirar da agenda eleitoral pela leviandade do PT".
Aécio quer colocar numa Agenda de Estado, junto ao programa de prestação de
benefícios e, assim, criar aprimoramento. Aécio afirmou não ter nenhum
constrangimento em mantê-los e criá-los. Nada pune mais os beneficiários do
programa do que a inflação em alta e o baixo crescimento, ressaltou.
Eduardo Campos e mudanças de lado
Eduardo Campos destacou ontem que
haverá uma mudança conservadora com Aécio Neves, enquanto o tucano afirmou que
será segura. Questionado se, para o candidato tucano, Campos seria uma aposta
insegura, Aécio brincou que não iria brigar com o pernambucano, destacando que
ele é um candidato competitivo. "Teremos que sentar na mesa para conversar
com política lá adiante", afirmou.
Sobre o tipo de composição
política, em que há troca de cargos em meio a apoio eleitoral, Aécio afirmou
que o PTB (que mudou de lado do PT para o PSDB no governo federal) está ao lado
do PSDB a vida inteira. "Em Minas, o PTB está conosco desde o primeiro dia
de meu governo. É um conjunto de força dentro do PTB que optou por isso. Mas,
não foi unânime. Eles vão ter em troca um país honrado", afirmou.
Mudança de opinião com a Copa
Perguntado se houve um
diagnóstico errado sobre o pessismismo com a Copa, Aécio rebateu e disse que
houve uma tentativa desesperada do governo de se aproveitar do bom momento da
seleção. "Eu fiz o que eu faria como torcedor, assistindo os jogos no estádio". Ele afirma que deve haver uma Lei
de Responsabilidade para os esportes, mas destacou que não concorda com o
intervencionismo do governo com a "criação da Futebrás". "Seria
a 14ª empresa criada pelo governo petista".
Divisão entre "nós e
eles"
Ao ser questionado sobre o artigo
escrito por Fernando Henrique Cardoso ontem, afirmando que Lula promove
baixarias e falsas acusações e que os políticos deveriam se unir para tentar
mudar a política, Aécio afirmou que quer acabar com a "bobagem de dividir o
Brasil entre nós e eles", pois o Brasil precisa de algo novo".
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