26/03/2014 11h06
Taxa cobrada pelos bancos somou 41,2% em fevereiro deste ano.
Juro bancário subiu quase o dobro da alta da taxa básica da economia.
Os juros bancários médios dos empréstimos para pessoas físicas
(recursos livres) avançaram 1,3 ponto percentual em fevereiro deste ano,
para 41,2% ao ano, o maior patamar em dois anos, ou seja, desde
fevereiro de 2012 (41,7% ao ano), segundo informações divulgadas pelo
Banco Central nesta quarta-feira (26).
O aumento dos juros bancários de pessoas físicas acontece após o próprio Banco Central ter iniciado, em abril do ano passado, um ciclo de alta dos juros básicos da economia, para tentar conter o crescimento da inflação.
Desde então, os juros básicos passaram de 7,25% para 10,75% ao ano – uma elevação de 3,5 pontos percentuais.
Juros sobem mais do que Selic
Com o aumento dos juros básicos do país, também houve alta na taxa de captação das instituições financeiras, ou seja, quanto os bancos pagam pelos recursos.
Em abril do ano passado, antes do início da alta dos juros básicos fixados pelo BC, a taxa de captação, para operações com pessoas físicas, estava em 9% ao ano, passando para 12,5% ao ano em fevereiro. Um crescimento de 3,5 pontos percentuais.
No mesmo período, os juros bancários das instituições financeiras para pessoas físicas cresceram 6,8 pontos percentuais, visto que estavam em 34,4% ao ano em abril de 2013, ou seja, quase o dobro da taxa Selic.
Deste modo, os dados do BC mostram que as instituições financeiras não só estão repassando a alta do custo de captação que tiveram por conta da elevação dos juros básicos da economia, como também estão subindo os juros cobrados de seus clientes acima da alta da Selic - fixada pelo Banco Central.
'Spread bancário'
O aumento dos juros bancários, com intensidade maior do que o a alta da taxa básica, definida pelo Banco Central, gerou aumento do chamado "spread bancário" (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram dos clientes), mesmo em um cenário de queda da inadimplência.
O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Em abril do ano passado, antes do início do processo de alta dos juros básicos da economia por parte do Banco Central, o spread bancário, nas operações com pessoas físicas, estava em 25,4 pontos percentuais nas operações para pessoas físicas. Em fevereiro deste ano, já estava em 28,7 pontos percentuais.
O alto nível do "spread bancário" no Brasil já foi duramente criticado pela presidente da República, Dilma Rousseff, e por integrantes da equipe econômica, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Taxa média de empresas e geral
No caso das operações dos bancos com as empresas, ainda com base nos chamados "recursos livres", a taxa média somou 23,1% ao ano em fevereiro – com alta de 0,3 ponto percentual frente ao patamar de janeiro (22,8% ao ano) e de 1,7 ponto percentual neste ano. É o maior valor desde março do ano passado (23,4% ao ano).
Também subiu em fevereiro deste ano a taxa média geral de todas as operações com recursos livres, que somou 31,5% ao ano no mês passado, contra 30,7% ao ano em janeiro.
Neste caso, os juros atingiram o maior valor desde março do ano passado (31,8% ao ano).
No acumulado de 2014, a taxa média de juros bancários avançou 2,5 pontos percentuais.
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O aumento dos juros bancários de pessoas físicas acontece após o próprio Banco Central ter iniciado, em abril do ano passado, um ciclo de alta dos juros básicos da economia, para tentar conter o crescimento da inflação.
Desde então, os juros básicos passaram de 7,25% para 10,75% ao ano – uma elevação de 3,5 pontos percentuais.
Juros sobem mais do que Selic
Com o aumento dos juros básicos do país, também houve alta na taxa de captação das instituições financeiras, ou seja, quanto os bancos pagam pelos recursos.
Em abril do ano passado, antes do início da alta dos juros básicos fixados pelo BC, a taxa de captação, para operações com pessoas físicas, estava em 9% ao ano, passando para 12,5% ao ano em fevereiro. Um crescimento de 3,5 pontos percentuais.
No mesmo período, os juros bancários das instituições financeiras para pessoas físicas cresceram 6,8 pontos percentuais, visto que estavam em 34,4% ao ano em abril de 2013, ou seja, quase o dobro da taxa Selic.
Deste modo, os dados do BC mostram que as instituições financeiras não só estão repassando a alta do custo de captação que tiveram por conta da elevação dos juros básicos da economia, como também estão subindo os juros cobrados de seus clientes acima da alta da Selic - fixada pelo Banco Central.
'Spread bancário'
O aumento dos juros bancários, com intensidade maior do que o a alta da taxa básica, definida pelo Banco Central, gerou aumento do chamado "spread bancário" (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram dos clientes), mesmo em um cenário de queda da inadimplência.
O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Em abril do ano passado, antes do início do processo de alta dos juros básicos da economia por parte do Banco Central, o spread bancário, nas operações com pessoas físicas, estava em 25,4 pontos percentuais nas operações para pessoas físicas. Em fevereiro deste ano, já estava em 28,7 pontos percentuais.
O alto nível do "spread bancário" no Brasil já foi duramente criticado pela presidente da República, Dilma Rousseff, e por integrantes da equipe econômica, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Taxa média de empresas e geral
No caso das operações dos bancos com as empresas, ainda com base nos chamados "recursos livres", a taxa média somou 23,1% ao ano em fevereiro – com alta de 0,3 ponto percentual frente ao patamar de janeiro (22,8% ao ano) e de 1,7 ponto percentual neste ano. É o maior valor desde março do ano passado (23,4% ao ano).
Também subiu em fevereiro deste ano a taxa média geral de todas as operações com recursos livres, que somou 31,5% ao ano no mês passado, contra 30,7% ao ano em janeiro.
Neste caso, os juros atingiram o maior valor desde março do ano passado (31,8% ao ano).
No acumulado de 2014, a taxa média de juros bancários avançou 2,5 pontos percentuais.
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