quarta-feira, 26 de março de 2014

Um ministro sem estatura para o cargo.CPI da PETROBRAS e outras noticias relevantes

Um ministro sem estatura para o cargo. 

Ontem o país foi surpreendido por uma entrevista inusitada do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, atacando senadores da República que foram ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pedir investigação contra a Presidente Dilma Rousseff,  por improbidade administrativa. 
 
A presidente não agiu contra funcionários que causaram danos de centenas de milhões de dólares à Petrobras, tendo conhecimento dos malfeitos por longos seis anos. 
 
Não é papel do Ministro da Justiça defender a Presidente da República contra uma ação perfeitamente legal, além de reunir jornalistas para dizer um amontoado de besteiras sobre o caso. No entanto, quando se olha o pobre currículo de Cardozo, dá para entender que ele não passa de um operador político. 
 
Na última linha das informações sobre as suas competências para exercer o ministério da Justiça, está escrito: " em 2010, foi um dos coordenadores da campanha vitoriosa de Dilma Rousseff à Presidência da República. Assumiu o Ministério da Justiça em 2 de janeiro de 2011."  
 
É uma confissão de que o cargo foi um prêmio político, por serviços prestados em uma campanha eleitoral. Sabe-se lá que serviços. Não é à toa que a criminalidade e a insegurança jurídica grassam no Brasil do PT.  
 

 

Follow the money. Gabrielli nomeou o primo para cuidar da Petrobras América durante a negociata de Pasadena.

Os dois primos, Azevedo e Gabrielli, dando uma "conferência" de como perder U$ 1,18 bilhão de dólares nos Estados Unidos.

Presidente da Petrobrás na época da compra da refinaria de Pasadena, José Sérgio Gabrielli nomeou o primo para cuidar da estatal nos EUA, a Petrobrás América, quando a petroleira e a empresa belga Astra Oil estavam em litígio em torno do negócio. José Orlando Azevedo foi o responsável por conduzir a disputa judicial que culminou com uma vitória dos belgas e numa conta de US$ 820,5 milhões a mais para a estatal brasileira pagar.

Azevedo presidiu a Petrobrás América entre outubro de 2008 ao final de 2012. A nomeação do primo foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobrás, na época presidido pela presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil acabou pagando US$ 1,2 bilhão pela refinaria de Pasadena após o litígio, concluído em 2012. O litígio ajudou a encarecer o negócio. Em 2005, a belga havia comprado a planta de Pasadena por US$ 42,5 milhões.

Gabrielli informou a nomeação do primo à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Security Exchange Commission (SEC). No comunicado, a Petrobrás diz aos órgãos reguladores que "o engenheiro de equipamentos sênior José Orlando Melo de Azevedo é primo em primeiro grau do então presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli de Azevedo." Desde 2010, a CVM exige que as empresas comuniquem ao preencher o formulário de referência grau de parentesco até o segundo grau entre administradores de uma empresa.

Segundo a autarquia fiscalizadora, contudo, Gabrielli não precisaria cumprir esse ritual porque trata-se de um parentesco de terceiro grau, mesmo sendo primos diretos - os dois têm os mesmos avós. Gabrielli informou, por meio da assessoria, que não vê "ilegalidade" na nomeação do seu primo, que é uma "pessoa experiente". Com mais de 30 anos de Petrobrás, Azevedo só ocupou um cargo na alta cúpula da petroleira, justamente o da Petrobrás América. Antes, foi apenas gerente. Hoje ele exerce a função técnica de engenheiro na Transportadora Associada de Gás, subsidiária da petroleira, com sede no Rio de Janeiro.

Saída. Azevedo foi afastado do cargo na Petrobrás América pela atual presidente da estatal, Graça Foster. Além de primo de Gabrielli, José Orlando era muito próximo de Jorge Zelada, ex-diretor de Assuntos Internacionais da empresa, cargo atualmente também ocupado pela presidente da Petrobrás, Graça Foster. (Estadão)

Campos volta atrás e apoia CPI da Petrobras.

Mesmo em minoria no Congresso Nacional, a oposição afirmou ontem que vai continuar tentando instalar uma CPI para investigar a Petrobras e, para isso, conta com o PSB do governador Eduardo Campos (PE), aliado do PT até o ano passado e futuro adversário de Dilma Rousseff nas eleições de outubro. Os quatro senadores do partido de Campos serão decisivos no Senado, onde são necessárias 27 assinaturas para que a CPI seja criada.

A oposição e os senadores "independentes" reúnem 23 parlamentares, por isso esperam racha definitivo da bancada socialista com o Palácio do Planalto para que as investigações saiam do papel. "Nós vamos apoiar a convocação de Ministério Público, de CPI, de tudo que vier a jogar luz sobre essas questões. Tudo para cuidar da Petrobras e punir quem efetivamente usou de expediente impróprio", afirmou Campos ontem em São Paulo.

O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), disse que o partido não deixará de apoiar a comissão. "Estamos diante de fatos graves, temos que dar luz a uma empresa que é patrimônio dos brasileiros", afirmou.

Pré-candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lidera o movimento pró-CPI. Se a comissão mista (formada por Senado e Câmara) não se viabilizar, a oposição vai tentar criar comissões de inquérito separadas, uma na Câmara e outra no Senado. "Instalaremos a CPI na Câmara, no Senado ou a mista no primeiro lugar em que alcançarmos o número mínimo", disse Aécio.

Campos e Aécio, os dois principais adversários de Dilma nas eleições de outubro, têm dado sinais de que usarão como um dos motes da campanha a exploração da polêmica compra da refinaria de Pasadena --que custou US$ 1,18 bilhão e teria dado um prejuízo significativo aos cofres da Petrobras. Na Câmara, a oposição reuniu 113 das 171 assinaturas necessárias em caso de CPI mista. Dos 76 deputados do PMDB, principal aliado do governo, 28 já aderiram. Apenas 5 dos 23 deputados do PSB deram aval à investigação até agora.

No Senado, já há 20 assinaturas das 27 necessárias. O governo tem procurado todos os líderes das bancadas dos partidos aliados para conter as adesões à CPI. Além da CPI, a oposição vai tentar aprovar uma série de convocações e convites a autoridades e envolvidos no caso Pasadena para apresentarem explicações no Congresso Nacional. Ontem, a oposição no Senado conseguiu aprovar convites para a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) falarem sobre o caso. (Folha de São Paulo)

terça-feira, 25 de março de 2014

 

Senadores pedem que PGR processe Dilma por improbidade administrativa e deixam governo em pânico.

O PGR Janot com a senadora Ana Amélia: saia justa.

Senadores do grupo dos "independentes" pediram nesta terça-feira (25) ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a abertura de investigação contra a presidente Dilma Rousseff. Os congressistas querem que o órgão investigue a participação da petista na compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras, em 2006. Na época, Dilma era presidente do Conselho de Administração da estatal que avalizou o negócio.

No pedido entregue a Janot, os senadores afirmam que Dilma pode ter cometido crimes de enriquecimento ilícito e improbidade administrativa ao autorizar a compra da refinaria. "Todos os fatos narrados, como se suspeita ocorridos, em um país que notoriamente sofre com a falta de transparência na gestão pública, levam à necessidade de tomada das providências legais cabíveis para que seja investigada, em especial, a prática dos crimes previstos na lei 8.429 e outros que porventura se identifiquem", afirmam os senadores no pedido.

O grupo optou por recorrer ao Ministério Público antes de pedir abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar o episódio. Em ano eleitoral, os "independentes" consideram que a CPI não terá o mesmo "êxito" que a procuradoria para apurar a compra da refinaria.

Embora o Ministério Público investigue a compra desde o ano passado, os "independentes" querem que o papel de Dilma no episódio. O pedido de investigação tem apoio dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pedro Taques (PDT-MT), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF). 

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (25) que a representação protocolada pela oposição na PGR (Procuradoria-Geral da República) para investigar a responsabilidade da presidente Dilma Rousseff na compra da refinaria Pasadena (EUA) pela Petrobras, em 2006, tem "clara intenção" de transformar o caso em "embate político-eleitoral".

Cardozo convocou uma coletiva de imprensa exclusivamente para tratar do assunto, mas disse que o fez por conta própria, sem ter conversado com a presidente a respeito, e com o objetivo de "esclarecer os fatos". Isso porque, segundo ele, a representação apresenta "omissões" e "inverdades" com o objetivo de politizar o caso.

"Tenho o dever de informar que nesta representação nenhum fato novo foi apresentado. Nada além daquilo que já havia sido noticiado pela imprensa, nada além do que já está sendo investigado foi acrescentado nesse pedido à PGR e, portanto, nos parece a clara intenção desta representação se projetar na perspectiva de transformar em embate político-eleitoral uma investigação que deve ser feita de maneira absolutamente séria, rigorosa e correta", disse o ministro. (Informações da Folha Poder)

Reinaldo Azevedo fez um post assustador para Dilma sobre este tema. Leia aqui. 
 
 

Aécio: Oposição cumpre sua obrigação ao investigar a Petrobras. Quem não deve, não teme.



Brasília (DF) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, reuniu-se nesta terça-feira (25) com a oposição para definir a etratégia de investigação em torno das irregularidades envolvendo a Petrobras. Aécio concedeu entrevista coletiva, no Senado, na qual respondeu perguntas sobre a refinaria de Pasadena, a estatal, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), além das apurações em curso da Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e do Tribunal de Contas da União. Em seguir, a entrevista.

Sobre CPMI

Uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito é uma imposição dos fatos. O Congresso Nacional tem a responsabilidade constitucional de fiscalizar as ações do Poder Executivo, e as denúncias são da maior gravidade, colocam em risco sim a credibilidade não apenas da Petrobras, mas do próprio governo. 

Na reunião que acabamos de ter, de todos os partidos da oposição, houve um consenso pela aprovação de um requerimento de convocação de uma CPI mista e, paralelamente, vamos também buscar obter as assinaturas necessárias a uma CPI no Senado. Aquela que alcançarmos em primeiro lugar obviamente será a instalada. 

A avaliação que fizemos é que é absolutamente factível que obtenhamos aqui no Senado Federal o número necessário de assinaturas para que as investigações ocorram, para  que o senhor [Nestor] Cerveró, o diretor Paulo Roberto [Costa], o ex-presidente da empresa [Sérgio Gabrielli], possam vir  prestar esclarecimentos. E até a própria presidente da República, se achar necessário, que venha aqui também prestar esclarecimentos. É o que queremos.

É o que a presidente deveria fazer?

A CPMI vai mostrar isso. Vamos ver quais foram as motivações para um negócio tão lesivo aos interesses da companhia, tão perverso para a respeitabilidade de uma empresa que se fez ao longo de décadas, através do esforço de seus funcionários, de investimentos em tecnologia, e que hoje não é sequer a maior empresa da nossa região. Houve um consenso absoluto entre os partidários da oposição e estamos avançando, buscando assinaturas entre senadores que são de partidos da base, como o senador Jarbas Vasconcelos, senador Pedro Taques, senador Cristovam Buarque, que já assinaram. O líder Rodrigo Rollemberg me telefonou, está com um problema pessoal, mas garantindo que também dará a sua assinatura.

A presença de Cerveró é fundamental? Há negociações para que ele venha?

É absolutamente fundamental que todos que tenham esclarecimentos a prestar venham ao Congresso Nacional. A Petrobras é um patrimônio dos brasileiros, não é patrimônio de um governo. A empresa perdeu mais de 50% de seu valor de mercado, é hoje a empresa não financeira mais endividada do mundo, teve mais uma vez a sua nota de crédito rebaixada. Não podemos assistir isso passivamente. 

O que queremos com a CPMI não é condenar prematuramente. Ao contrário, é dar oportunidade para que as investigações efetivamente ocorram. Estou otimista. A sociedade brasileira aguarda por esclarecimentos e nada melhor do que uma Comissão Parlamentar de Inquérito para fazer [isso]. As oposições saem daqui otimistas sobre as condições de obterem, tanto Câmara, quanto no Senado, as assinaturas necessárias.

Cabe em um ano eleitoral uma CPMI?

CPMI sempre cabe quando existe um fato que a justifique. E acho que a sociedade brasileira pode responder melhor  que nós, da oposição, se há ou não um fato. Houve uma decisão tomada pela Petrobras lesiva em US$ 1,2 bilhão apenas em um negócio. Tanto que na nossa proposta de CPMI estamos elencando o caso de Pasadena como um deles, a questão da denúncia de propina paga por uma empresa holandesa a funcionários da Petrobras como segundo item. Caso das refinarias, em especial da Abreu e Lima, orçada em US$ 2,5 bilhões inicialmente e que já gastou US$ 20 bilhões sem a contrapartida acertada com a Venezuela. 

Queremos também ter acesso às reuniões do Conselho de Administração que aprovaram esse negócio com a Venezuela sem que o contrato definitivo estivesse assinado. Quais foram as motivações? Pessoais, ideológicas?  O que interessou à Petrobras este negócio? Quanto ela terá de aportar mais em recursos? E, por fim, também estamos também elencando a colocação em funcionamento de plataformas de petróleo sem as devidas condições de segurança, sem que estivessem efetivamente concluídas. E fazemos isso em respeito aos servidores da Petrobras.

Uma CPI seria eleitoreira?

Se fosse eleitoreira não teria a possibilidade de obter assinaturas. CPMI só existe e só se consegue o número de assinaturas quando há um fato que de alguma forma envolve a sociedade. Outra opção é o Congresso lavar as mãos. Se alguns quiserem fazê-lo, que assumam as responsabilidades. A oposição não vai fazer. 
 
A oposição sabe que somos aqui minoria, mas vamos buscar, com argumentos, o número de assinaturas necessárias. Vejam bem: para que a investigação ocorra. A  comprovação de dolo, a comprovação de culpa, isso efetivamente ocorrerá a partir dos depoimentos, a partir das investigações. Quem não deve não teme.  É por isso que estamos aqui com muita serenidade dando à sociedade brasileira uma resposta. E a resposta do Congresso é a convocação de uma CPI.

As últimas iniciativas de CPI no Senado não avançaram porque houve um controle muito forte por parte do Palácio do Planalto. Não há o risco da oposição sofrer um desgaste?

Acho que quem sofre o risco de sofrer um desgaste são aqueles que não querem a investigação. A oposição está fazendo a sua parte, tanto na coleta de assinaturas, quanto na disposição de ir a fundo nessas investigações. Se houver alguma construção de proteção a quem que seja por parte da base do governo é ela que tem que responder. A oposição está fazendo o que deve fazer, criando os instrumentos para que as investigações ocorram de forma absolutamente transparente. Porque se houve erro até aqui nesse encaminhamento foi no governo.

O governo que mais de seis anos simplesmente ignorou o prejuízo que havia ocorrido, quem foram os responsáveis por esse prejuízo, que promoveu o cidadão que é acusado agora de responsável por não ter encaminhado um relatório adequado, com as informações que deveria ter encaminhado, e ele é agora demitido como se isso pudesse sinalizar o fim dessa questão. Não será o fim da questão. Queremos ver depondo, prestando esclarecimentos, a diretoria da Petrobras, todas as pessoas envolvidas. E acho que a sociedade brasileira concorda comigo.

A base do governo argumenta que a investigação técnica está sendo feita pelos órgãos de controle.

E as investigações devem continuar ocorrendo na Polícia Federal, na Procuradoria-Geral, no Tribunal de Contas, agora vejo até a AGU se dispondo a investigar. Todos tem que fazer aquilo que a Constituição determina que façam quando existem denúncias graves.

Ao Congresso Nacional é reservada a prerrogativa de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito ou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito quando existem fatos claros, objetivos, que a justifiquem. Houve um consenso de toda a oposição de que os fatos são extremamente graves e justificam a criação de uma CPMI. 
 
Agora, é a base do governo que terá que se manifestar se está aqui atuando para prestar esclarecimentos, para atender ao sentimento da sociedade brasileira ou apenas para atender os interesses do governo. Vamos aguardar.
 

Paulo Roberto Costa, o homem da mala preta.

 
 
 
Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras preso pela Polícia Federal por crime de lavagem de dinheiro, recebendo Lula e a amiga Dilma Rousseff, companheira de Petrobras, em visita à COMPERJ. A visita foi realizada em 10 de março de 2010. Esta obra, orçada em R$ 19 bilhões já passa de R$ 30 bilhões, está atrasada e sob suspeita de superfaturamento em investigações do Tribunal de Contas da União. 
 
 
Naquele dia, o cara de pau disse que estava economizando em vários contratos. Dizia Costa: “No Comperj, por exemplo, em três contratos, conseguimos uma economia de R$2,5 bilhões entre a primeira proposta e a proposta que assinamos”.  
 
A PF encontrou, na conta de Costa, alguns milhões de reais em várias moedas. Dinheiro lavado de corrupção. Na foto, Costa carrega a sua famosa mala preta. O que haveria dentro, de tão importante, para o corrupto não soltá-la nem em visita do presidente Lula e da sua candidata à reeleição? Doações de campanha?
 

Em 2008, dois anos depois da compra da Pasadena, Dilma lavrou em ata elogios ao profissionalismo e competência técnica do agora demitido Cerverò.

 
 
 
Presidido pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, o Conselho de Administração da Petrobrás fez elogios à atuação de Nestor Cerveró à frente da Diretoria Internacional da empresa estatal no dia 3 de março de 2008. A ata da reunião naquela data informa que, "sob a presidência da presidente Dilma Vana Rousseff", o conselho registrava os "agradecimentos do colegiado" ao diretor e ressaltava "sua competência técnica e o elevado grau de profissionalismo e dedicação demonstrados no exercício do cargo".

Três meses depois, no dia 20 de junho de 2008, o Conselho de Administração passou a questionar internamente o negócio da compra da refinaria de Pasadena, defendida por Cerveró. Segundo o Planalto, foi quando Dilma e o conselho descobriram que, quando aprovaram a compra de 50% da refinaria em 2006, não tiveram acesso a cláusulas importantes do contrato. 
 
Dilma classificou, em nota enviada ao Estado na semana passada, o documento que embasou sua decisão de 2006 como "falho" e "incompleto". Em meio à crise, Cerveró, que escreveu o "resumo técnico", foi demitido de seu cargo na BR Distribuidora.

Os elogios foram registrados na ata 1301 no seu item 13 publicada no Diário Oficial do Rio de Janeiro, conforme revelou o blog do jornalista Gerson Camarotti, no portal G1. As citações honrosas a Cerveró o ajudaram a ser indicado posteriormente para a diretoria financeira da BR Distribuidora. No seu lugar na Petrobrás assumiu Jorge Luiz Zelada, depois limado pela atual presidente da empresa, Graça Foster, que acumula atualmente a presidência da companhia com o cargo de diretora internacional.

O Congresso tenta ouvir Cerveró sobre a compra de Pasadena. O Estado revelou, em julho de 2012, que a refinaria foi comprada pela Petrobrás por US$ 42 milhões pelo grupo belga Astra Oil e depois vendida pelos belgas para a estatal brasileira por US$ 1,2 bilhão.

A indicação de Cerveró para a diretoria internacional gerou uma crise no Congresso entre os partidos da base aliada que não quiseram assumir publicamente a responsabilidade pela sugestão do nome ao Palácio do Planalto. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o senador Delcídio Amaral (PMDB-MS), que foi diretor da BR Distribuidora, trocaram farpas públicas se acusando pela nomeação. Cerveró mandou recados para parlamentares na Câmara de que está disposto a dar sua versão sobre o caso Pasadena.

Além de Dilma, assinaram os elogios a Cerveró os conselheiros Arthur Antonio Sendas, Francisco Roberto de Albuquerque, Guido Mantega, José Sérgio Gabrielli e Silas Rondeau. (Estadão)
 

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