26/11/2014 18h44
Ex-diretor de abastecimento da Petrobras mantém conta no país europeu.
Procuradores do MPF viajaram para reunião com membros do MP suíço.
Os procuradores do MPF embarcaram na segunda-feira (24) para a Suíça, com objetivo de tentar localizar o dinheiro que pode ter sido desviado da Petrobras. De posse dos extratos da conta cedidos pelo Ministério Público suíço, a força-tarefa do MPF busca ainda descobrir de onde veio e para onde iria essa quantia. Os procuradores também vão procurar provas de que outros envolvidos na Operação Lava Jato tenham movimentado dinheiro no exterior.
Entre eles, está outro ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, que está preso em Curitiba, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.
Conforme Paulo Roberto Costa, eles também participavam do esquema, sendo que Baiano seria operador do PMDB nos desvios de dinheiro da Petrobras.
A informação foi corroborada por outro executivo, da empresa Toyo Setal, chamado Júlio Camargo. Em um depoimento à Polícia Federal, ele garantiu ter feito depósitos no valor de R$ 6 milhões. A quantia, afirmou, era para a diretoria de Serviços, comandada por Duque. A maior parte foi depositada no banco Credit Suisse, em contas indicadas por Duque e pelo subordinado dele, o gerente de Serviços da estatal, Pedro Barusco.
Júlio Camargo também disse que repassou entre R$ 12,5 milhões a R$ 15 milhões para Fernando Baiano. Segundo o executivo da Toyo Setal, esse dinheiro foi levado para um banco no Uruguai e para várias contas indicadas pelo lobista no exterior.
Lava Jato
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões.
Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, 25 pessoas foram presas pela PF durante esta etapa da operação. Porém, ao expirar o prazo da prisão temporária (de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), na terça (18), 11 suspeitos foram liberados. Outras 14 pessoas, entre as quais o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, continuam na cadeia.
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