Fabiana Ikeda precisa de medula óssea 100% compatível de oriental ou descendente, como ela. Este é considerado o único meio de sobrevivência
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Fabiana Ikeda de Oliveira, ativista social, 37 anos, foi diagnosticada com Leucemia Linfóide Aguda no mês passado.
Para se livrar da doença, ela precisa fazer um transplante de medula óssea, por meio de um doador que seja 100% compatível – oriental ou descendente, como ela. Este é considerado o único meio de sobrevivência. Hoje, segundo dados do Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), 113 pessoas, entre japoneses, coreanos e chineses, aguardam um doador. Para ajudá-la na caminhada, familiares e amigos lançaram uma campanha no Facebook.
Cansaço e pequenas manchas no corpo eram os principais sintomas que Fabiana apresentava, antes de descobrir a doença. “Achei que fosse estresse. A médica pensou que pudesse ser fibromialgia, por conta das dores que eu sentia no corpo”, conta. Quando ela voltou ao médico, o laboratório que fez o exame de sangue entrou em contato para afirmar que havia alteração nos glóbulos brancos. “Eu fiz todos os exames, há um ano, e não tinha nada. A doença é muito rápida e agressiva”, conta. A data da descoberta da doença de Fabiana é a mesma em que a mãe recebeu o mesmo diagnóstico, há três anos. No entanto, ela sobreviveu somente por 24h depois da confirmação.
Apesar de ser brasileira, Fabiana tem genética 100% japonesa, pois os avós maternos e paternos nasceram naquele país. Somente 3,44% dos doadores cadastrados são orientais ou descendentes, somando 117,3 mil pessoas.
Miscigenação
A compatibilidade com orientais independe de origem, cor ou raça, mas a probabilidade é maior entre orientais de raça amarela.
“O problema é que no Brasil a população é miscigenada”, explica o médico hematologista Alexandre Hirayama. “As chances serão maiores de encontrar doadores 100% compatíveis”, garante o especialista.
Campanha em prol da cura
A iniciativa de amigos e familiares em prol da luta da ativista
social pela sobrevivência chama a atenção da população sobre o assunto.
Intitulada “Você Pode Salvar Fabiana Ikeda”, a campanha também pretende
auxiliar outros portadores da doença espalhados pelo mundo. “Além de
ajudar a Fabiana, a ação interfere na vida de outras pessoas que
dependem do transplante para sobreviver ”, relata o marido Daniel
Oliveira, 39 anos.
Fabiana tem recebido palavras de apoio de internautas espalhados
pelo País. “Estou muito feliz com a campanha. Isso fortalece muito. Eu
até estava um pouco descrente do mundo”, ressalta. Para ela, o mais
difícil é ficar longe dos filhos Gabriel, 14, e Tarsila, 9. “Eles
continuam indo à escola, mas nos vemos mais aos fins de semana”,
lembra.
Depois de 40 dias internada, ela passou quatro dias da última
semana em casa. “A experiência foi incrível. Quando vim pra cá
(hospital), Brasília estava seca. Agora, quando saí, vi flores
espalhadas pela cidade”, conta. “A vida é hoje, e não amanhã”,
complementa o marido, Daniel.
Probabilidade
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a probabilidade de
encontrar um doador compatível no Brasil é de um para cada 100 mil
pessoas. O procedimento do transplante de medula é rápido e não traz
riscos. Geralmente, a coleta das células-tronco é feita por meio de uma
veia do braço. No mesmo dia, a pessoa é liberada, com atestado médico.
Como ser doador
1 - Fazer o cadastramento é bem rápido. Vá ao Hemocentro de
Brasília, localizado no Setor Médico Hospitalar Norte, Quadra 3, Bloco
A.
2 - Uma pequena amostra de 5 a 10ml será colhida. Não haverá custos.
3 - Se o seu DNA for compatível com o da Fabiana ou com de outra
pessoa, você fará uma avaliação para analisar a saúde, e logo poderá
realizar a doação e ajudar.
4 - Se tiver alguma dúvida, acesse os sites www.fabianaikeda.com,
www.inca.gov.br e www.facebook.com/ajudefabiana. O telefone do
Hemocentro é (61) 3327-4447.
Saiba Mais
A Leucemia Linfóide Aguda é um tipo de câncer do sistema sanguíneo, não hereditário.
Com a doença, o paciente sofre um dano nas células precursoras da
medula óssea e células doentes começam a se proliferar. Os glóbulos
vermelhos diminuem e vários sintomas aparecem.
Entre os sintomas estão fraqueza, febre e manchas roxas pelo corpo.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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