quinta-feira, 17 de abril de 2014

Economist': Trabalhador brasileiro precisa sair de 'letargia' para economia crescer



Atrasos frequentes evidenciam a baixa produtividade que emperra o crescimento brasileiro


Filas, tráfego, prazos descumpridos e atrasos de todo o tipo são parte do cotidiano brasileiro. Isso também é uma mostra, segundo a edição desta semana da revista britânica The Economist, da baixa produtividade do trabalhador brasileiro, que acaba por segurar o crescimento da economia...
 
A produtividade do trabalhador brasileiro está estagnada há mais de 50 anos e o país precisa ser mais ágil e mais produtivo para voltar a crescer, segundo o texto, cujo título é "50 anos de soneca".
 
A reportagem, ilustrada com a foto de uma pessoa descansando em uma rede na praia, aponta, entre outros fatores para a baixa produtividade, os traços culturais do brasileiro.
 
"Poucas culturas oferecem uma receita melhor para curtir a vida", afirma a revista, após citar empresários que relataram ter enfrentado dificuldades para contratar funcionários.
 
Um deles, segundo a Economist, teria contratado 20 trabalhadores temporários para atuar em suas barracas de fast-food no festival Lollapalloza, em São Paulo, mas apenas dez apareceram.
 
Economias emergentes
 
A Economist lembra que o fator de produtividade no Brasil, que mede a eficiência do trabalho e do capital, é hoje pior do que a dos anos 1960. O semanário também compara o país a outras economias emergentes.
 
Enquanto a produtividade do trabalho foi responsável por 91% da expansão do PIB chinês entre 1990 e 2012, e 67% do PIB indiano, no Brasil esse índice foi de apenas 40%, segundo estudo da consultoria McKinsey.
 
"O restante (do crescimento) veio da expansão da força de trabalho, como resultado de uma demografia favorável, da formalização e do baixo desemprego. Tudo isso vai desacelerar a 1% ao ano (de crescimento) na próxima década", diz uma fonte ouvida pela revista.
 
"Para a economia crescer mais rápido, a um ritmo de 2% ao ano, os brasileiros precisarão ser mais produtivos", conclui.
 
Entre outras razões listadas pela revista para explicar a baixa produtividade do país estão os poucos investimentos em infraestrutura e a educação de baixa qualidade, problemas já conhecidos.
 
A revista também cita o mau gerenciamento e a ineficiência de muitas empresas - muitas delas acostumadas ao protecionismo do Estado.
 
"Ao invés de quebrarem, empresas frágeis sobrevivem graças a várias formas de proteção estatal, que acaba protegendo-as da competição", diz a revista.


Fonte: BBC Brasil - 17/04/2014 - - 09:14:50  BLOG do SOMBRA

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