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Aconteceu em junho de 2010 na cidade de Pontes e Lacerda, no estado do Mato Grosso - MT. O então vereador Lourival Rodrigues de Moraes, de alcunha Kirrarinha, acabava de depor em delegacia da cidade quando a repórter Márcia Pache, da TV Centro-Oeste, se dirigiu a ele e perguntou:
- Vereador, o senhor fala com a gente?
O vereador falou?
Falou, sim. Falou a linguagem dele. Veja o vídeo.
Resultado:
repórter processa o vereador e justiça o condena a um ano de prisão. Prisão de mentirinha para Kirrarinha, pois a pena é em regime aberto;
câmara de vereadores de Pontes e Lacerda cassa o mandato do vereador Kirrarinha.repórter processa o vereador e justiça o condena a um ano de prisão. Prisão de mentirinha para Kirrarinha, pois a pena é em regime aberto;
Antes de continuar, destaque para a justificativa do senhor edil Kirrarinha:
- As pergunta dela fora tendenciosa à nossa pessoa.
O vereador depunha em processo no qual é acusado de esbulho possessório e denunciação caluniosa. O esbulhante é o vereador. O esbulhado, o contribuinte.
Nas eleições de 2010, Kirrarinha teve o pedido de candidatura a deputado estadual indeferido pelo TRE de Mato Grosso. O edil se candidatava pela coligação DEM-PSDB.
Cassado e condenado à prisão, o vereador Kirrarinha foi eleito, em 2011, presidente do diretório do DEM em Pontes e Lacerda.
Continuemos.
Ficaria tudo por isso mesmo não fosse o segundo capítulo que vem depois do primeiro, como nos ensina o velho e sábio conselheiro Acácio.
Segundo capítulo.
Na segunda parte da narrativa, o vereador Kirrarinha vira vereador José Rainha. O partido Democrata vira PT.
E, com os novos personagens, o mesmo vídeo veste outra roupagem, recebe outro título, se mantém no Youtube e o vilão é o PT que, como diz o poeta, não tinha entrado na história.
Os novos títulos do vídeo:
Vereador Jose Rainha do PT Bateu na repórter.
Vereador José Rainha do PT - Cena covarde! A Repórter toma tapão.
Vereador José Rainha agride repórter!
Quem são os autores do esbulho midiático?
Difícil identificar a pessoa física que cometeu o estelionato, mas não tem sido incomum esse tipo de expediente.
Tudo começa com pessoa que assume, por livre e espontânea vontade, o papel de criador de factoide ou é devidamente contratada como "prestadora de serviços" para realizar esse tipo de missão: plantar notícias falsas, distorcer fatos, "repercutir" noticiário fajuto na Internet e naquilo que hoje chamam de mídia.
Internautas crédulos, de boa fé, que aceitam como verdade tudo o que sai na imprensa e na Internet; internautas de má fé, como os que têm por hábito armar esbulhos midiáticos, todos eles se encarregam de passar a mentira adiante.
Há pessoas que consideram como verdadeiro um esbulho dessa ordem não pela qualidade da informação, mas pelo número de vezes que a mentira surge nos resultados dos sistemas de busca.
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