quarta-feira, 16 de julho de 2014

Representantes do MTST são recebidos por construtora após invasão DE SÃO PAULO


Duas coordenadoras do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) foram recebidas por representantes da construtora Even no fim da tarde desta quarta-feira (16) após um grupo de sem-teto invadir uma área do prédio em que funciona a empresa, no Jardim Europa, na zona oeste de São Paulo. 

Policiais militares também chegaram ao local e reforçaram o policiamento dentro da construtora para evitar que os manifestantes voltem a subir para outros andares do prédio como ocorreu no início da tarde, quando o ocorreu a invasão. Após pedido da empresa, eles desceram para uma área externa, onde permanecem. 

Os manifestantes são contrários ao despejo da ocupação Portal do Povo, na região do Morumbi. De acordo com os sem-teto, a construtora é dona do terreno e pediu a reintegração de posse da área. 

No total, 300 manifestantes ocupam área do prédio na rua Hungria. Os funcionários das empresas com salas no edifício foram liberados. Nenhum conversou com a imprensa. Uma faixa da pista local da marginal Pinheiros também permanece fechada pelos manifestantes. 

Os sem-teto entraram na construtora com colchonetes e ameaçam acampar caso não sejam recebidos por representantes da construtora. Por volta das 17h, um grupo fez macarrão para os manifestantes. 

"Nós trouxemos tudo o que é necessário para a gente morar aqui, como colchonetes, galões de água e muita comida. A gente só sai depois que houver negociação", disse a coordenadora do MTST Ana Paula Ribeiro 

"Da primeira vez que a gente veio, fecharam a porta na nossa cara e a gente avisou que ia voltar. A gente falou: ou abre por bem ou abre por mal", afirmou o sem-teto Cleiton Celoso. "Ou recebem a nossa comissão ou a gente fica acampa aqui", completou. 

No último dia 7, o MTST fez um protesto em frente a sede da construtora. Na oportunidade, os manifestantes fecharam a entrada da empresa e não permitiram que ninguém entrasse ou saísse do prédio. Em maio, as sedes da Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez também foram alvos de manifestações dos sem-teto.
CONTRA TELEFONIA
 
Mais cedo foram realizados três outros protestos simultâneos em São Paulo. De acordo com nota enviada pelo MTST, os protestos eram para reclamar da "péssima qualidade dos serviços de todas as operadas [de telefonia], apesar da tarifa brasileira ser a mais cara do mundo". 

Cerca de 200 pessoas ligadas ao MTST entraram por volta das 10h na sede da superintendência da Anatel em São Paulo, na Vila Mariana (zona sul). Um grupo de sem-teto foi recebido por representantes da Anatel e entregou a eles uma lista de bairros que teriam sinal ruim. 

"Nós vamos verificar algumas localidades que vocês reclamam", disse o superintendente da agência, Everaldo Gomes Ferreira, após receber os sem-teto.
Além da Anatel, o grupo fez protesto na avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi (zona oeste), onde fica a sede da TIM. Já um terceiro grupo fez protestos na porta da Oi, localizada na Vila Olímpia (zona oeste), e também nas sedes da Vivo e da Claro, ambas localizadas no Itaim Bibi. 

A assessoria da TIM afirmou que recebeu os representantes do MTST e avaliará as suas reivindicações. Já a assessoria da Claro disse que a operadora não vai se manifestar sobre o assunto.

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