Dilma, ontem, abraçada com o ex-ministro Carlos Lupi, que ela demitiu
por corrupção em 2011. Vale tudo pelos segundos de TV, última esperança
do PT para salvar a reeleição.
Pesquisa Ibope divulgada ontem
trouxe uma série de más notícias para a presidente Dilma Rousseff: sua taxa de
intenção de voto oscilou para baixo, a rejeição a seu nome aumentou, a
possibilidade de haver um segundo turno ficou mais concreta e, nesse caso, a
disputa ficou bem mais apertada. Para completar, a avaliação do governo piorou.
A intenção de voto na petista
passou de 40% pra 38% desde o levantamento anterior do Ibope, concluído em 18
de maio. Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), por sua vez, oscilaram dois
pontos para cima (de 20% para 22% e de 11% para 13%, respectivamente).
A soma das taxas dos adversários
de Dilma, incluídos na conta os chamados nanicos, chega a 42%, quatro pontos a
mais do que o porcentual obtido pela petista. Como a margem de erro da pesquisa
é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, os dois índices estão no
limite da margem de erro - um empate, nesse caso, é estatisticamente
improvável.
Novo contexto. Na pesquisa anterior, Dilma tinha 40%, e os
adversários, somados, 36%. Com a virada, o segundo turno passa a ser um cenário
cada vez mais concreto, já que a eleição só será decidida em rodada única se um
candidato obtiver maioria absoluta dos votos (50% mais um).
Nas simulações de um eventual
segundo turno, Dilma continua na liderança, mas sua vantagem em relação aos
adversários sofreu forte queda desde maio. Ela permaneceu estável, mas houve
crescimento dos candidatos de oposição.
Em um embate com Aécio, a petista
venceria por 42% a 33% se a eleição fosse hoje. No Ibope anterior, o placar era
de 43% a 24% - ou seja, a vantagem da petista caiu de 19 para 9 pontos
porcentuais.
Em um eventual confronto direto
com Eduardo Campos, Dilma lidera por 41% a 30%. Na pesquisa anterior, a petista
tinha 20 pontos porcentuais de folga nessa simulação (42% a 22%).
Entre os principais candidatos,
Dilma foi a única que aumentou seu índice de rejeição: a parcela dos eleitores
que não admite votar nela em nenhuma hipótese subiu cinco pontos porcentuais,
de 33% para 38%.
Aécio e Campos são rejeitados por
18% e 13%, respectivamente. Na pesquisa anterior, os índices eram 20% e 13%.
Gestão desgastada. Pela primeira vez desde a posse da petista, em
janeiro de 2011, o número de eleitores que consideram o governo Dilma Rousseff
ruim ou péssimo superou o porcentual daqueles que avaliam sua gestão
positivamente. Segundo o Ibope, 35% dos eleitores têm opinião negativa sobre o
governo, contra 31% que o consideram ótimo ou bom.
O índice de avaliação positiva do
governo voltou ao patamar medido pelo Ibope em julho do ano passado,
imediatamente depois das manifestações que levaram milhões às ruas. A situação
da presidente, no entanto, é ainda pior hoje, pois o número dos que consideram
o governo ruim ou péssimo à época empatava com as avaliações positivas - 31%. A tendência das avaliações
favoráveis é de queda. Em maio, 35% julgavam o governo ótimo ou bom - quatro
pontos a mais que hoje.
Embora o porcentual de avaliação
negativa tenha apenas oscilado em relação ao número medido pelo Ibope em maio -
33% de ruim ou péssimo na pesquisa do mês passado -, o total desses brasileiros
tem crescido constantemente desde novembro de 2013, Na época, a avaliação
negativa do governo era de apenas 24%.
Oscilou para cima também o número
de pessoas que consideram a gestão Dilma regular: de 30% em maio para 32%
agora.
Além de colher opiniões sobre o governo como um todo, o Ibope também mediu a aprovação ao desempenho pessoal de Dilma no cargo. O número de pessoas que desaprova a forma como a presidente vem gerindo o País também subiu em relação a maio: de 48% para 51%. Já o das que aprovam caiu na mesma proporção - de 47%, em maio, para 44%, agora.
Regiões. O desgaste da presidente Dilma Rousseff não se manifesta
em todas as regiões do País, segundo a pesquisa Ibope. No Nordeste, ela até
melhorou: sua taxa de intenção de votos passou de 52% para 58% desde maio.
No Sul, porém, a petista caiu de
39% para 31%, e ficou em situação de empate técnico com o pré-candidato do
PSDB, Aécio Neves, que foi de 17% para 32%. No Sudeste, onde vivem quatro de
cada dez eleitores, a preferência por Dilma caiu de 33% para 29%. Aécio ficou
estável, ao oscilar de 24% para 25%, e Campos subiu de 8% para 13%.
Dilma ainda venceria no primeiro turno se dependesse da vontade dos moradores de municípios pequenos, com até 20 mil habitantes. Nessa faixa, ela tem 50% das preferências, e os adversários, somados, 35%. Nas cidades com mais de 100 mil habitantes, a realidade é outra: Dilma aparece com 32%, com apenas oito pontos de vantagem sobre seu adversário mais próximo, Aécio.
A avaliação do governo também vai pior nas regiões Sul e Sudeste, nas quais alcança 45% e 43%, respectivamente, de ruim e péssimo. No Nordeste, os que aprovam o governo são 46%. (Estadão)
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