Do UOL, em São Paulo
A afirmação foi feita em entrevista nesta segunda-feira (26) ao "Roda Viva" da TV Cultura, quando o socialista respondia a uma pergunta sobre quais seriam as diferenças entre ele e Aécio.
"A diferença é óbvia. A origem política do Aécio é mais conservadora do que a minha. Aécio participou do ciclo do Fernando Henrique, eu participei do ciclo de Lula", afirmou.
"Eu reconheço os avanços que FHC fez para o Brasil e não fico só apontado os erros. E o Aécio, os tucanos, tem uma dificuldade enorme de reconhecer os acertos. E aí passa um medo enorme para as áreas do Brasil que viram a importância do presidente Lula."
Na entrevista, Campos fez ataques à presidente Dilma Rousseff, associando-a à "velha política", mas poupou Lula de críticas. "Ele teve a responsabilidade de manter políticas na economia e de aprofundar mudanças que beneficiaram 40 milhões de pessoas", disse Campos. "Tínhamos a expectativa de que a Dilma corrigisse as falhas e promovesse avanços (...) mas ela se enrolou no novelo da velha política."
9.mai.2014
- "O dado relevante é que (...) mais de 70% da população quer mudanças e
mudanças profundas", afirmou Aécio Neves, pré-candidato tucano à
presidência da República, comentando o aumento nas intenções de voto na
pesquisa Datafolha Leia mais Pedro Ladeira/Folhapress/Arte UOL
Campos foi indagado sobre o apoio que recebe do ex-deputado Severino Cavalcanti, do PP, expoente do conservadorismo e do que o próprio socialista chama de velha política. E citou a influência do senador José Sarney (PMDB-AP) nas gestões petistas, sem, novamente, responsabilizar Lula pela aliança com o maranhense. "Fiz um governo que não teve no centro das decisões Severino Cavalcanti, como hoje o atual governo tem Sarney no centro das decisões."
Maconha, aborto e privatizações
O ex-governador de Pernambuco afirmou que suas posições sobre a descriminalização do aborto e da legalização da maconha já são conhecidas e que ele não irá mudar de opinião por conta das eleições.
"Não se trata de posicionamento eleitoral, porque sobre todos esses temas eu já tinha uma posição pública, não é o caso de mudar de posição", disse. "São posições conhecidas, eu acho que a legislação atual que o aborto tem, é suficiente. Como cidadão, não como presidente, sou cristão, pai de cinco filhos e não sou favorável ao aborto. Tenho essa posição e não é de hoje."
Quando à legalização da maconha, Campos afirmou este não deve ser o foco do debate sobre as drogas "num país que vive uma epidemia" de usuários de crack.
Campos afirmou que não tem "preconceito com privatizações" e concessões de rodovias, mas que não vê necessidade de privatizar qualquer estatal brasileira neste momento.
Pesquisas recentes
Na última pesquisa Ibope, divulgada na quinta-feira (22), Campos apareceu com 11% das intenções de voto, contra 40% de Dilma e 20% de Aécio. Na pesquisa anterior, divulgada em 17 de abril, o socialista tinha 6% das intenções.Já na última pesquisa Datafolha, divulgada em 9 de maio, o pernambucano também obteve 11% das intenções, contra 10% na sondagem feita no início de abril. Na mesma pesquisa, Dilma alcançou 37% da preferência, e Aécio, 20%.
Embora tenham evitado críticas mútuas e focado os ataques à Dilma, Aécio e Campos têm buscado, conforme as eleições de aproximam, tentar expor as diferenças entre as duas candidaturas. Segundo as pesquisas, apenas um dos dois deve ir ao segundo turno contra Dilma.
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