Como
previsto aqui, mais de uma vez, Dilma não só estancou a queda nas
intenções de voto como começou a recuperar parte do capital perdido. A
recuperação, porém, é lenta, insuficiente para acalmar os ânimos de
Lula, do Planalto e da campanha petista.
O Ibope desta quinta (22/5) apontou Dilma com 40% (três pontos a mais
do que na última rodada), Aécio com 20% (seis a mais) e Eduardo Campos
com 11% (cinco a mais).
A boa notícia para a candidata à reeleição, eixo sobre o qual gira todo
o processo, é que reconquistou uns pontinhos e manteve de pé a hipótese
de vitória no primeiro turno. A má é que foi pouco para tamanho esforço
da presidente candidata, que teve superexposição, pré-lançamento e
anúncio de verbas para a safra e para saneamento básico, além do
programa de medos e fantasmas na TV.
Para a oposição, a boa notícia é a confirmação de que, quanto mais
conhecido, mais Aécio sobe. E de que Eduardo Campos, que tem partido
menos lustroso e menos exibição, está no páreo, devagar e sempre. A má
notícia é que a Copa e o recesso parlamentar vêm aí, com a perspectiva
de congelamento das intenções de voto num patamar favorável a Dilma.
Ninguém deve disparar nem despencar, o que, claro, convém a quem lidera
as pesquisas.
Enquanto rolam greves variadas, manifestações difusas e o clima de
insatisfação –nada animadoras para os projetos de reeleição de
presidentes e governadores–, Dilma tem à mão instrumentos de poder...
Vai continuar brilhando em eventos no Planalto, colhendo apoios formais
de partidos já aliados, dando notícias de caráter popular e ganhando
espaço com jantares para jornalistas. Aécio nem mais a CPI tem para
surfar, e Campos nem mesmo com isso contava muito.
A questão central, portanto, continua sendo a mesma. Dilma se recupera,
mas o quanto? Bateu no teto aos 40%? À oposição cabe sempre trabalhar
com "o resto".
Fonte: Coluna da ELIANE CANTANHÊDE - 23/05/2014 - - 17:24:36 BLOG do SOMBRA
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