terça-feira, 27 de maio de 2014

Aécio "passa um medo enorme" aos que se beneficiaram com Lula, diz Campos




Do UOL, em São Paulo



Eduardo Campos no Roda Viva -

O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou que a pré-candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) gera temor entre a parcela da população beneficiada com as políticas sociais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.


A afirmação foi feita em entrevista nesta segunda-feira (26) ao "Roda Viva" da TV Cultura, quando o socialista respondia a uma pergunta sobre quais seriam as diferenças entre ele e Aécio. 

"A diferença é óbvia. A origem política do Aécio é mais conservadora do que a minha. Aécio participou do ciclo do Fernando Henrique, eu participei do ciclo de Lula", afirmou. 

"Eu reconheço os avanços que FHC fez para o Brasil e não fico só apontado os erros. E o Aécio, os tucanos, tem uma dificuldade enorme de reconhecer os acertos. E aí passa um medo enorme para as áreas do Brasil que viram a importância do presidente Lula."

Na entrevista, Campos fez ataques à presidente Dilma Rousseff, associando-a à "velha política", mas poupou Lula de críticas. "Ele teve a responsabilidade de manter políticas na economia e de aprofundar mudanças que beneficiaram 40 milhões de pessoas", disse Campos. "Tínhamos a expectativa de que a Dilma corrigisse as falhas e promovesse avanços (...) mas ela se enrolou no novelo da velha política."



 

"Tiroteio eleitoral"; veja frases

 

9.mai.2014 - "O dado relevante é que (...) mais de 70% da população quer mudanças e mudanças profundas", afirmou Aécio Neves, pré-candidato tucano à presidência da República, comentando o aumento nas intenções de voto na pesquisa Datafolha Leia mais Pedro Ladeira/Folhapress/Arte UOL
Questionado sobre recente declaração de Lula, em que o ex-presidente teria o comparado a Fernando Collor, o socialista afirmou: "Ele desmentiu, eu aceitei o desmentido, o assessor de imprensa dele ligou pro meu e depois ele [Lula] desmentiu publicamente."

Campos foi indagado sobre o apoio que recebe do ex-deputado Severino Cavalcanti, do PP, expoente do conservadorismo e do que o próprio socialista chama de velha política. E citou a influência do senador José Sarney (PMDB-AP) nas gestões petistas, sem, novamente, responsabilizar Lula pela aliança com o maranhense. "Fiz um governo que não teve no centro das decisões Severino Cavalcanti, como hoje o atual governo tem Sarney no centro das decisões." 

Maconha, aborto e privatizações

 

O ex-governador de Pernambuco afirmou que suas posições sobre a descriminalização do aborto e da legalização da maconha já são conhecidas e que ele não irá mudar de opinião por conta das eleições.

"Não se trata de posicionamento eleitoral, porque sobre todos esses temas eu já tinha uma posição pública, não é o caso de mudar de posição", disse. "São posições conhecidas, eu acho que a legislação atual que o aborto tem, é suficiente. Como cidadão, não como presidente, sou cristão, pai de cinco filhos e não sou favorável ao aborto. Tenho essa posição e não é de hoje."

Quando à legalização da maconha, Campos afirmou este não deve ser o foco do debate sobre as drogas "num país que vive uma epidemia" de usuários de crack.

Campos afirmou que não tem "preconceito com privatizações" e concessões de rodovias, mas que não vê necessidade de privatizar qualquer estatal brasileira neste momento. 

Pesquisas recentes

Na última pesquisa Ibope, divulgada na quinta-feira (22), Campos apareceu com 11% das intenções de voto, contra 40% de Dilma e 20% de Aécio. Na pesquisa anterior, divulgada em 17 de abril, o socialista tinha 6% das intenções.

Já na última pesquisa Datafolha, divulgada em 9 de maio, o pernambucano também obteve 11% das intenções, contra 10% na sondagem feita no início de abril. Na mesma pesquisa, Dilma alcançou 37% da preferência, e Aécio, 20%.

Embora tenham evitado críticas mútuas e focado os ataques à Dilma, Aécio e Campos têm buscado, conforme as eleições de aproximam, tentar expor as diferenças entre as duas candidaturas. Segundo as pesquisas, apenas um dos dois deve ir ao segundo turno contra Dilma.

Nenhum comentário: