Edição
do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Réu na “Lava Jato”, Paulo Roberto Costa repetiu ontem, no forninho de pizza da CPI da Petrobras, a tática usada pelo Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva para se tornar um inocente prévio, sempre que atacado duramente. O poderoso ex-diretor de Abastecimento da Petrobras jogou toda a culpa na imprensa pela divulgação de acusações, segundo ele falsas, que lhe são imputadas.
Na ofensiva defensiva de Paulo Costa, sobrou até para o falecido Hugo Chávez, indiretamente apontado como culpado pelos altos custos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, sob suspeita de
bilionário superfaturamento.
A tática de Paulo
Roberto Costa – cujo nome andava providencialmente esquecido do noticiário,
depois que o ministro Teori Zavascki mandou soltá-lo – pode terminar em um gol
contra ao final do trabalho minucioso da força tarefa do Ministério Público,
Polícia Federal e Receita Federal no processo da Operação Lava Jato. Os
investigadores analisam provas que vão sacramentar uma ligação direta entre a
atuação de Paulo Costa como gestor e o respaldo que obteve de quem realmente
dava as cartas nas decisões da diretoria executiva e no conselho de administração
da Petrobras.
Os gênios
estratégicos do governo avaliam que o caso Petrobras “já está sob controle”. Na
visão deles, tudo já está blindado, e vai acabar em pizza, inclusive com
relação a Paulo Costa na Operação Lava Jato. A prioridade dos marketeiros do
PT, agora, é a Copa do Jegue. A Seleção Brasileira tem de vencer ou vencer. Do
contrário, perdem Lula, Dilma e os demais petistas. Depois de ontem, a ordem é
colocar Paulo Costa em banho Maria. Os governistas avaliam que foi bem sucedida
a blindagem de bastidores.
Só falta combinar tal jogada com a turma do MPF, Receita e PF...
Só falta combinar tal jogada com a turma do MPF, Receita e PF...
Orientado por um
dos mais astutos e bem pagos advogados criminalistas do País, Nélio Machado,
que o acompanhou na sessão amestrada da CPI, Paulo Roberto Costa chegou a
desafiar os investigadores da “Lava Jato” – que apuram um esquema de lavagem de
dinheiro estimado, inicialmente, em US$ 10 bilhões, envolvendo doleiros e
políticos. No palco armado pelo governo na CPI, Paulo Costa ironizou e
deslanchou: “As investigações podem ir até a Petrobras e levantar o que
quiserem. Não vão encontrar nenhuma irregularidade”.
Paulo Roberto Costa
chegou a fazer voz de choro, e falou em terceira pessoa sobre seu próprio
personagem, ao negar que seja uma figura de tanta importância quanto a imprensa
lhe atribui: “Não existe homem-bomba nenhum. Dizer que Paulo Roberto Costa
comandava uma organização criminosa dentro da Petrobras é uma maluquice. Tenho
certeza de que um dia isso vai ser esclarecido na Justiça. Quero que as pessoas
que fizeram essa maldade reflitam sobre isso. Foi uma carga muito pesada”.
Paulo Roberto Costa
também obedeceu à tática do governo de blindar, no discurso, a Petrobras, para
que a empresa não se transforme em prato feito para a oposição engolir o
governo na campanha reeleitoral. Paulo Costa fez uma defesa apaixonada da
companhia, culpando a imprensa:
“Disseram que a Petrobras era uma casa de negócios, que tinha organização criminosa na Petrobras. Repudio isso veementemente. Muita coisa foi dita de forma antiética, sem provas. A Petrobras não é uma empresa bandida. E não tem bandidos nos quadros da Petrobras. Isso vai ser esclarecido no momento oportuno. A empresa não é e nunca será uma
empresa bandida como tem sido colocado nesses tempos”.
“Disseram que a Petrobras era uma casa de negócios, que tinha organização criminosa na Petrobras. Repudio isso veementemente. Muita coisa foi dita de forma antiética, sem provas. A Petrobras não é uma empresa bandida. E não tem bandidos nos quadros da Petrobras. Isso vai ser esclarecido no momento oportuno. A empresa não é e nunca será uma
empresa bandida como tem sido colocado nesses tempos”.
Paulo Roberto Costa culpou a PDVSA, a estatal de
petróleo da Venezuela, pelo atraso e pela ampliação do projeto inicial da
refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo ele, a empresa venezuelana
demorou três anos para informar à Petrobras as características do petróleo que
seria refinado. O ex-diretor de Abastecimento alegou que a Petrobras teve que
incluir no projeto a construção de dois trens de refinamento porque só assim
seria possível processar o petróleo da PDVSA, petróleo de tipo mais espesso e
pouco apropriado para a produção de gasolina.
Nessa linha
defensiva, Paulo Costa defendeu que não houve fraudes nas obras da refinaria,
mas apenas o equívoco de divulgar, em 2005, três anos antes do início da
licitação, que a obra custaria US$ 2.5 bilhões (quando hoje já chega a US$ 18
bilhões). Versão de Paulo Costa: “Não houve má fé. Não houve erro técnico.
Houve erro de divulgar um dado que era extremamente preliminar. O projeto da
Abreu e Lima, ao invés de ter que ter um trem, teve que ter dois trens de
refino, que não era na previsão inicial. Outro prejuízo não teve. A Petrobras
precisava da refinaria. Se não tivesse petróleo da Venezuela, teria um trem só.
A refinaria sairia mais barata”.
Banco em casa?
Costa alegou que o
dinheiro era fruto uma economia que fazia em todos os seus anos de trabalho e
que não havia nenhuma irregularidade de procedência.
Sobre os R$ 762 mil
encontrados em dinheiro vivo, justificou seria destinado a pagar contas, já que
se tratava de um empréstimo feito com um amigo, que declarou à Receita Federal.
No início da
Operação Lava-Jato, a Polícia Federal apreendeu R$ 762 mil e aproximadamente
US$ 180 mil num cofre na residência do ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras.
Brizolista eterna!
Dilma ontem mostrou
o quanto sua cabeça política fica meio confusa, na hora de definir sua postura
ideológica.
Na convenção do
PDT, que homologou o apoio a sua reeleição, Dilma soltou esta pérola de discurso:
“Eu fui do PDT do
Brizola, com ele e com o PDT aprendi muitas coisas da minha vida política. Sou
do PDT do Lula, desculpa, do PT do Lula, ato falho. A gente pode fazer uma
síntese: é o PDT do Lula e o PT do Brizola. A gente mistura os dois, tudo junto
e misturado. Essas duas siglas têm o compromisso histórico, temos a mesmas
ambições políticas para o povo brasileiro. Nós juntos somos invencíveis,
separados somos fracos. Juntos temos a capacidade de construir um novo Brasil,
nós só começamos”.
Decadência
Mais espaço para
traição
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 11 de Junho de 2014.
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