Conselheiro do Tribunal de Contas-SP é suspeito de ter recebido propina de uma empresa para aprovar um contrato sem licitação durante governo do PSDB em São Paulo.
É no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo que Robson Marinho passa a maior parte do tempo durante a semana. Ele tem a função de fiscalizar os gastos do Estado e das cidades paulistas, mas foram os gastos dele que chamaram a atenção do Ministério Público. Desde janeiro, o patrimônio do conselheiro é investigado pelos promotores.
Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, é um dos destinos preferidos de Robson Marinho durante as folgas. Ele vai sempre pro mesmo lugar: a Ilha de Araçatiba, com 63 mil metros quadrados.
A ilha tem um ancoradouro, com um quiosque e churrasqueira. Uma casa abriga um gerador de energia elétrica e tem uma passarela sobre as pedras que traz até uma quadra esportiva. E do lado, finalmente, a casa com nove suítes.
Na parte da frente, já sobre as pedras, ficam a piscina e o heliponto. O registro de ocupação está no nome de Robson Riedel Marinho. Ele tem que pagar uma taxa anual de quase R$ 40 mil para a Secretaria do Patrimônio da União pela ocupação da ilha.
Robson Marinho tem outro refúgio perto do mar. É no litoral paulista, em um condomínio de alto padrão, a 100 metros da Praia Domingas Dias, em Ubatuba. O terreno tem 2.300 m². Tudo isso está à venda por R$ 7 milhões.
Robson Marinho mora no Morumbi, zona sul de São Paulo. É preciso passar por uma guarita para chegar até a casa de mil m². Conversamos com três corretores de imóveis. Eles disseram que a casa, em média, vale R$ 4 milhões.
O Ministério Público quer saber se todo esse patrimônio é compatível com a renda de Robson Marinho. Ele é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado desde 1997. O salário dele é de um pouco mais de R$ 26.500.
“Normalmente, um agente público não ostenta um patrimônio dessa magnitude. Resta ele tentar provar que ele teve grande tino na administração dessa renda ou se ele tem outra renda legítima e que poderia justificar esse patrimônio”, declarou o promotor Marcelo Daneluzzi.
Essa não é a única investigação do Ministério Público sobre Robson Marinho. Ele é suspeito de ter recebido propina da Alstom para votar a favor da empresa, em um contrato com estatais paulistas, sem licitação - como o Jornal Nacional já mostrou.
“Robson Marinho, aqui hoje, é um funcionário público sob investigação.
Independentemente do seu status ou do cargo que ele hoje ocupa, pra nós o importante é seguir adiante e verificar se ele efetivamente participou desses atos de improbidade decorrentes de corrupção ou não”, esclareceu o promotor José Carlos Blat.
Robson Marinho não quis falar com o Jornal Nacional. Num e-mail, o advogado dele, Celso Vilardi, disse que o patrimônio de Marinho é compatível com a renda e está declarado à Receita Federal. Em nota, a Alston reafirmou que os seus negócios seguem a lei vigente e que repudia com veemência as insinuações de pagamentos irregulares para a obtenção dos contratos.
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