O comitê da reeleição decidiu blindar
a presidente Dilma Rousseff da campanha de rua nessa largada da disputa. Com a
popularidade em baixa, Dilma participará mais de eventos fechados e de meia
dúzia de comícios, mas seu primeiro compromisso de campanha será com
sindicalistas, em São Paulo. Para "vender" a imagem da presidente que
está "ao lado do povo", Dilma vai vestir o figurino de candidata na
plenária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no próximo dia 31,
organizada sob medida para enaltecer os feitos do governo.
A estratégia de aproximação com
os movimentos sociais não para aí. No dia 7 de agosto, Dilma receberá o apoio
de dirigentes de cinco centrais num megaencontro marcado para o Ginásio da
Portuguesa. Até um grupo da Força Sindical, entidade que aderiu à campanha do
candidato do PSDB, Aécio Neves, reforçará o coro pró- Dilma. O ato reunirá,
ainda, dirigentes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Central dos
Sindicatos Brasileiros (CSB), da Conlutas, da Nova Central e da Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Irritada com a rede de intrigas e
o fogo "amigo" que tomaram conta do núcleo de sua campanha, Dilma
pediu ao presidente do PT, Rui Falcão, que acalme o partido e abafe as
divergências na equipe. A ordem é investir na divulgação de números positivos
do governo e polarizar cada vez mais a disputa com Aécio.
Na eleição de 2010, a então
candidata do PT teve apoio quase unânime de todas a centrais. Nos últimos
tempos, porém, a presidente se distanciou dos movimentos sociais e enfrentou
protestos. O temor do comitê da reeleição é que Aécio e o candidato do PSB,
Eduardo Campos, ganhem espaço nesse terreno, que tradicionalmente sempre foi
fiel ao PT.
Coordenador da campanha, Falcão
procurou amenizar, nesta terça, 15, a queda de braço no comitê da reeleição, que
já preocupa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde a semana passada
há tensão e mal estar no Palácio do Planalto e no comitê com o jornalista
Franklin Martins, ex-ministro da Comunicação de Lula e responsável pelo
monitoramento das redes sociais na equipe de Dilma. Motivo: o site "Muda
Mais", sob a responsabilidade de Franklin, publicou no dia 9 um post com
fortes críticas ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José
Maria Marin.
Dilma não gostou e o comitê foi
alvo de rumores de que Franklin -- em rota de colisão com o marqueteiro João
Santana -- entregaria o cargo, o que não ocorreu. Na prática, Franklin e
Santana têm várias discordâncias sobre como conduzir a comunicação da campanha.
"Houve uma divergência momentânea, totalmente superada", afirmou
Falcão. "Ter ideias diferentes faz parte de qualquer campanha. Isso não
significa crise. Temos todos uma relação de respeito, sem estresse". O presidente
do PT negou que, a partir de agora, as publicações do site "Muda
Mais" tenham de passar pelo seu crivo ou pela análise de Dilma. "O
Muda Mais não tem autocensura nem é controlado pelo PT", insistiu Falcão. (Estadão)
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