Ainda estamos à frente da Argentina de Cristina Kirchner e da
Venezuela de Nicolas Maduro, mas já fomos ultrapassados pelo Uruguai de
José Mujica.
O Brasil caiu quatro posições no ranking de competitividade
e está entre as sete piores economias do Índice de Competitividade Mundial 2014
(World Competitiveness Yearbook - WCY), que será divulgado hoje pelo Institute
for Management Development (IMD) e pela Fundação Dom Cabral. O país agora ocupa
o 54 ºlugar, somente à frente de Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina,
Croácia e Venezuela. Publicado anualmente desde 1989, o guia avalia 60 países.
De acordo com Carlos Primo Braga, professor do IMD e diretor
do grupo Evian, o mais importante a constatar é que há uma tendência de
declínio do Brasil porque pelo quarto ano consecutivo ele apresenta piora na
sua classificação. Braga explica que eventualmente de um ano para o outro há
casos de pioras pontuais na posição relativa de um país, mas no caso brasileiro
já se constata a deterioração em um horizonte de longo prazo. Em quatro anos, o
país perdeu 16 posições. Em 2010, quando a pesquisa avaliava 58 países, como
comparação, o Brasil ocupava o 38 º lugar.
Segundo Braga, houve piora principalmente do ambiente de
negócios, destacou ele, citando, entre vários fatores que contribuem para isso,
a baixa produtividade do trabalho, pela pouca qualificação da mão de obra.
O ranking tem quatro pilares para mensuração dos resultados:
performance econômica, eficiência do governo, eficiência dos negócios e
infraestrutura. São ao todo 338 critérios dos quais dois terços são
relacionados a informações estatísticas (os indicadores usados referem-se a
2013) e um terço é elaborado a partir de questionários com empresários.
A pesquisa mostra que o Brasil manteve no ranking de 2014
uma má performance em itens como: infraestrutura, considerada precária;
abertura da economia, avaliada como pequena por Braga e ruim para o crescimento
do país; e pela sua estrutura institucional-regulatória, tida como ineficiente.
Entre outros problemas do país também está o "aumento significativo de
preços".
Em relação à eficiência do governo, o Brasil está desde 2011
entre os cinco piores países, por não apresentar "simplificação nas legislações
trabalhistas e no sistema regulatório". Pesam desfavoravelmente também a
alta carga tributária direta e indireta e as taxas de juros de curto e longo
prazos que desestimulam o investimento na produção.
"A redução do custo de se fazer negócios no Brasil
deveria ser prioridade do governo, deveria haver formas de reduzir burocracia,
de aumentar a transparência e com isso reduzir a possibilidade de corrupção.
São coisas que deveriam estar no topo da agenda do governo", diz Braga.
A maioria dos países emergentes apresentou uma piora em
relação à sua classificação no ano anterior na pesquisa. De acordo com Braga,
além de ter ocorrido uma melhora relativa de economias centrais da Europa (como
Alemanha) e do Japão, houve um crescimento econômico menor dos emergentes que
explicam essa deterioração. Segundo o ranking, o melhor país em competitividade
são os Estados Unidos (que já lideravam em 2013), seguido pela Suíça, Cingapura
e Hong Kong. (Valor Econômico)
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