terça-feira, 29 de abril de 2014

Problemas no trânsito interferem no lado psicológico dos motoristas

Problemas no trânsito interferem no lado psicológico dos motoristas Em média, o brasiliense passa mais de uma hora em engarrafamentos

28/04/2014 21:32  Correio Braziliense

Aeroporto: Obras na área fazem com que o movimento praticamente pare em certos momentos do dia (Iano Andrade/CB/D.A Press)
Aeroporto: Obras na área fazem com que o movimento praticamente pare em certos momentos do dia

O músico e produtor Bruno Dias Guedes, 31 anos, diz que já tem problemas demais e não quer fazer do trânsito mais um motivo para ficar nervoso. A forma que ele encontrou para fugir dos congestionamentos foi não tirar a carteira de motorista. “Eu cresci com a imagem de que o trânsito era algo irritante. Via meus irmãos dirigindo, brigando, xingando. Com 18 anos, fiz uma aula experimental, mas desisti”, conta. Ser obrigado a ficar dentro de um carro durante mais de uma hora por dia — média que o brasiliense gasta para ir e voltar do trabalho — pode ser uma das principais fontes de estresse do morador da capital, segundo especialistas.

Conforme mostrou o Correio ontem, os problemas no transporte público do Distrito Federal, as obras realizadas nas vias e as constantes manifestações populares — principalmente no Entorno — só fazem a situação piorar. Segundo levantamento feito pela própria Secretaria de Transportes, se nada for feito para melhorar o caos no trânsito, em 2020 as principais avenidas que desembocam no centro de Brasília estarão com 100% de saturação.


Trata-se de uma situação de estresse que afeta milhares de brasilienses todos os dias e pode ter implicações maiores do que um atraso no trabalho ou uma irritação momentânea. A psicóloga Andréa dos Santos Nascimento, especialista em trânsito, explica que indivíduos que passam longas horas em engarrafamentos diariamente — incluindo os que trabalham no setor, como motoristas de ônibus e de táxi — tendem a apresentar episódios de depressão, ansiedade, desânimo, ansiedade e até mesmo fobias.

 
Os casos são mais comuns em motoristas do que em passageiros pelo estresse gerado naquele que conduz o veículo, que deve “controlar” a situação, evitando acidentes e maiores atrasos.

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