sexta-feira, 23 de maio de 2014

O Sistema de MT: Lista achada na casa de Éder cita repasses a deputados e prefeito


Anotações citam até nome do ex-ministro da Justiça e atual governador do RS, Tarso Genro (PT)


Na lista de supostos repasses de Éder, Percival teria recebido R$ 2 milhões.
 
Lista com anotações pessoais do ex-secretário de Fazenda, Casa Civil e Copa, Éder Moraes,  apreendida pela Polícia Federal no dia 22 de fevereiro deste ano revela um suposto esquema de transferência de pequenas fortunas para agentes públicos em Mato Grosso. ...
 
Os documentos obtidos pelo FOLHAMAX e anexados ao inquérito foram achados por agentes da Polícia Federal na casa de Éder Moraes no condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá.
 
Os escritos revelam como o ex-homem forte dos governos de Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB) mantinha o "sistema", conforme o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o "Júnior Mendonça", diz em sua delação premiada. Entre os beneficiados por Éder Moraes, que está preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, aparece o nome do ex-deputado estadual e atual prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS).
 
Ele teria recebido, de acordo com o documento apreendido, a quantia de R$ 2 milhões. Não se sabe quando houve o repasse do valor nem como a forma que Percival Muniz teria recebido a fortuna, mas a Polícia Federal já está fazendo o cruzamento de dados para aprofundar na questão até porque 10 inquéritos estão em curso em Mato Grosso sobre a operação que tenta desmantelar uma organização criminosa que atuaria nas mais variadas esferas de poder.
 
Um dos políticos mais antigos de Mato Grosso, Percival Muniz exerceu até 2012 o mandato na Assembleia Legislativa. À época, ele fazia oposição as gestões de Blairo Maggi e Silval Barbosa. Ele deixou a Assembleia Legislativa para assumir a prefeitura de Rondonópolis após ser eleito para o cargo em outubro de 2012.
 
Percival Muniz negou que tenha tido qualquer conversa sobre assuntos financeiros com Éder Moraes e Júnior Mendonça. "Existem muitas ilações que estão sendo colocadas na mídia. Portanto, não irei fazer nenhuma ilação até porque estão falando muita coisa que não é verdade", disse ao FOLHAMAX.
 
O prefeito ainda ressaltou que em momento algum foi intimado pela Polícia Federal a prestar algum tipo de esclarecimento e negou que tenha tido alguma transação financeira com o empresário Junior Mendonça e tampouco com o ex-secretário de Estado, Eder Moraes.
 
Em nota de esclarecimento, o deputado estatual Guilherme Maluf afirma que não realizou nenhum empréstimo com o ex-secretário de Estado, Eder Moraes, muito menos intermediado por ele. 
"Estou absolutamente tranquilo e a disposição da justica e da sociedade para esclarecimento. Nunca fiz emprestimos com Eder e muito menos com qualquer banco clandestino".
 
OUTROS BENEFICIADOS
Além do prefeito de Rondonópolis, na lista constam transferências de valores para as empresas Gemini Construções Projetos Ltda, administrada pelo empresário Anildo Lima Barros, no valor de R$ 500 mil. Ele teve a casa e escritório invadidos durante a operação realizada na terça-feira pela manhã.
 
Já a empresa Geosolo Engenharia, Planejamento e Consultoria teria recebido R$ 5 milhões através de ordens de Éder Moraes. Na mesma lista, aparece os nomes do ex-conselheiros Alencar Soares Filho com R$ 1,5 milhão e Humberto Bosaipo, sem valor, mas identificado por HB. Os dois integrantes do Tribunal de Contas do Estado também foram alvos da Polícia Federal na ação.
 
Constam ainda na lista os nomes dos deputados estaduais Guilherme Maluf (PSDB) com R$ 1,587 milhão e Adalto de Freitas (SDD) com dois valores - R$ 900 mil e R$ 600 mil. Ainda aparecem os ex-deputados Dilceu Dalbosco (DEM) com R$ 1,6 milhão e Gilmar Fabris (PSD) com R$ 2 milhões, além do senador Blairo Maggi (PR) com R$ 12 milhões, além do deputado federal Homero Pereira (PSD), já falecido, sem valores.
 
A anotação ainda possui outras coisas a serem desvendadas. Por exemplo, o nome do ex-ministro da Justiça e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, está escrito, assim como as palavras "Pitta, Dantas e Cacciola", além de Ministério Público,TCE, ação pública Rede/Cemat, Polícia Federal, Receita Federal e equilíbrio fiscal.

Fonte: RAFAEL COSTA - Folha Max - 23/05/2014 - - 08:28:44 BLOG do SOMBRA

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