Tem um lugar no Brasil onde 61% dos eleitores afirmam que
não votariam na presidente Dilma Rousseff “de jeito nenhum”. Lá, 83% da
população quer mudança, um percentual bem mais alto do que no resto do Brasil.
E só 23% aprovam o atual governo.
Provavelmente por isso, tanto Aécio Neves (PSDB) quanto
Eduardo Campos (PSB) venceriam Dilma num segundo turno, com folga, caso a
eleição fosse realizada apenas entre os eleitores desse lugar - o tucano
ganharia por 46% a 34%; o ex-governador de Pernambuco, por 43% a 34%.
É um lugar onde a opinião política do presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, é mais influente que a do
ex-presidente Lula (29% votariam “com certeza” em alguém apoiado pelo
magistrado, enquanto 24% fariam o mesmo com o petista). E onde mais da metade
dos moradores (54%) dizem sentir vergonha pela realização da Copa do Mundo no
Brasil.
Esse lugar é o maior colégio eleitoral do Brasil, o Estado
de São Paulo. Os dados são da pesquisa Datafolha realizada entre os dias 3 e 5
de junho em todo o Brasil, com um número de entrevistas grande o suficiente em
São Paulo para uma análise mais precisa sobre o comportamento eleitoral dos paulistas.
São Paulo destoa do resto do Brasil em quase todos os temas
investigados. Se fossem contabilizados só os votos dos eleitores do Estado, a
disputa presidencial hoje estaria tecnicamente empatada entre Dilma, com 23%, e
Aécio, com 20%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Em São Paulo, Eduardo Campos tem 6%, seguido de perto por
dois candidatos evangélicos: o Pastor Everaldo Pereira (PSC), com 4%, e o
senador Magno Malta (PR-ES), com 3%. Já o candidato do PSTU, José Maria, alcança
2%.
Conforme os resultados apurados em todo o país, 30% do
eleitorado nacional ainda não tem candidato a presidente da República. É um
recorde desde 1989 para esse período pré-eleitoral. Em São Paulo, a soma dos
indecisos com os que afirmam pretender votar em branco ou nulo é ainda maior:
37%.
Os paulistas são mais pessimistas que os demais brasileiros
em todas as questões relacionadas à economia. Entre eles, 69% acham que a
inflação vai subir, 52% esperam aumento do desemprego, 48% entendem que o poder
de compra irá diminuir.
Por encomenda da Folha, o Datafolha ouviu 4.337 pessoas no
Brasil, 2.029 delas no Estado de São Paulo. A margem de erro é sempre de dois
pontos. A taxa de confiança é de 95%. Significa que em 100 levantamentos
parecidos, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95.
Na tabulação dos dados nacionais, as informações sobre São
Paulo são desproporcionalizadas. É o recurso matemático necessário para evitar
que as opiniões dos paulistas fiquem sobrerrepresentadas nos relatórios finais
da pesquisa nacional. (Folha
Poder)
Nenhum comentário:
Postar um comentário