terça-feira, 27 de maio de 2014

Segundo principal pesadelo da petralhada – o primeiro continua sendo o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel – está solto e possui dupla cidadania

Blog Prontidão




PF descobre que ex-diretor da Petrobras tem passaporte português
Paulo Roberto Costa omitiu cidadania portuguesa e entregou à polícia apenas passaporte brasileiro
A Polícia Federal descobriu que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais alvos da Operação Lava-Jato, tem cidadania e passaporte portugueses. Segundo uma autoridade policial, o ex-diretor não entregou o documento à Justiça Federal, nem mesmo quando pediu para responder aos processos da Lava-Jato em liberdade. Ele teria devolvido o passaporte brasileiro e guardado o documento português. Na semana passada, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu pedido do advogado Fernando Fernandes e mandou soltar o ex-diretor, que estava preso desde 20 de março.

  ÁS DA COPAS

O ex-diretor foi o único dos 12 presos da Lava-Jato beneficiado pelo habeas corpus concedido por Teori. Os demais investigados, entre eles o doleiro Alberto Youssef, continuam presos. A determinação inicial do ministro era para soltar todos os acusados. Mas a ordem foi reconsiderada menos de 24 horas de depois que o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, alertou o ministro sobre riscos de fuga de Youssef e da também doleira Nelma Kodama. Os dois teriam somas expressivas de dinheiro no exterior.

Para a PF, com nacionalidade e passaporte portugueses Paulo Roberto também entra no grupo de risco de fuga. Procurado pelo GLOBO no final da manhã desta segunda-feira, Fernando Fernandes, responsável pela defesa de Paulo Roberto, disse que desconhecia o caso e não saberia dizer se o cliente devolveu ou não o passaporte português. Momentos depois, enviou mensagem por telefone para dizer que, segundo advogados de Paulo Roberto em Curitiba, o documento já foi entregue à Justiça Federal.

Petistas blindam Paulo Costa e fingem que fritam André Vargas para adiar efeitos negativos da Lava Jato
O PT produz mais um jogo de cena, digno de ganhar um Oscar de defeitos especiais, para conter os efeitos negativos da Operação Lava Jato sobre a campanha reeleitoral. Duas táticas são prioritárias. A primeira é manter a blindagem sobre Paulo Roberto Costa, que sabe tudo, é já está solto. A segunda é fingir que a cúpula partidária rompeu politicamente com o deputado Federal André Vargas, elo entre muitos políticos (principalmente do partido) e o doleiro Alberto Youssef.

Por isso, vazou, propositalmente, a mentirinha de que o PT deseja ver Vargas fora do Congresso. A pressão pública para que ele saísse do partido já mereceria um Molière do teatrinho petralha. Agora, a insistência para que saia mesmo do PT, expulso por “infidelidade partidária”, conforme processo aberto no Tribunal Superior Eleitoral, é uma manobra diversionista. Não dá para apagar os serviços que Vargas fez aos petistas, em passado recente, apenas detonando-o do PT.

A cúpula petista, na verdade, deseja ganhar tempo. Sabe que hoje, com a apresentação dos jogadores da Seleção Brasileira ao técnico Felipão, começa, efetivamente, a Copa do Mundo da Fifa – que terá efeitos ilusionistas sobre a política e a economia brasileira, até a metade do mês de julho. Até lá, com a maioria esmagadora torcendo fanaticamente pelo time da CBF, os petistas e o governo esperam que muitas broncas, como a Lava Jato, fiquem providencialmente abafadas. [para os brasileiros estupidamente torçam  pela chamada seleção brasileira de futebol  até metade do mês de julho é necessário que a seleção ainda estivesse, naquela data, disputando a Copa do Mundo e o tempo (sempre o senhor da razão) mostrará que a chamada seleção chegará, no máximo, às Oitavas, que terminam no primeiro dia de julho.]

No caso específico de André Vargas, os petistas não querem que ele deponha, tão depressa, ao Conselho de Ética da Câmara, para tentar justificar suas relações com o doleiro Alberto Yousseff. Para isso, uma cassação urgente de André Vargas seria um excelente negócio. A investigação seria suspensa automaticamente. Vargas não teria de explicar, politicamente, qual a relação dele e do amigo doleiro com o Ministério da Saúde na gestão do ministro Padilha. Vargas também não teria de esclarecer a suspeita de tráfico de influência em favor do doleiro nos fundos de pensão de estatais e na Caixa Econômica Federal.


Fonte: Blog Alerta Total -  O Globo

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