29/04/2014
às 14:42
Com
o perdão da expressão, viu, leitores?, mas os idiotas me enchem de
preguiça, embora eu jamais me recuse a combatê-los. Pronto! Na boa,
acertei mais uma! Eu costumo desvendar crimes recorrendo à lógica
elementar. Eu costumo desvendar crimes jogando no lixo as teorias
conspiratórias. Eu costumo desvendar crimes prestando pouca atenção ao
que noticia boa parte da imprensa — em especial quando a questão resvala
na ideologia.
Não! O coronel Paulo Malhães, o torturador, não foi morto pela extrema-direita.
Não! O coronel Paulo Malhães não foi morto por ex-torturadores que tenham decidido se vingar dele.
Não! O
coronel Paulo Malhães não é personagem das fantasias esquerdopotas e
oligofrênicas — pesquisar no dicionário se for o caso — de gente que
gosta de sentar em cima das evidências, noticiando delírios. Um rematado
imbecil chegou a dizer que esse assassinato era parte da reorganização
das forças de direita no país. Bando de vigaristas!
Já há
confissão. O caseiro participou da gangue que invadiu o sítio — era o
homem encapuzado. Tudo não passou de uma tentativa de roubar armas. No
primeiro dia, escrevi neste blog o seguinte:
Quanto
mais aumentava a histeria dos oligofrênicos, mais aumentava a minha
convicção de que se tratava de crime comum. No dia 26, escrevi um post com este título:
Em outros
textos, perguntei qual era a hipótese da turma. Será que ex-torturadores
na faixa dos 80 anos (os mais jovens, ainda sobreviventes) teriam feito
um comando homicida? Para proteger quem? Era uma hipótese ridícula,
veiculada por gente ridícula. Mas a imprensa não aprende. Mistificações
em penca estão em curso, por exemplo, no caso do bailarino Douglas
Rafael. No post a que me refiro, considerei aqui:
O episódio
emblemático do momento em que a imprensa decide se comportar como
manada, sem pensar, se deu em fevereiro de 2009, quando a brasileira
Paula Oliveira afirmou ter sido vítima de neonazistas da Suíça, que
teriam desenhado com estilete em seu corpo a sigla de um partido de
extrema-direita. Olhei as fotografias. Os desenhos eram regulares,
feitos em alguém que estivesse imóvel. Uma das letras estava espelhada.
Perguntei se aquilo era possível no escuro, com alguns brutamontes
constrangendo a vítima. E aventei a possibilidade de que a história
fosse falsa; de que Paula houvesse infligido os ferimentos em si mesma —
ou, ao menos, aceitado que alguém o fizesse.
A imprensa
ficou histérica. O Itamaraty acusou racismo. Os nacionalistas quase
mandaram a Expedição Policarpo Quaresma invadir a Suíça. E eu apanhando
dos idiotas porque não seria “brasileirista” o bastante…
A história era falsa.
Paula havia feito os ferimentos em si mesma.
Não tinha havido ataque nenhum!
Como eu sabia? Não tenho bola de cristal. Quem me contou foi a lógica.
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