Dilma chega ao ponto de patrocinar um perfil falso no twitter para atacar adversários.
O governo federal gastou R$ 2,3
bilhões para veicular propaganda em 2013. O valor é o maior já registrado desde
2000, quando começou a ser divulgado esse tipo de dado. Até o atual recorde estabelecido
pela presidente Dilma Rousseff, o maior gasto havia sido o de 2009, sob o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com R$ 2,2 bilhões.
Essas informações foram
divulgadas nesta semana pela Secretaria de Comunicação Social do Palácio do
Planalto. Todos os números foram corrigidos pelo IGPM, da FGV, o indicador mais
usado no mercado publicitário. Em relação ao ano de 2012, o
gasto do governo federal com propaganda aumentou 7,4%, acima da inflação
oficial do período, que foi de 5,91%, segundo o IPCA, calculado pelo IBGE.
Os valores incluem toda a
administração pública direta e indireta. Ou seja, as grandes estatais estão
nesse bolo de R$ 2,3 bilhões. Quando são considerados só os órgãos e entidades
da administração direta (ministérios e Palácio do Planalto, por exemplo), o
total de 2013 foi de R$ 761,4 milhões, também um recorde na última década e
meia.
De 2012 para 2013 os gastos
totais do governo com pessoal, custeio e investimento subiram 7,2%, já
descontada a inflação do período. Em 2010, ano em que Lula estava
interessado em eleger Dilma como sucessora, os gastos da administração federal
direta com propaganda foram de R$ 576,7 milhões.
A Secom argumentou por meio de
assessoria que "em 2013 o governo federal apresentou novas campanhas de
utilidade pública voltadas à prevenção de acidentes de trânsito, de combate ao
uso do crack e de lançamento do programa Mais Médicos".
O governo também justifica o
aumento com o fato de que "um terço do crescimento do volume publicitário
de 2013 foi puxado pelas ações dos Correios, [empresa] que completou 350 anos
em 2013". Essa empresa pública foi a que
esteve envolvida diretamente no caso do mensalão, escândalo de 2005 e que
envolvia o uso de agências publicitárias com contas na administração federal.
Há, dentro do governo, também uma
insatisfação com a forma de coleta desses dados. Os valores são aferidos por
meio de uma cópia de cada pedido de inserção de anúncio que as agências estão
obrigadas a enviar aos veículos de comunicação no momento em que dão a ordem
para publicar a propaganda. Às vezes, há cancelamentos.
A Secom acha que os dados
"não representam necessariamente gastos efetivamente realizados". A
Folha apurou, entretanto, que as discrepâncias são mínimas. Os R$ 2,3 bilhões gastos colocam
o governo federal na quarta colocação do ranking dos maiores anunciantes
brasileiros em 2013. O primeiro lugar ficou com a Unilever (R$ 4,6 bilhões),
seguida por Casas Bahia (R$ 3,4 bilhões) e o laboratório Genomma (R$ 2,5
bilhões).
Os dados das empresas são
divulgados pelo Ibope, que monitora esses gastos verificando o que é publicado.
Há distorção no que é apurado, pois o levantamento considera os preços de
tabela dos veículos de mídia --e, nesse mercado, há descontos altos, às vezes
superiores a 50%.
Já no caso do que é apurado pelo
governo, trata-se de uma cifra muito próxima ao que aconteceu de fato. O valor
investido por Dilma supera até a gigante do ramo de bebidas Ambev, que, segundo
o Ibope, gastou R$ 1,8 bilhão.
Quando se observa o tipo de veículo
preferido pelo governo, a TV ganha com 65% do total. Os meios rádio, jornal,
revista e internet ficaram com 7,6%, 7%, 6,3% 6% do bolo, respectivamente. Os
anúncios estatais na web tiveram em 2013 aumento de 22% em relação a 2012. (Folha de São Paulo)
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