RIO - Cerca de 200 técnicos
sindicalizados do IBGE se reuniram na porta do prédio da diretoria de pesquisa
do instituto, na Avenida Chile, no Centro do Rio, na manhã desta quarta-feira.
O movimento foi organizado para protestar contra a decisão de interromper a
Pnad Contínua, pesquisa mais abrangente sobre desemprego, até janeiro do ano
que vem, anunciada pela presidente do IBGE na última quinta-feira.
Esta é a primeira paralisação de
maior porte desde o início da crise no instituto de pesquisa. Apesar de não
falarem em greve, os sindicalistas afirmam que, nos próximos dias, devem voltar
a organizar protestos. Eles informam ainda que já pediram um encontro com a
presidente do IBGE, Wasmália Bivar, e a ministra do Planejamnento, Miriam
Belchior.
Para Suzana Drummond, uma das
diretoras da executiva nacional do sindicato, a gestão atual está “destruindo a
instituição”. — Estamos fazendo uma mobilização
diária, indo de sala em sala e falando com os funcionários do IBGE. Queremos
uma conscientização de todos. Queremos que eles lutem consoco. Os que decidem
pelo IBGE estão destruindo a instituição — disse a líder sindical.
Durante toda a manhã, diversos
membros do instituto falaram sobre os problemas envolvendo, principalmente, a
administração do atual comitê diretivo do IBGE. Segundo os organizadores do
ato, os funcionários de São Paulo, Salvador, Distrito Federal, Belo Horizonte,
Porto Alegre e Cuiabá também paralisaram suas atividades nesta segunda-feira.
Os questionamentos dos
funcionários são divididos em quatro pontos fundamentais. Eles pedem a
autonomia técnica do instituto, protestam contra cortes orçamentários, pedem
mais concursos públicos e ainda exigem reajuste salarial, sem citar um
percentual específico de reajuste.
— O IBGE é um instituto que serve
ao Estado, não ao governo. Precisamos ter autonomia e o conselho diretor não
pode ser indicado por quem governa. O instituto é de suma importância para o
desenvolvimento do país e decisões como esta (interromper a Pnad Contínua) só
ferem a nossa imagem — completou Suzana.
A decisão da presidência da
instituição já foi contestada formalmente em duas ocasiões. A primeira reação
foi da diretora de pesquisa do IBGE Marcia Quintslr, que pediu para sair do
cargo logo após o anúncio da suspensão da pesquisa. Um dia depois, um grupo de
18 coordenadores e gerentes assinaram uma carta, criticando a interrupção da
pesquisa, e ameaçaram que também poderiam deixar o instituto. Nesta segunda,
outros 45 pesquisadores também se posicionaram contra a paralisação da
pesquisa. ( O Globo)
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