Morgan Freeman, vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Menina de ouro” (2004), está rodando pelos programas de TV dos Estados Unidos nesta semana para promover sua nova série “Through the Wormhole”, no Science Channel. Na terça-feira à noite, ele se sentou para uma conversa com o âncora do programa CNN Newsroom, Don Lemon, que lhe perguntou: “Você acha que a raça desempenha um papel na distribuição de riqueza?”
Veja a resposta curta e certeira de Freeman ⎯ não sobre estatísticas, mas sobre as possibilidades individuais de ascensão dos negros ⎯, que traduzo logo abaixo do vídeo.
Um momento de luz no esquerdismo diário da CNN.
“Hoje? Não. Você e eu [ambos negros], nós somos a prova. Por que a raça teria qualquer coisa a ver com isso? Concentre sua mente no que você quer fazer e corra atrás disso.”
O ator ainda completou, em trecho que ficou de fora deste vídeo:
“[A raça] é uma espécie de religião para mim, é uma boa desculpa para não chegar lá.”
Perfeito. Este é o lado “Ben Carson” de Freeman. Um homem negro de sucesso que não caiu no coitadismo de raça explorado pela esquerda e agora estimula os demais a lutar para vencer as dificuldades, em busca de seus ideais. Não é uma ideologia política que ressoa em seu discurso. É o senso comum; é a própria experiência pessoal.
Em seguida (a versão maior está aqui), Lemon aproveitou a oportunidade para dizer algo que ele achava que poderia deixá-lo “em apuros” sobre a frequência do tema “raça” nas histórias que ele cobre para a CNN (você jura?…): “Parece que todos os dias eu estou falando sobre raça na televisão, porque ela está no ciclo de notícias, porque é parte das notícias. Mas às vezes eu fico tão cansado de falar sobre isso, quero apenas dizer: ‘Isso acabou, podemos seguir em frente?’”
Freeman, soerguendo-se na cadeira, respondeu:
“Se você fala sobre isso, isso existe. Não é que isto exista e nós nos recusamos a falar sobre isso. O problema aqui é fazer disso um problema maior do que ele precisa ser.”
Esta é a mesma tese que Freeman apresentou a Mike Wallace no programa “60 minutes”, em 18 de dezembro de 2005, resultando em seu famoso vídeo viral sobre o racismo.
Recordar é viver:
É verdade, contudo, que, talvez contrariando suas próprias regras, no programa do esquerdista Piers Morgan na mesma CNN em 2011, Morgan Freeman já chamou os membros do movimento conservador Tea Party de racistas, só porque eles não queriam que Obama fosse reeleito.
Mas este é o lado “Arnaldo Jabor” de Freeman, pelo qual não tenho o menor interesse. O cineasta que fique com ele.
Felipe Moura Brasil – http://www.veja.com/felipemourabrasil
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