quarta-feira, 16 de julho de 2014

Campos cobra de Dilma falar a 'verdade' sobre situação da economia


11/03/2014 14h56 - Atualizado em 11/03/2014 15h17


Governador de PE criticou estratégia do governo para controlar a inflação.
Segundo ele, Brasil 'não aguenta mais 4 anos de encolhimento da indústria'.

Katherine Coutinho Do G1 PE
Eduardo Campos em inauguração de fábrica da Ambev, em Pernambuco (Foto: Katherine Coutinho / G1)Eduardo Campos voltou a fazer críticas ao governo federal 
 
 
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, cobrou nesta terça-feira (11) maior transparência da presidente Dilma Rousseff na condução da economia brasileira em meio à crise internacional. Segundo o governador, que é potencial candidato à Presidência da República, o governo federal estaria mantendo a inflação artificialmente dentro da meta por meio do controle de preços controlados pelo Executivo.


"Não dá para colocar tudo isso [inflação, aumento de juros] embaixo do tapete como se fez durante o Plano Cruzado e depois veio o pipoco [problema] em cima do povo. Como se fez no final do primeiro governo Fernando Henrique [Cardoso], e depois, quando passou a reeleição, explodiu o problema. Precisamos preservar o que foi feito de bom pelo Fernando Henrique, pelo Itamar [Franco], muito pelo Lula. E a forma de a gente preservar é falar a verdade. Com muito respeito às pessoas, com respeito à presidenta Dilma, mas falar a verdade", cobrou Campos durante a inauguração de uma fábrica de bebidas em Itapissuma, na região metropolitana do Recife.


Precisamos preservar o que foi feito de bom pelo Fernando Henrique [Cardoso], pelo Itamar [Franco], muito pelo Lula. E a forma de a gente preservar é falar a verdade. Com muito respeito às pessoas, com respeito à presidenta Dilma, mas falar a verdade"
Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB
Durante seu discurso, o governador pernambucano também comentou as medidas adotadas pelo governo federal para conter a inflação.


"Se você acha que é normal o Brasil estar com baixo crescimento, a inflação subindo e juros subindo junto, se isso vai levar a algum canto, não vai. O Brasil não aguenta mais quatro anos de encolhimento da indústria [...] não aguenta mais quatro anos de um sistema que eleva de um lado a inflação da comida, a inflação dos aluguéis, [e por outro] mantém artificialmente a inflação oficial a partir do controle dos preços administráveis e o crescimento abaixo dos nossos vizinhos", observou a jornalistas.


Questionado por repórteres sobre se o tom de sua campanha será de ataques ao governo Dilma, o presidente do PSB negou que suas críticas sejam uma estratégica eleitoral. De acordo com Campos, ele está fazendo apenas uma análise sobre a situação do país.


"Nós estamos com um problema no balanço de pagamento e tivemos um déficit, só entre os produtos industrializados, de mais de R$ 100 bilhões. Se isso não for importante, o que é importante? É saber quem vai ser o próximo ministro do Turismo, se vai ser do PMDB, do Senado ou da Câmara? Isso vai mudar o que na vida do povo, que depende do turismo, que depende da indústria?", ironizou.
Jantar de Kassab
Eduardo Campos chegou ao compromisso acompanhado do ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho, do secretário da Fazenda e pré-candidato ao governo do estado Paulo Câmara, e do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchôa, entre outros políticos locais.


O provável adversário de Dilma na eleição presidencial confirmou que participou no último domingo (9) de um jantar na casa do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Campos, no entanto, não quis dar detalhes sobre o encontro. "Tradicionalmente, tem um jantar na véspera  [do jantar] para todos os debatedores. [...] Tinha gente de todos os partidos, não me cabe dizer o que vi lá", disse.

Agenda administrativa
Com agenda intensa nesta terça, Eduardo Campos deve ser acompanhado nos cinco compromissos do dia pelo secretário da Fazenda, Paulo Câmara, indicado pelo PSB para disputar a eleição estadual. "É apenas uma agenda administrativa, sigo os compromissos como secretário", garantiu Câmara. O secretário disse ainda que irá permanecer no primeiro escalão pelo menos até 30 de março, data em que deve concluir o balanço de 2013.

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