A cena mais emblemática da corrupção do PT será mostrada ao Brasil
de todas as formas na propaganda eleitoral. O "homem forte" do PT
desafiando a Justiça para apoiar bandidos também era um deles. Sangra
PT!
Dois dias depois de afirmar que
renunciaria ao mandato de deputado federal, André Vargas (PT-PR) decidiu
contrariar a cúpula petista e deve permanecer na Câmara. Congressistas do partido foram
avisados pelo parlamentar de sua decisão ontem.
Vargas desistiu de renunciar após
constatar que sua renúncia não interromperia o processo de cassação, já aberto
pelo Conselho de Ética de Casa após a revelação de suas ligações com o doleiro
Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Na segunda-feira, o deputado
havia dito à Folha que não estava preocupado com seu mandato, mas com a
situação de seus filhos. Ontem, os correligionários
disseram que Vargas entendeu ser necessário permanecer com o mandato para se
defender das acusações. À tarde, ele formalizou sua
renúncia à vice-presidência da Casa, o que já estava causando incômodo ao PT,
que negocia seu substituto.
O presidente nacional do PT, Rui
Falcão, passou o dia tentando articular a saída de Vargas da Câmara e ficou
irritado com a desistência, segundo a Folha apurou. A decisão faz com que ganhe força
dentro do PT a proposta de abertura de um processo de expulsão do deputado na
comissão de ética da sigla. O processo deve andar na próxima semana.
O líder do PT na Câmara, deputado
Vicentinho (PT-SP), que vinha agindo como porta-voz de Vargas na Casa, subiu o
tom ontem e disse esperar a renúncia para ele "não ter que ficar sangrando
permanentemente". "Mesmo respeitando suas
dificuldades e suas dores, eu sinto que vai chegando a hora da renúncia ao
mandato. Isso vai eliminar uma série de desgastes",disse. Vicentinho disse também que
desistiu de tentar convencê-lo a deixar a Câmara.
A principal preocupação do PT é o
prejuízo eleitoral que poderia resultar de novas revelações sobre a relação do
deputado com o doleiro Alberto Youssef.
LAVA JATO
O início da crise envolvendo
Vargas veio com a revelação de que o petista usou um jato cedido pelo doleiro
para passar férias com a família no Nordeste. O deputado também ajudou Youssef,
segundo a PF, em negociações para a contratação do laboratório Labogen, pelo
Ministério da Saúde, para a fabricação de medicamentos. Depois do início da crise, Vargas
se licenciou do mandato por 60 dias.
Na Operação Lava Jato, a PF
investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro que envolveria doleiros,
políticos, empreiteiras e fornecedoras da Petrobras. Vargas admite que é amigo de
Youssef, mas nega que sua relação com Youssef envolva qualquer irregularidade.(Folha de São Paulo)
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