Cinicamente,
Dilma Rousseff tira a corrupção debaixo do tapete, abraça Carlos Lupi
de novo e aposenta de vez a faxineira.Não tem nível para criticar a
Oposição.
O
beijo de Carlos Lupi em Dilma Rousseff, dias antes de ser demitido por
envolvimento em corrupção. O mito da faxineira ainda estava vivo.
Três anos depois, lado a lado com o mesmo Lupi. A faxineira morreu e está fedendo a cada pesquisa eleitoral.
Hoje
Dilma foi ao encontro do PDT receber os segundos do partido para a
propaganda eleitoral. Para isso, voltou a abraçar Carlos Lupi,
ex-ministro do Trabalho e presidente do partido, que ela demitiu em
2011. Naqueles tempos em que mentia ao país que não aceitava corrupção
no seu governo. Fosse só isso, até dava para entender, porque o PT de
Dilma é o PT do Mensalão e das falcatruas na Petrobras., onde ela
presidiu o Conselho de Administração, dando a última palavra sobre todos
negócios da estatal. No entanto, Dilma desandou a atacar a Oposição,
depois de participar de um ato eleitoral em pleno horário de trabalho.
Ou não é crime eleitoral fazer discurso político no exercício do cargo,
no meio da manhã?
Nem
vale a pena referir as críticas de Dilma Rousseff, abraçada e
dirigindo-se com familiaridade a um ex-ministro demitido por corrupção.
Abaixo, reproduzimos uma matéria de O Globo, de 4 de dezembro de 2011,
para relembrar quem foi Dilma Rousseff e quem foi Carlos Lupi. Ou
melhor, quem são!
O
ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do PDT, entregou neste domingo à
presidente Dilma Rousseff seu pedido de demissão. Ele se antecipou,
desta forma, à decisão da presidente, que convocou para esta
segunda-feira reunião da coordenação política para tratar
especificamente do caso. Na sexta-feira, em Caracas, Dilma já dera a
indicação de que bateria o martelo sobre o futuro de Lupi nesta segunda.
Afirmou ainda que tomava decisões objetivas e que não era nada
romântica, em alusão ao fato de Lupi ter dito declarado "Dilma, eu te
amo" em audiência no Congresso Nacional. Lupi é o sexto ministro a cair
envolvido em escândalos de corrupção no mandato da presidente Dilma
Rousseff.
Lupi
entregou seu pedido à tarde, após rápido encontro, de cerca de meia
hora, no Palácio da Alvorada. Na reunião, a presidente deixou claro que
já havia decidido que demitiria o ministro, após a reunião de
coordenação política convocada para debater o tema. A Lupi coube apenas a
opção de se antecipar e apresentar seu desligamento.
A
expectativa de setores do PDT era que Dilma tomasse a iniciativa de
demitir Lupi. Para vários integrantes da sigla, a presidente deveria ter
feito isso quando a Comissão de Ética Pública recomendou a exoneração
do ministro, na quinta-feira passada, por inconsistência nas explicações
sobre denúncias de irregularidades no Ministério do Trabalho. No
entanto, Dilma avaliou que se o fizesse ficaria a reboque de um grupo
auxiliar da Presidência da República. Desta forma, ter pedido
esclarecimentos à Comissão sobre a recomendação foi apenas uma forma de
ganhar tempo.
O
secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Roberto Pinto,
foi confirmado como ministro interino da pasta. Ele ocupará o cargo até a
reforma ministerial que a presidente Dilma fará em janeiro,
provavelmente após suas férias de dez dias logo no início do ano. Não há
certeza de que o Trabalho ficará com o PDT, tampouco que migrará para o
PT, que cobiça retomar a pasta. Existe ainda uma possibilidade de o
PMDB assumir o cargo - por exemplo, na hipótese de se fundirem os
ministérios do Trabalho e da Previdência, o que está em estudo no
Palácio do Planalto.
Lupi se diz perseguido
Em
nota oficial, Lupi confirmou a decisão em “caráter irrevogável” e se
disse perseguido pela “mídia” e pela Comissão de Ética da Presidência,
que teria recomendado sua demissão “sumariamente” e sem dar “direito de
defesa”.
“Tendo
em vista a perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo
há dois meses sem direito de defesa e sem provas; levando em conta a
divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da República –
que também me condenou sumariamente com base neste mesmo noticiário sem
me dar direito de defesa -- decidi pedir demissão do cargo que ocupo,
em caráter irrevogável.
Faço
isto para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste
país contra o Trabalhismo não contagie outros setores do Governo.
Foram
praticamente cinco anos à frente do Ministério do Trabalho, milhões de
empregos gerados, reconhecimento legal das centrais sindicais,
qualificação de milhões de trabalhadores e regulamentação do ponto
eletrônico para proteger o bom trabalhador e o bom empregador, entre
outras realizações.
Saio
com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade
pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence.
A
Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto divulgou também nota na
qual informa o pedido de demissão e diz que a presidente Dilma agradece
"a colaboração, o empenho e a dedicação" de Lupi enquanto esteve à
frente da pasta e afirma que Lupi "continuará dando sua contribuição ao
pais". Abaixo, a íntegra da nota:
"O
ministro do Trabalho e do Emprego, Carlos Lupi, apresentou hoje, em
caráter irrevogável, sua demissão à Presidenta Dilma Rousseff.
A
Presidenta agradece a colaboração, o empenho e a dedicação do ministro
Lupi ao longo de seu governo e tem certeza de que ele continuará dando
sua contribuição ao pais. A partir desta segunda-feira, responde
interinamente pelo Ministério do Trabalho o secretario executivo Paulo
Roberto dos Santos Pinto".
Cronologia da crise
A
cronologia da crise começa no dia 5 de novembro. Reportagem do GLOBO
revelou que a CGU constatou indícios de desvios de dinheiro em convênios
do Ministério do Trabalho com pelo menos 26 ONGs. A revista “Veja”
denunciou também que o coordenador de qualificação do Ministério do
Trabalho, Anderson Alexandre dos Santos, participava de suposto esquema
de cobrança de propina de ONGs. No mesmo dia, Carlos Lupi afastou Santos
- que é filiado ao PDT do Rio, mesmo partido do ministro.
No
dia 8 de novembro, Lupi e o comando do PDT desafiaram a presidente
Dilma Rousseff e avisaram que, em caso de demissão, o partido deixaria o
governo. Numa entrevista após reunião da executiva do partido, o
ministro diz: "Para me tirar do ministério, só se eu for abatido à
bala".
No
início de novembro, quando as denúncias envolvendo Lupi começaram a
ganhar manchetes de jornal, o ministro veio a público desafiar a
presidente, afirmando que duvidava que ela o demitisse. Depois, ao ser
advertido pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, de que havia
extrapolado o tom, ele tentou retratar-se e pediu desculpas, declarando
que amava a presidente.
Lupi
vai à Câmara apresentar explicações, mas mente sobre a carona em um
jatinho. Reportagem do dia 1 de dezembro da “Folha de S.Paulo” mostrou
que Lupi acumulou cargos na Câmara de Deputados e na Câmara Municipal do
Rio. Ele já tinha sido acusado, anos antes, de acumular a presidência
do PDT com o cargo de ministro.
Na
sexta-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República
aprovou recomendação para que a presidente Dilma demitisse o ministro do Trabalho. Dilma pediu, logo em seguida, explicações sobre à comissão.
10 de junho de 2014
in coroneLeaks
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