quarta-feira, 26 de março de 2014

Oposição busca CPI para 'jogar luz' na Petrobras


 26/03/2014 - 10h36 Agencia Senado




Oposicionistas se reuniram nesta terça para discutir estratégias para criar CPI
Crescem no Senado as cobranças por investigações que expliquem negócios da Petrobras considerados suspeitos. Os alvos seriam a presidente da República, Dilma Rousseff, a presidente da Petrobras, Graça Foster, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o ex-presidente da empresa Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Nesta terça (25), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) mostrou requerimento com 14 assinaturas para a criação de uma CPI e disse confiar na obtenção do número mínimo, de 27. Além disso, um grupo de senadores apresentou representação na Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo a apuração da conduta de Dilma na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.

Para evitar a CPI, o governo tenta negociar a ida de Graça Foster e Lobão para acalmar os ânimos, mas a oposição resiste.
- O convite do ministro é uma estratégia do governo para tentar esvaziar a CPI. Convida-se o ministro para dizer que está investigando, a maioria do governo faz o oba-oba e fica por isso – criticou Alvaro Dias, primeiro signatário do pedido de CPI no Senado.


A oposição quer explicações sobre a aquisição pela Petrobras da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006. O negócio é apontado como um fracasso, uma vez que a refinaria foi comprada por US$ 1,18 bilhão, valor 30 vezes maior que o pago por uma multinacional belga um ano antes. Na época, Dilma, que presidia o conselho de administração, votou pela compra.

– Estamos diante de fatos graves dentro de uma instituição que é estratégica para o Brasil, um patrimônio dos brasileiros, e esses fatos precisam ser esclarecidos. Vamos buscar todos os meios para isso: ouvindo a presidente da Petrobras e por meio da CPI. 

A melhor forma de proteger a Petrobras é colocando luzes sobre ela – afirmou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

O PSB, aliás, pode acelerar a criação de uma CPI da Petrobras no Senado ou até no Congresso inteiro. Isso porque as assinaturas de mais quatro senadores podem ser o suficiente para a oposição atingir as 27 necessárias para a instalação da CPI no Senado.

A compra em Pasadena já havia gerado uma tentativa de investigação em 2009 e outra no ano passado, mas o governo conseguiu conter ambas.

– Estou mais otimista para a CPI, porque agora temos o PSB, um partido que antes não assinava. Antes só conseguíamos 23 assinaturas. Com as quatro, podemos chegar ao mínimo – calculava, mais cedo, o senador Alvaro Dias.

Rollemberg foi o primeiro do partido a assinar o pedido da CPI. Lídice da Mata (BA), Antonio Carlos Valadares (SE) e João Capiberibe (AP) ainda não se posicionaram.

O senador José Agripino (DEM-RN) reforça o pensamento de Rollemberg. De acordo com ele, a Petrobras tem sido objeto de aparelhamento permanente no governo do PT. Para ele, o fato de a empresa ter hoje metade do seu antigo valor de mercado evidencia má gestão ou “incompetência nas funções chave”.

– E não existe nenhuma mudança acontecendo para que isso seja consertado, portanto a Petrobras precisa ser exposta – disse Agripino.

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