Antes de participar de cerimônia de inauguração do Itaquerão,
a presidente Dilma Rousseff se reuniu com representantes do MTST (Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto), no último dia 8 de maio. Participaram da reunião o
prefeito Fernando Haddad, o coordenador do MTST Guilherme Boulos, além de
outras quatro lideranças da organização. A conversa durou cerca de 20 minutos.
Um protesto organizado pelo MTST (Movimento de Trabalhadores
Sem Teto) com apoio de grupos contra a Copa do Mundo nesta quinta (22),
na zona
oeste de São Paulo, reuniu 15 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Ao
fim do ato, o líder do MTST, Guilherme Boulos (o mesmo que sorri na
foto ao lado de Dilma), ameaçou
transformar o mês da Copa no "junho vermelho". Segundo ele, se não
houver mais investimentos em moradia, não vai ter abertura da Copa, no
dia 12.
A manifestação, que ocorreu de forma pacífica, bloqueou
avenidas, fez o comércio fechar as portas e lotou estações de metrô da
região. O ato, que começou no largo da Batata, passou pelas avenidas
Faria Lima e Cidade Jardim e terminou na ponte Estaiada. O MTST calculou
o
número de manifestantes em cerca de 20 mil. Em seus discursos, Boulos (
com quem Dilma tratou diretamente) vem elevando o tom contra os
governos federal, municipal e estadual.
Porém, ele mantém boa relação com as gestões petistas da
presidente Dilma Rousseff e do prefeito Fernando Haddad --Dilma os recebeu na
semana retrasada e Haddad já subiu num carro de som do MTST para dizer que
pretende transformar um terreno invadido pelo movimento em área de moradia
popular.
Por causa do ato, o fluxo na marginal Pinheiros foi
interrompido no sentido Interlagos e piorou o trânsito já travado de ontem --os
próprios sem-teto ficaram "presos" no engarrafamento da av. Faria
Lima, causado pelo excesso de carros e pela chuva. O protesto passou por ícones do consumo de luxo, como o
shopping Iguatemi, que fechou sua entrada principal.
O ato fez parte da série de manifestações organizadas pela
Frente de Resistência Urbana, que tem como bandeiras a reforma urbana, com foco
em moradia, emprego, saúde e educação. A manifestação tinha o apoio do Comitê Popular da Copa, que,
na semana passada, reuniu 1.500 pessoas num ato que acabou em confronto entre
manifestantes e PMs. Há duas semanas, o MTST invadiu sedes de empresas que
construíram estádios que receberão jogos da Copa. "Empresários e a Fifa tiveram seu pedaço do bolo. O
trabalhador agora quer sua fatia", afirmou Boulos.
COPA COM SANGUE
Boulos disse que a situação da invasão "Copa do
Povo", perto do Itaquerão, deve ser resolvida em audiência nesta sexta
(23). Segundo ele, sem garantias de moradia às famílias, haverá
resistência. "Se a opção da construtora e dos governos for tratar a
questão como caso de polícia e buscar garantir posse sem nada para as
famílias,
vai haver resistência. Se querem produzir uma Copa com sangue, essa é a
oportunidade que eles têm." (Folha de São Paulo)
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