Hoje estou meio amuado. Talvez seja essa encheção de saco
sobre a Copa. A imprensa acha que deve dedicar 99% do noticiário a coisas
ligadas a ela, quando isto são favas contadas e não há mais retorno, o dinheiro
gasto e roubado nunca vai ser revertido em benefício da população, o
plenipotenciário megalomaníaco e apedeuta-mor não vai reconhecer que houve
exageros, seus sequazes continuam se beneficiando de todos os seu erros e
roubos, os idiotas seguem dizendo amém a tudo que ele vomita por aquela boca
imunda e o Brasil do PT continua em sua saga em busca do poder sem causa.
Portanto, limito-me, muito a contragosto, a copiar e colar
quem pode falar por mim.
José Casado: Lucros na África
Numa tarde de quarta-feira de um ano atrás, 22 de maio,
Dilma Rousseff pediu e o Senado concedeu, sem debate, perdão sobre 79% da
dívida que o Congo-Brazzaville mantinha pendente com o Brasil há quatro
décadas.
O débito somava US$ 353 milhões. O governo brasileiro
renunciou a US$ 278 milhões. Aceitou receber US$ 68,8 milhões - em até 20
parcelas trimestrais até 2019 -, do país que é o quarto maior produtor de
petróleo da África.
O perdão de Dilma foi o desfecho de uma operação iniciada em
2005 no Ministério da Fazenda, sob o comando de Antonio Palocci. O objetivo era
abrir caminho para empreitadas privadas brasileiras no Congo-Brazzaville.
Cravado no coração africano, tem o tamanho de Goiás. É
referência no mapa de produção de petróleo e se destaca na rota dos diamantes
“de sangue” - sem origem -, moeda corrente no submundo de armas e do
narcotráfico.
Seus quatro milhões de habitantes sobrevivem com renda per
capita (US$ 2.700) semelhante à do Paraguai. O poder local está concentrado no
clã de Denis Sassou Nguesso, de 71 anos, que se tornou um dos mais longevos
cleptocratas africanos. Ex-pobres, os Nguesso detêm bilionário patrimônio no
qual constam 66 imóveis de luxo na França, em áreas nobres do eixo
Paris-Provence-Riviera - segundo documentos de tribunais de Londres e Paris.
O herdeiro político, Denis Christel Nguesso, dirige os
negócios do petróleo e tem peculiar apreço pela ostentação: extratos de seus
cartões de crédito, anexados a processos por corrupção na França e no Reino
Unido, sugerem uma rotina de extravagâncias na compra de roupas no circuito
Paris-Mônaco-Marbella-Dubai. Para a Justiça britânica é óbvio que ele é
financiado “pelos lucros secretos obtidos em negociações da estatal de
petróleo”, como afirmou o juiz Stanley Burnton em sentença.
Os Nguesso têm intensificado seus laços com o Brasil. Com o
perdão da dívida caloteada nos anos 70, o clã congolês já entregou US$ 1 bilhão
em contratos ao grupo Asperbrás, controlado pelos empresários José Roberto e
Francisco Carlos Jorge Colnaghi, de Penápolis (SP), cuja receita com a venda de
tubos e conexões no mercado brasileiro foi de US$ 15 milhões no ano passado.
Do total contratado, US$ 400 milhões foram para perfuração
de quatro mil poços artesianos. O preço médio (US$ 100 mil por furo) ficou dez
vezes acima do que é pago pelos países vizinhos. Outros US$ 200 milhões foram
destinados a um mapeamento geológico por fotografia, nove vezes mais caro do
que o similar executado em Camarões com crédito do Banco Mundial. E houve mais
US$ 500 milhões para a construção de alguns galpões industriais em área próxima
da capital.
A oposição e organizações civis internacionais com atividade
no país estão convencidas de que os Nguesso agregaram a Asperbrás aos seus
interesses patrimoniais. Os Colnaghi têm crescido em negócios centro-africanos,
às vezes apoiados pelo empresário Maxime Gandzion, predileto dos Nguesso para
contratos de petróleo. No Brasil mantêm relações fluidas com Palocci, um dos
mais discretos caciques do PT, ex-ministro e chefe da campanha eleitoral de
Lula em 2002 e de Dilma em 2010. Costumam emprestar-lhe aviões da frota
familiar, especialmente um modelo Citation (prefixo PT-XAC).
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