O protesto, chamado evento Copa pra quem?, ocorre no dia em que Brasília recebe o jogo do Brasil e Camarões com a expectativa de lotar os 70 mil lugares do Estádio Nacional Brasília Mané Garrincha. Convocado pelo Facebook, 2,4 mil confirmaram presença na manifestação.
“Os olhos do mundo estarão sobre nós”, diz o integrante do Comitê Popular da Copa-DF, Thiago Ávila. A manifestação será por participação política e pela construção do poder popular.
“O poder popular fica restrito a conselhos, a conferências e a orçamentos participativos, que são consultivos, não têm poder para deliberar políticas públicas”, explica Ávila. Segundo ele, é necessário que a população tenha o poder de decidir a implementação de ações e não apenas dar opinião sobre elas.
Uma maior participação popular na tomada de decisões foi uma das reivindicações das manifestações de junho do ano passado, que não chegou a ser atendida, de acordo com o grupo.A concentração ocorrerá às 14h na Rodoviária de Brasília, na região central da cidade. O grupo caminhará, às 16h, para o estádio.
Entre as reivindicações estão educação e saúde públicas, gratuitas e de qualidade; passe livre e transporte público de qualidade fucionando 24h; e desmilitarização da polícia e da política.
O protesto também será contra o gasto com a Copa do Mundo, a exploração sexual de jovens e adolescentes e o tráfico internacional e as prisões arbitrárias durante as últimas manifestações.Será a quarta manifestação em Brasília. A primeira ocorreu na abertura da Copa do Mundo e segundo a Secretaria de Segurança do DF, acabou com três detenções. O protesto foi por saúde, educação e serviços públicos. A segunda, foi no dia 15, durante o jogo da Suíça e Equador, o primeiro sediado pela capital.
A terceira ocorreu no dia 19, dia do jogo da Colômbia e Costa do Marfima. A manifestação foi pela desmilitarização da Polícia Militar e contra o extermínio da juventude negra.
Em São Paulo, onde haverá jogo às 13h, da Holanda e Chile, um ato está previsto para as 15h na Praça do Ciclista, localizada na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação.
Além dos gastos para a realização do Mundial, os manifestantes protestam contra a repressão policial, pelo direito de livre manifestação, de greve e pela readmissão dos metroviários demitidos após a última paralisação da categoria.
No Recife, a questão da ocupação do espaço público, que envolve também as desapropriações feitas para a preparação do Mundial, é assunto permanente do Ocupe Estelita, grupo que defende um outro projeto para o Cais José Estelita.
A área faz parte do projeto Novo Recife que prevê a derrubada de vestígios de edificações históricas e a construção de 12 prédios de 40 andares. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas acampa no local e faz diariamente atividades culturais nas proximidades do cais. Mexicanos e croatas se enfrentam na Arena Pernambuco.
Mariana Tokarnia, ABr
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