domingo, 8 de junho de 2014

Internet é cada vez mais utilizada, porém pode prejudicar campanhas



A tática que vem sendo usada para evitar que a Justiça Eleitoral seja acionada é de não pedir voto diretamente
 
Suzano Almeida
suzano.almeida@jornaldebrasilia.com.br


A propaganda eleitoral para quem quer disputar as eleições deste ano começa oficialmente no dia 6 de julho. 

Porém, as redes sociais estão repletas de anúncios patrocinados de fan pages e perfis de pré-candidatos que já estão em clima de campanha. 

A tática que vem sendo usada para evitar que a Justiça Eleitoral seja acionada é de não pedir voto diretamente, mas propôr “mudanças” e “discussões” sobre assuntos que serão temas nas eleições.

O especialista em marketing político, Danillo dos Santos, alerta: muitas vezes os candidatos acabam abusando das propagandas e prejudicam a própria campanha. “Parece que todo candidato sabe de tudo. Quando é assim mostramos como nosso trabalho funciona e o que deu certo e errado em campanhas passadas, nas quais os candidatos receberam multas ou acabaram com candidaturas impugnadas por propaganda irregular”, lembra.

Conteúdo
A especialista em Mídias Sociais, Letícia Almeida, explica que a internet poderá ser responsável pela queda de candidatos que a utilizarem mal. “As redes sociais são artifícios que podem fazer um candidato se destacar, mas podem derrubar, se usadas de forma incorreta. A dica é usar as redes sociais e e-mails para divulgar projetos, ações e jamais para compra de votos. O pré-candidato pode até colocar pontos de vista, mas sempre tomando muito cuidado e separar o pessoal do trabalho”, recomenda.

Danillo completa que muitas vezes os candidatos não tem conteúdo para divulgar e acabam se perdendo durante a campanha. Para ele é fundamental que os políticos tenham uma boa assessoria de imprensa, pois são elas que geram o material que é trabalhado pelas agências.

Candidatos não podem pedir votos
Para o especialista em marketing político, Danillo Ferreira dos Santos, as campanhas de muitos candidatos já se iniciaram pelas redes sociais. “As campanhas têm foco ainda no debate político. 
 
Principalmente porque o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffolli, afirmou que só se caracteriza propaganda antecipada o “pedido explícito” de votos. Ou seja: mesmo que a Justiça Eleitoral seja acionada, os tribunais ainda teriam que avaliar se houve ou não o pedido de voto por parte do pré-candidato”, explica Danillo.
 
Apesar da facilidade de atingir milhões de pessoas, a quem acredita que a internet ainda não deve ter muito peso nas eleições deste ano. “A internet será um apoio, mas o candidato ainda terá que andar e conversar muito com eleitores e lideranças”, afirma Danillo.
 
A especialista em Mídias Sociais, Letícia Rodrigues alerta sobre os cuidados com a internet: “São muitos os pontos importantes que não podem ser feitos, como anúncios em outdoors, realização de showmícios e mesmo a participação de artistas com o objetivo de animar comícios e reuniões eleitorais, entres outros. Já para as redes sociais um ponto importante é que o candidato precisa comunicar a justiça eleitoral seu endereço eletrônico hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido pelo País”.
 
WhatsApp  e e-mails serão utilizados
Outra ferramenta que deve ser muito utilizada este ano será o WhatsApp, aplicativo que envia de graça mensagens entre smartphones. Mas o motivo não será apenas a praticidade do aplicativo e sim o fato de ser quase impossível a identificação dos autores de conteúdos veiculados. 
 
“O WhatsApp será muito usado como ferramenta para agressões e denúncias contra candidatos, pois é quase impossível se identificar a origem de um conteúdo, ao contrário do Facebook, onde você consegue encontrar o ID do computador que gerou a mensagem”, analisa Danillo dos Santos.
 
e-mails
A utilização de e-mails, segundo Danillo, também é permitida, assim como as mensagens de texto. Porém, ele ressalta que elas devem conter opções de cancelamento de envio. “O eleitor tem que ter a opção de não receber mais o e-mail, que vem no link no final da mensagem, mas no caso do SMS é mais difícil, pois é necessário que a pessoa retorne a mensagem. Por isso, ainda está sendo estudado pela Justiça Eleitoral se realmente será permitida a utilização desse artifício”, explica.
 
Passos para divulgação dos candidatos
 
Diagnóstico da situação:  Em relação a como serão compostas as alianças, antes do início da campanha.
 
Estratégias:  Qual será a meta da campanha e o público que será atingido por ela.
 
Ação Executiva:  Levar a campanha para as ruas.
 
No Distrito Federal, três pré-candidatos, sendo dois ao governo, foram punidos pelo Tribunal Regional Eleitoral sob alegação de campanha antecipada.
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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