29/04/2014
às 16:32
Por Alana Rizzo, na VEJA.com:
A Polícia
Federal apreendeu nesta terça-feira mais de 8 milhões de dólares em
espécie na sede de uma empresa de segurança privada em Pernambuco.
Segundo investigadores, parte do dinheiro que passava pelo esquema seria
usada para abastecer campanhas eleitorais.
A
quadrilha de doleiros, de acordo com a PF, operava um sistema paralelo
de câmbio por meio da Brinks Segurança e Transporte de Valores. O
dinheiro, em vez de ser transportado, ficava parado na empresa à espera
de saques, como um banco, só que sem registro no sistema financeiro.
Procurada por VEJA, a empresa não quis se manifestar.
A
estimativa da PF é que a organização criminosa, que possuía ramificações
internacionais, tenha movimentado mais de 100 milhões de reais. As
investigações começaram em 2010 a partir de relatórios de operações
suspeitas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O esquema
ajudava empresários a pagar fornecedores no exterior. “O grupo
trabalhava com empresários que queriam subfaturar determinada importação
e operavam o dólar-cabo para isso. O pagamento da diferença do valor da
mercadoria era feito por esses doleiros”, afirmou em entrevista
coletiva o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marcelo
Diniz.
O delegado informou ainda que a cooperação internacional envolveu cinco países: Bélgica, Inglaterra, Portugal, Itália e China.
Na
operação, a PF cumpriu 30 mandados de busca e apreensão, 14 mandados de
condução coercitiva e três mandados de prisão preventiva. A operação foi
deflagrada em Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do
Norte. A quadrilha é investigada por práticas de evasão de divisas,
instituição financeira clandestina, lavagem de dinheiro e associação
criminosa.
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