Caros amigos: A resposta a esta pergunta, neste momento, exige alguma contextualização, reportando-nos ao tempo da Guerra Fria em que o mundo estava dividido entre democratas e comunistas. Assim, é de se supor que o primeiro, mais urgente e acertado objetivo do Movimento teria que ser a preservação da democracia, considerando que os comunistas já “estavam no governo e lhes faltava apenas o poder”, o qual seria obtido, em breve, pela deflagração de um golpe de estado, tramado e preparado para os primeiros dias de maio de 64! (Jacob Gorender – Luiz Carlos Prestes)
Os
comunistas, embora compusessem uma ínfima minoria no contexto da Nação,
eram organizados e atuantes e estavam se preparando desde o início dos
anos 60 para desencadear a tomada do poder pela luta armada (Luis Mir – A
Revolução Impossível).
A
imensa maioria da sociedade condenava a baderna que se instalava no
País e temia a “cubanização”, em consequência acolheu com alegria e
ufanismo a iniciativa dos militares, o que ficou largamente registrado
nas manchetes dos jornais da época.
A
antecipação das forças democráticas, embora tenha frustrado o golpe dos
comunistas, não os impediu de por em prática o plano “B”, qual seja o
da luta armada para implantar a “ditadura do proletariado”.
As
ações terroristas tiveram início desde logo e se intensificaram na
medida em que obtinham sucesso, como foi o caso do atentado no Aeroporto
dos Guararapes, em 1966, onde duas pessoas foram mortas e outras 14
ficaram gravemente feridas.
Esta
evidência obrigou o Governo a endurecer o regime decretando o Ato
Institucional nº 5, que criou as condições necessárias para controlar,
neutralizar e derrotar os terroristas. (Luis Mir e Jacob Gorender).
O
desenrolar das ações de combate ensejou a prática de lamentáveis
arbitrariedades e de violência e excessos de ambos os lados. A censura,
imposta na medida exigida pela natureza das operações de combate ao
terrorismo, não impediu as manifestações políticas ou artísticas e,
muito menos, interferiu na ação da justiça, haja vista os registros nos
anais do Congresso e os arquivos do Superior Tribunal Militar, fontes
largamente utilizadas pelos autores do livro “Tortura Nunca Mais”.
O
rigor no cumprimento das leis, a ordem que se instalou e o
comprometimento dos novos dirigentes criaram o ambiente de segurança e
de otimismo que acabou por propiciar acelerado progresso, crescimento
econômico e pleno emprego aos brasileiros, tirando o Brasil do
subdesenvolvimento.
A
busca obstinada por esta evolução, sob a ameaça das organizações
terroristas, fez com que o Regime Militar durasse mais do que, hoje,
podemos avaliar como necessário, no entanto, por todas as razões já
abordadas, é lícito concluir que alcançou seus objetivos,
particularmente o principal, a preservação da democracia!
A
melhor prova de que o objetivo principal foi alcançado é a presença no
poder da República dos terroristas derrotados e anistiados pelo Regime
Militar, alçados a estas posições pela via democrática!
A
liberdade preservada em 64 e consolidada ao longo dos 21 anos de
Governos Militares permite que, hoje, no poder executivo, os adeptos da
ditadura do proletariado, valendo-se dela, conspirem contra a
democracia, aparelhando o Estado e buscando o controle sobre os demais
poderes da República, ou seja, estão fazendo uso da liberdade defendida
em 64 para, seguindo as orientações do famigerado Foro de São Paulo,
implantar no Brasil a forma “bolivariana” do comunismo de sempre!
A
promessa da Governanta Dilma, em Cuba, de implantar o “socialismo” em
seu suposto segundo mandato; o comentário colocado pelo “comissário”
Tarso Genro na Proposta de Lei Orçamentária do Rio Grande do Sul de
que "o novo papel do Estado ou avançará no sentido de iniciar uma
transição ao socialismo ou ficará restrito a uma reforma do capitalismo
que fortalece a autonomia da burguesia nacional" e, mais recentemente, a
declaração do “comissário” José Eduardo Cardozo, na pasta da Justiça,
de que “é preciso repensar a separação dos poderes”, são provas
evidentes dessa manobra liberticida.
Concluo,
portanto, a resposta à pergunta título deste texto, dizendo que não há
objetivos do Regime Militar a serem alcançados. Há, isto sim, objetivos a
serem preservados!
25 de março de 2014
Paulo Chagas é General de Brigada, na reserva.
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