Nossa vida é rodeada de incentivos ao consumo e estamos tão acostumados com isso que acabamos impondo esse modo de vida às crianças. Se as crianças são o futuro do planeta, devemos nos esforçar para não passarmos esse costume a elas. 


A base da sustentabilidade é a capacidade de uma geração promover o seu próprio bem-estar e também o das gerações futuras. Por isso é necessário consumir de forma responsável, visando proteger os recursos naturais disponíveis, respeitando seus limites e períodos de regeneração e diminuindo a quantidade de lixo. Tudo isso nós já sabemos, o difícil é dizer às crianças que cada uma de suas ações tem impacto na nossa vida e também no meio ambiente.


Atualmente as crianças são induzidas primeiramente a conquistar um espaço no mundo do “ter”, deixando em segundo plano os valores essenciais à sobrevivência da humanidade, como a solidariedade, o senso de responsabilidade com o bem comum, o respeito ao outro e ao meio em que vivemos. Apesar de não estarem preparadas para lidar com as complexas relações de consumo, as crianças são cada vez mais o alvo preferencial dos apelos comerciais e ações de marketing. A alta exposição de crianças a essas mensagens mercadológicas gera problemas como o aumento exacerbado do consumo; aumento da geração de resíduos; obesidade infantil; diminuição das brincadeiras; adultização da infância e erotização precoce.

Como falar com as crianças sobre consumo?

 

 

Desde o nascimento, as crianças são impactadas de alguma maneira pelo ambiente, valores e pessoas a sua volta. Seu modo de vida, sua rotina e o modo com que você enxerga o consumo estará presente no cotidiano delas. É importante garantir o direito das crianças de vivenciarem todas as etapas de seu crescimento (o brincar, o aprender e o dialogar) e ensiná-las valores mais humanos e menos materialistas.


* Converse com seu filho quando não quiser ou não puder ou julgar desnecessário comprar algum objeto. Explique! Parece que não, mas as crianças são capazes de entenderem muito mais do que você imagina; 


* Proponha atividades ao ar livre - em vez de shoppings e outras atividades pagas - brincar no quintal, na praça ou no playground não gasta nada e ainda incentiva a interação com o meio ambiente provando que para se divertir não precisa consumir;


* Em vez de comprar, que tal trocar? Proponha a troca, entre amigos, familiares ou colegas troque roupas, brinquedos, material escolar que não lhe agrada mais por outros itens. Outra opção bacana é combinar: para cada brinquedo ou roupa nova que ganhar ou comprar a criança deve doar um brinquedo/roupa antiga. Assim, para o novo dono, tudo será novo de novo.


* Que tal optar por lanches e sucos naturais, além de gerar menos lixo traz mais benefícios à saúde. E assim até a liga da justiça fica feliz! 


* Proponha dar vida nova ao que antes era lixo. Atualmente quase tudo que compramos vem dentro de embalagens. Uma boa ideia é separar as embalagens pelo seu material e dar uma segunda oportunidade à elas reciclando-as ou reutilizando-as.


E lembre-se que ninguém nasce consumista, o consumo é um hábito que se forma a partir de valores materialistas preexistentes e são responsáveis por sérios problemas para o meio ambiente, para o bolso e também para a cabeça! 




 
Podemos mudar este cenário se repensarmos nossas ações, não passando às nossas crianças nosso gosto e hábito de comprar. Dê o exemplo! Uma atitude muito simples nesse sentido é não levar as crianças aos shopping centers quando você for comprar alguma coisa. Ela terá muito tempo para fazer isso. Agora é hora de ser criança!