Empresários da cidade preparam-se para receber investidores internacionais. Eles vão usar o Mundial para "seduzir" os estrangeiros.
Camarote em frente ao hospitality, no Mané Garrincha: atrativo para chamar A atenção de investidor internacional.
Além dos tradicionais turistas que visitarão Brasília a lazer para
assistir às partidas da Copa do Mundo, a cidade receberá ainda outro
perfil de visitante: aqueles que estão atrás de negócios. Ao todo, 350
compradores, investidores e observadores internacionais desembarcam na
cidade durante os dois jogos mais importantes do Mundial no DF —
Camarões x Brasil e as quartas de finais, em julho. Eles fazem parte da
comitiva de 2,3 mil representantes de 104 nacionalidades que percorrerão
parte das 27 unidades federativas a convite da Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A
partir do Projeto Copa do Mundo, representantes da entidade garantem
superar a marca de exportações e investimentos atraídos para o Brasil,
que atingiu, em 2013, a casa de US$ 3 bilhões...
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Hermano
Carvalho, é otimista quanto aos resultados das tratativas, embora
reconheça que o quadro de exportações represente pouco no cenário local —
em função da baixa atividade industrial na capital. “Esses empresários
vêm para mudar a visão de que só se faz negócio no eixo Rio-São Paulo.
Temos empresas aqui que, hoje, exportam para 12 países”, analisa.
“Somos uma opção interessante, pois temos uma logística favorável:
estamos no centro do país. As áreas de saúde, agronegócios encontram
guarida aqui. Assim, a expectativa é que os contatos gerem também
empregos e renda para o DF”, continua Carvalho.
Setecentas empresas e entidade setoriais brasileiras, dos mais diversos
segmentos, participam de 800 agendas de negócios com os estrangeiros
durante o projeto. Na prática, são reuniões, palestras, seminários,
visitas a fábricas, a fazendas e a laboratórios. Os encontros ocorrem
nos dias anteriores e posteriores aos jogos de futebol. Um dos
convidados internacionais que marcam presença em Brasília será o
vice-presidente executivo da rede de canais Discovery, Luis
Silberwasser. Ele vai visitar produtora candanga Cinegroup, com sede no
Park Way. A empresa brasiliense possui escritórios em vários estados, no
Distrito Federal e no exterior, e exporta conteúdo para televisões na
África, na Europa, na Ásia, na América Latina e nos Estados Unidos.
Segundo a diretora executiva da Cinegroup, Carolina Guidotti,
Silberwasser conhecerá a estrutura da empresa e os envolvidos no
processo de produção.
Durante a Copa das Confederações, a produtora já havia feito contato
com investidores estrangeiros. Na primeira fase do projeto desenvolvido
pela Apex-Brasil, no ano passado, desembarcaram no país 903 empresários
estrangeiros vindos de mais de 70 países do globo.
Contrapartida
O custo com passagens, hospedagem e itinerários dos visitantes fica a
cargo das empresas que firmaram parceria com a Apex-Brasil. Elas são
responsáveis diretas pelo diálogo com os compradores, investidores e
formadores de opinião vindos do exterior. Como contrapartida, o governo
federal oferece o acesso ao estádio e o hospitality (leia Para saber
mais). “A ideia de trazer esses compradores internacionais para fazerem
uma agenda de negócios aqui tem como objetivo aumentar as exportações
nacionais. Assim, atraem-se investimentos para mais de 70 setores”,
explica Jacir Braga, gerente de Marketing de Relacionamento Apex-Brasil.
Segundo Braga, o segmento de casa e construção é o de maior interesse,
mas os investimentos em tecnologia e moda, por exemplo, também estão se
tornando cada vez mais importantes. “Um fato interessante são as
franquias. Elas serão apresentadas a eles. Entre elas, temos uma
brasiliense, o Giraffas. Em solo nacional, os compradores vão entender
como as nossas funcionam e decidir se levam para o país de origem.”
Jacir Braga destaca o importante papel da cidade em termos de
referências arquitetônicas, com obras reconhecidas internacionalmente.
Além disso, cita o Aeroporto Internacional JK com importante para centro
de conexões. A Associação Brasileira de Franquias (ABF), que fará a
apresentação das empresas nacionais, receberá convidados do Paraguai,
Espanha e Hungria.
Elogios
O presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra),
Antônio Rocha da Silva, destaca a importância da troca de experiências.
Segundo ele, a capital vem recebendo diversas missões internacionais com
empresários de vários países. “Brasília é uma cidade de oportunidades,
principalmente em setores de tecnologia da informação e produção
agrícola”, destaca. Segundo Silva, há países com tecnologias mais
avançadas que o Brasil e, por isso, os estrangeiros valorizar o ramo em
solo nacional. “A parceria ajuda até mesmo na qualidade do produto, que
pode se tornar mais barato e competitivo”, ressalta.
O presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio),
releito ontem, Adelmir Santana, elogia a iniciativa de trazer
empresários estrangeiros para o DF. “A troca de experiência é
necessária, pois se trata de países desenvolvidos com empreendedores
que, de certa forma, têm mais experiência. A ação é importante para um
país em construção, como o nosso”, defende.
Recepção de estrangeiros
O hospitality é uma área de convivência exclusiva, preparada para
facilitar o relacionamento entre os empresários brasileiros e
estrangeiros, nas horas que antecedem o jogo da ocasião. Brasília terá o
único hospitality da Apex-Brasil de onde será possível acompanhar a
partida, devido à configuração do Estádio Mané Garrincha. Em outras
arenas brasileiras, os hospitalities ficam numa área em torno da
construção. No local, serão servidas comidas aos convidados, ao mesmo
tempo em que serão apresentados produtos e serviços nacionais, como
games em tablets e um jogo interativo de futebol. O espaço tem
capacidade para os 190 convidados. O Projeto Copa do Mundo ocorre
durante 12 partidas, em quatro cidades além de Brasília: São Paulo,
Fortaleza, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Fonte: MARIANA LABOISSIÈRE - Correio Braziliense - 22/05/2014 - - 11:09:58
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