As imagens ilustram alguns dos escândalos ou dos malfeitos dos quais o
PT foi acusado ou está envolvido. Alguns já geraram condenação. Outros
estão sob investigação. Outros apenas tiveram o envolvimento direto ou
indireto da cúpula do partido. O que o PT fez não muda mais! A matéria
abaixo é do jornal Folha de São Paulo.
Preocupado com o reflexo que
recentes suspeitas de corrupção e outras irregularidades envolvendo petistas
podem ter na campanha eleitoral deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva orientou a cúpula do partido a responder com rapidez sempre que surgirem
casos como o do deputado estadual Luiz Moura (PT-SP), flagrado numa reunião com
membros da organização criminosa PCC.
A ordem é dar "respostas
imediatas", segundo um interlocutor de Lula, seguindo padrão adotado no
caso do deputado André Vargas (PT-PR), que foi forçado a se desfiliar do
partido após a revelação de sua ligação com o doleiro Alberto Youssef, acusado
de comandar um esquema de lavagem de dinheiro. "Ou a gente endurece no tema
corrupção, ou podemos ir para casa", disse um aliado da presidente Dilma
Rousseff, que concorre à reeleição.
Na avaliação da cúpula do PT,
casos como o de Vargas e Moura são especialmente danosos para a imagem do
partido por associarem petistas a criminosos comuns. "Isso desgasta muito
mais", lamenta um interlocutor de Lula.
O partido sofreu nos últimos anos
por causa do escândalo do mensalão, que levou à prisão ex-dirigentes como o
ex-ministro José Dirceu, mas muitos eleitores associam o caso a crimes de
natureza política, o que provocaria desgaste menor do que o causado por Vargas
e Moura. Dirceu e os outros petistas
condenados por causa do mensalão foram acusados de distribuir dinheiro a
políticos de partidos que apoiaram o governo Lula no Congresso.
O ex-presidente nunca expressou
com clareza sua opinião sobre o que ocorreu durante seu governo, mas numa
entrevista a uma rede de televisão portuguesa, em abril, criticou o julgamento
do mensalão, dizendo que a decisão do Supremo Tribunal Federal foi "80%
política".
Mesmo assim, Lula tem demonstrado
publicamente sua preocupação com o desgaste que o tema da corrupção cria para o
PT. Em maio, num encontro nacional do partido, ele convocou os petistas a
"falar grosso" em defesa da sigla, que não "nasceu para fazer
tudo que os outros fazem".
Lula se preocupa com o dano que
esse fator pode causar à campanha da presidente Dilma, cuja popularidade caiu
muito desde as manifestações de junho do ano passado, em que a corrupção foi um
dos temas dominantes.
Pesquisas encomendadas pelo PT
--às quais Lula tem acesso-- sugerem que essa questão é especialmente
preocupante em São Paulo, maior colégio eleitoral do país e Estado governado
pelo PSDB há quase duas décadas.
Derrotar os tucanos no Estado é
prioridade para Lula neste ano, mas seu candidato a governador, o ex-ministro Alexandre
Padilha, está em quarto lugar na pesquisa mais recente do Datafolha, com 3% das
intenções de voto. Investigações da Polícia Federal
sugerem que Vargas e o doleiro Youssef contaram com o apoio de Padilha para
obter um contrato do Ministério da Saúde. Padilha nega.
SEGUNDA CHANCE
Na avaliação dos petistas, as
vitórias obtidas após o escândalo do mensalão mostram que o eleitorado deu ao
PT uma segunda chance, mas o partido teme que essa boa vontade esteja se
esgotando. Quando o mensalão veio à tona, em
2005, o único petista punido pelo PT foi o tesoureiro Delúbio Soares, expulso
do partido. Mas ele foi reabilitado em 2011, quando o PT aprovou sua
refiliação.
Agora, a ordem é cortar cabeças.
Moura foi suspenso pelo PT na terça-feira (3) e não poderá concorrer à
reeleição em outubro. O caso preocupa Lula porque sua associação com o PCC
enfraquece o discurso que Padilha pretende adotar contra Alckmin na área de
segurança pública.
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