quinta-feira, 17 de abril de 2014

Assim não há agua que chegue!Em dois meses, mapa reúne mais de 700 pontos de vazamentos em SP


Indicações de leitores mobilizaram concessionárias contra desperdício.


Apenas na área atendida pela Sabesp foram mais de 500 pontos.

Do G1 São Paulo

 

Mais de 700 pontos de vazamentos na rede de abastecimento na Grande São Paulo foram apontados por leitores ao longo de poucos mais de dois meses. 

Os dados compilados em um mapa do G1 serviram para apoiar concessionárias na tarefa de economia de água no momento em que o Sistema Cantareira apresenta o menor nível da história.

Apenas na área atendida pela Sabesp na região metropolitana foram mais de 500 pontos. A concessionária disse ter dado resposta para 96% dos casos.
Os leitores também enviaram denúncias, algumas delas com vídeos, por meio da ferramenta colaborativa VC no G1. Boa parte delas foi utilizada pelos telejornais Bom Dia São Paulo e SPTV. (Veja vídeos abaixo).

As equipes de reportagem do G1 e dos telejornais SPTV e BDSP visitaram alguns dos pontos de vazamento denunciados no mapa (veja vídeos acima e abaixo). Em pontos visitados pelo G1 nas últimas duas semanas, nove tinham sido consertados, porém três apresentavam problemas no reparo.

Na Rua Lins de Vasconcelos, na altura do número 3.111, uma equipe da Sabesp tinha estancado o vazamento, porém havia um buraco calçada com tubulação aparente. Depois de ser procurada pela reportagem, a Sabesp conclui o conserto.


Na Rua Vasconcelos Drumond, no Ipiranga, não havia mais vazamento, mas o asfalto ainda não tinha sido consertado. Segundo a Sabesp, "trata-se de uma intervenção de melhoria na adutora Mooca-Cambuci, uma obra de grande porte. Serão trocadas as juntas da tubulação, que precisam ser importadas, e o prazo para conclusão é julho de 2014”.

Na Rua Zacarias de Gois, no Brooklin, não há mais vazamento. A boca de lobo, porém, está totalmente aberta, sem qualquer grade de proteção. Segundo a Sabesp, galerias de águas pluviais são de responsabilidade da Prefeitura.

Túnel Maria Maluf
 
Vazamentos de origem não definida persistem no Túnel Maria Maluf, especialmente sobre a pista que segue sentido Jabaquara. Do lado de dentro foram encontrados sete pontos de vazamento na parede, na pista e no teto. Do lado de fora há um ponto na parede de onde mina água limpa (veja vídeo ao lado).
 
A Sabesp alega ter um estudo detalhado sobre a infiltração de água no túnel e que “as análises das amostras coletadas indicaram não ser água proveniente das redes da Sabesp, concluindo se tratar de água do lençol freático”.


Já a Subprefeitura do Ipiranga diz que a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras solicitou uma análise da água que vaza do túnel e que, de acordo com o laudo técnico, “a água é tratada e, portanto, de procedência da Companhia de Água de São Paulo, que foi acionada para resolver o problema”.

Medidas contra os vazamentos

 
Após o começo da divulgação dos pontos pelos leitores, a Sabesp informou que diminui o tempo de reparos a vazamentos de 48 horas para um período entre 26 e 30 horas, segundo a gerente do Departamento de Relações com Clientes da Região Metropolitana de São Paulo, Samanta Oliveira. A redução no tempo de reparo é de 37,5% se consideradas 30 horas para o conserto.


No fim de abril, o governador Geraldo Alckmin anunciou que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) iria estabelecer o tempo máximo para a Sabesp consertar problemas de vazamento. Nem o tempo limite e nem punições contra a empresa foram divulgados.

Prejuízo com vazamento
 
A presidente da Sabesp, Dilma Penna, afirmou que as perdas visíveis são menos significativas que as perdas subterrâneas e que a empresa tem um programa de redução de perdas, que recebe financiamento do BNDES e que conta com repasse de tecnologia japonesa para o Brasil.



“As perdas que são visíveis, que afloram nas calçadas, no asfalto, representam em torno de 13% a 17% do total das perdas físicas. O grande problema são as perdas que não afloram, as perdas subterrâneas. Por isso, nós estamos importando tecnologia do Japão para identificar o mais rápido possível.”


A Sabesp estima que as perdas físicas girem em torno de 20,3% atualmente. “É muito considerando que aqui é uma área de escassez hídrica”, observou Dilma Penna.

Flagrantes do desperdício
 
Veja abaixo vazamentos retratados pelo BDSP ou SPTV:



 

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