Ciberterrorismo
Informante da agência de
inteligência norte-americana foi o principal articulador do grupo
virtual Anonymous durante ataques realizados a diversos órgãos públicos.
Governo brasileiro não foi avisado
por Diego Sartorato, da RBA
publicado
07/06/2014 16:27
São Paulo – Registros do mIRC, plataforma de
chat utilizada por ativistas digitais para evitar o monitoramento de
governos e agências de inteligência sobre suas trocas de mensagens, divulgados hoje com exclusividade pelo blog norte-americano Motherboard
comprovam o envolvimento direto de um hacker cooptado pelo FBI
(Escritório Federal de Inteligência do governo norte-americano, na sigla
em inglês) na série de ataques promovidos pelo grupo virtual Anonymous
entre 2011 e 2012 contra diversas páginas oficiais do governo
brasileiro.
Hector Xavier Monsegur, hacker norte-americano conhecido na rede pelo apelido Sabu, foi preso em meados de 2011 pelo FBI, mas seguiu ajudando a organizar ataques virtuais sob a tutela da agência norte-americana até março de 2012, quando sua condição de informante foi revelada, e seus colaboradores norte-americanos, presos.
Nesse período, foi o mentor dos ataques promovidos por representantes brasileiros do Anonymous, coletivo de ativistas virtuais anônimos, por meio da disponibilização de senhas de acesso para diversas páginas oficiais brasileiras.
Entre os sites que Sabu ajudou a invadir e derrubar estão o da Presidência da República, o portal Brasil.gov.br e o site da Polícia Militar do Distrito Federal, entre outros. Em abril de 2012, o site da Rede Globo também foi alvo do grupo de hackers organizado por Sabu.
O FBI acompanhou todas as ações, inclusive planos para derrubar sua própria página na internet, o que ocorreu em março de 2012.
A agência de inteligência gravou e guardou todas as páginas de trocas de mensagens entre Sabu e os hackers brasileiros, inclusive informações sobre como invadir domínios do governo brasileiro, um ano antes de o ex-analista da CIA (Agência Central de Inteligência do governo estadunidense, na sigla em inglês) Edward Snowden revelar que o governo americano mantinha espionagem sobre celulares e e-mails das embaixadas brasileiras, da Petrobras e da própria presidenta Dilma Rousseff.
O governo brasileiro não foi informado sobre a investigação do FBI ou as informações reunidas pela agência.
Após os ataques, o governo de Dilma Rousseff (PT) apressou a aprovação do Marco Civil da Internet, que dificultou a colaboração de empresas com os esforços de espionagem dos Estados Unidos sobre governos de outros países.
O projeto original incluía até a obrigatoriedade de que os servidores com dados de usuários brasileiros tivessem de ser obrigatoriamente instalados no Brasil, mas a proposta não passou pelo Congresso Nacional, que atendeu a pedidos das empresas para evitar os custos de instalação das estruturas e a interrupção de serviços no país enquanto as adequações não fossem feitas.
O Anonymous, grupo descentralizado sem organização fixa, serve como "fachada" para diversos ciberativistas que se dizem apartidários e apolíticos, e que militam pelo direito à privacidade de informações de usuários da internet, ao mesmo tempo em que lutam pela democratização da informação pública por meio da internet, em especial arquivos sigilosos de governos e de grandes corporações.
O caráter horizontalizado do grupo, no entanto, permite a "infiltração" de agentes que não necessariamente perseguem os objetivos pregados pelo Anonymous em escala global.
Em março deste ano, o Anonymous BR, que reúne os hackers brasileiros alinhados com o coletivo, sofreu uma dissidência justamente por conta da "infiltração" de agentes políticos no grupo: um manifesto assinado pelo agrupamento de Curitiba do Anonymous acusou o Anonymous BR de ser instrumento de partidos de direita, que estariam tomando os símbolos e técnicas do grupo para insuflar movimentos exclusivamente contra governos petistas, e em especial o da presidenta Dilma.
Pela filosofia anarquista do grupo, governos de todos os partidos brasileiros deveriam ser alvo do Anonymous, acusaram os militantes, que abandonaram o codinome.
Hector Xavier Monsegur, hacker norte-americano conhecido na rede pelo apelido Sabu, foi preso em meados de 2011 pelo FBI, mas seguiu ajudando a organizar ataques virtuais sob a tutela da agência norte-americana até março de 2012, quando sua condição de informante foi revelada, e seus colaboradores norte-americanos, presos.
Nesse período, foi o mentor dos ataques promovidos por representantes brasileiros do Anonymous, coletivo de ativistas virtuais anônimos, por meio da disponibilização de senhas de acesso para diversas páginas oficiais brasileiras.
Entre os sites que Sabu ajudou a invadir e derrubar estão o da Presidência da República, o portal Brasil.gov.br e o site da Polícia Militar do Distrito Federal, entre outros. Em abril de 2012, o site da Rede Globo também foi alvo do grupo de hackers organizado por Sabu.
O FBI acompanhou todas as ações, inclusive planos para derrubar sua própria página na internet, o que ocorreu em março de 2012.
A agência de inteligência gravou e guardou todas as páginas de trocas de mensagens entre Sabu e os hackers brasileiros, inclusive informações sobre como invadir domínios do governo brasileiro, um ano antes de o ex-analista da CIA (Agência Central de Inteligência do governo estadunidense, na sigla em inglês) Edward Snowden revelar que o governo americano mantinha espionagem sobre celulares e e-mails das embaixadas brasileiras, da Petrobras e da própria presidenta Dilma Rousseff.
O governo brasileiro não foi informado sobre a investigação do FBI ou as informações reunidas pela agência.
Após os ataques, o governo de Dilma Rousseff (PT) apressou a aprovação do Marco Civil da Internet, que dificultou a colaboração de empresas com os esforços de espionagem dos Estados Unidos sobre governos de outros países.
O projeto original incluía até a obrigatoriedade de que os servidores com dados de usuários brasileiros tivessem de ser obrigatoriamente instalados no Brasil, mas a proposta não passou pelo Congresso Nacional, que atendeu a pedidos das empresas para evitar os custos de instalação das estruturas e a interrupção de serviços no país enquanto as adequações não fossem feitas.
O Anonymous, grupo descentralizado sem organização fixa, serve como "fachada" para diversos ciberativistas que se dizem apartidários e apolíticos, e que militam pelo direito à privacidade de informações de usuários da internet, ao mesmo tempo em que lutam pela democratização da informação pública por meio da internet, em especial arquivos sigilosos de governos e de grandes corporações.
O caráter horizontalizado do grupo, no entanto, permite a "infiltração" de agentes que não necessariamente perseguem os objetivos pregados pelo Anonymous em escala global.
Em março deste ano, o Anonymous BR, que reúne os hackers brasileiros alinhados com o coletivo, sofreu uma dissidência justamente por conta da "infiltração" de agentes políticos no grupo: um manifesto assinado pelo agrupamento de Curitiba do Anonymous acusou o Anonymous BR de ser instrumento de partidos de direita, que estariam tomando os símbolos e técnicas do grupo para insuflar movimentos exclusivamente contra governos petistas, e em especial o da presidenta Dilma.
Pela filosofia anarquista do grupo, governos de todos os partidos brasileiros deveriam ser alvo do Anonymous, acusaram os militantes, que abandonaram o codinome.
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