segunda-feira, 23 de junho de 2014

Por enquanto, Reguffe opta por concorrer ao Senado




Em convenção regional, PDT confirma os nomes para estas eleições

daniel.cardozo@jornaldebrasilia.com.br

O PDT oficializou o apoio à candidatura ao governo do senador Rodrigo Rollemberg (PSB). 

Para senador concorrerá o deputado federal Reguffe. Entretanto, ainda pairam dúvidas na coligação. Dentro do partido, ainda existe o temor de uma intervenção da executiva nacional, que poderia vetar a união com os socialistas e até a candidatura ao Senado. Além disso, as presenças de PSD e Solidariedade (SDD) na chapa também são incertas.

A convenção regional do partido ocorreu ontem. 

Foram apresentados os 36 nomes para a Câmara Legislativa e outros 11 candidatos a deputado federal e 1 para o Senado. 

Além do PDT e do PSB, entra na coligação a Rede Sustentabilidade, que ainda não possui registro de partido, mas vários de seus integrantes se filiaram a um dos dois partidos. 


O senador Cristovam Buarque (PDT) classificou a união dos dois partidos como um casamento, que deve ter sua continuidade após ser oficializado. “O matrimônio não termina no altar, mas sim começa. Casamento mesmo é aquele que gera filhos, gera amor. E é isso que a gente vai fazer no Distrito Federal”, comparou.

Intervenção

O medo da intervenção ganha forças graças à ata da convenção, que teria ficado em aberto e só seria fechada no dia 5 de julho, prazo final para o registro de candidaturas. Teoricamente, a executiva regional teria autonomia para decidir os rumos que a campanha tomaria, mas dentro do PDT existe uma apreensão por uma intervenção. 

Nacionalmente, a legenda apoiará a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Houve pressão para que o mesmo acerto ocorresse com o PT no DF, mas Reguffe e o senador Cristovam Buarque se opuseram a essa possibilidade. 

Até mesmo o apoio ao PSB teria ficado em aberto.

Mesmo sem direcionar o comentário, o deputado Reguffe afirmou no discurso que obstáculos como o pouco tempo de televisão que possui não o impedirão de fazer uma campanha dentro daquilo que acredita. “Eu prefiro perder do lado certo, do que ganhar do lado errado”, afirmou.

O presidente regional do PDT, Georges Michel, garante que não existem riscos para que a união entre os dois partidos se concretize, muito menos para que Reguffe não seja candidato ao Senado. “Mas é bom lembrar que o apoio ao PSB fica restrito ao DF”, disse.

A espera para melhorar tempo na TV

Sobre uma intervenção na sua candidatura ao Senado, Reguffe diz já ter escolhido suas prioridades. “Estou à disposição do partido para qualquer tipo de decisão, mas meu foco agora é ser candidato ao Senado”, enfatizou.

As negociações do PSB com PSD e SDD começaram há vários meses, mas ainda não tiveram um desfecho. A coligação chegou a ser dada como certa, mas esfriou nos últimos dias. A união seria importante por acrescentar tempo de televisão à campanha do PSB e do PDT.
A união entre o PSD e o SDD está selada há semanas. No dia do anúncio, os líderes regionais dos partidos, Rogério Rosso e Augusto Carvalho, afirmaram que buscariam uma coligação que atendesse aos pontos prioritários das legendas. O principal deles é resolver a questão da Região Metropolitana do DF. 

Está próximo

O senador Rodrigo Rollemberg considera a união com os dois partidos próxima. Apesar de considerar o tempo de televisão importante para a campanha, ele acredita que não será o principal fator. “É uma possibilidade grande a união dos partidos. Os entendimentos estão avançados, mas depende apenas deles. Tanto eu como o Reguffe estamos com os nomes consolidados no DF, mas é necessário ampliar a coligação. Mas o que a população quer são propostas e temos uma trajetória significativa para oferecer isso”, afirmou.

Em qual lado

 Desde o ano passado, começou a ofensiva petista para recuperar o apoio do PDT, que subiu no mesmo palanque de Agnelo Queiroz em 2010, mas passou a fazer oposição.
A estratégia ficou clara quando foi nomeado o secretário de Educação Marcelo Aguiar, filiado ao PDT.

Aguiar também tentou convencer o partido a apoiar a reeleição, mas a estratégia não chegou a surtir efeito.

O PDT poderia indicar Reguffe ao Senado na chapa do PT, reeditando a aliança nacional.
Apesar da pressão da executiva nacional do PDT, a movimentação não se concretizou.
Um dos motivos para impedir a candidatura de Reguffe ao Senado seria a possível saída do deputado para a Rede Sustentabilidade.

Durante a coleta de assinaturas, o deputado apareceu ao lado de Marina Silva e a filiação era dada como certa.

A homologação do partido foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, em outubro do ano passado.

A candidatura de Reguffe à reeleição poderia gerar vantagens ao partido, já que ele obteve 266 mil votos e poderia ajudar a garantir outras cadeiras de deputado federal.

O deputado nega que irá para a Rede após a criação.


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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