O Partido dos
Trabalhadores lançou um documento com a definição da tática eleitoral
para 2014. Um resumo sobre os temas que devem ser discutidos e como a
abordagem deve ser feita; o que deve ser defendido e o que deve ser
atacado. O documento está no site do partido.
Destacarei alguns trechos importantes, que demonstram as intenções
reais disfarçadas de democracia. Todos os grifos são feitos por mim.
- Dilma Rousseff, a nossa presidenta da República
A reeleição da companheira Dilma será conquistada com amplo apoio nos movimentos sociais, na juventude, junto às mulheres, aos idosos, aos trabalhadores da cidade e do campo, aos intelectuais, aos empresários comprometidos com o desenvolvimento nacional, aos partidos políticos que dão sustentação política ao nosso governo.
Além de citar os “trabalhadores do
campo”, MST e movimentos criminosos anti-propriedade privada, também
falam dos empresários. Mas, no caso, apenas os comprometidos com o
desenvolvimento nacional, ou melhor, com o projeto político do PT. O uso
do BNDES para a criação de Campeões Nacionais, mega-corporações
formadas com a ajuda do governo, deixa isso bem claro. É o uso do tão
odiado sistema capitalista para o fortalecimento do projeto hegemônico.
- O segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff
(…) O que significa “continuar mudando” o Brasil? Responder a estas perguntas exige lembrar que, tanto no Brasil quanto no conjunto da América Latina, continua posta a tarefa de superar a herança maldita cujas fontes são a ditadura militar, o desenvolvimentismo conservador e a devastação neoliberal.
Esta herança maldita se materializa, hoje, em três dimensões principais: o domínio imperial norte-americano; a ditadura do capital financeiro e monopolista sobre a economia; e a lógica do Estado mínimo.
Mesmo após 12 anos de governo do PT,
eles ainda culpam o governo passado e, até mesmo, o governo militar.
Chamam o desenvolvimentismo dos militares de “conservador” para
diferenciar do desenvolvimentismo petista (desenvolvimentismo bom, de
esquerda)?
Além disso, volta a culpabilização dos
americanos pelos problemas da América Latina. Discurso semelhante foi
usado pelo Chávez para implementar o justo sistema político que está em
voga na Venezuela. O de Cuba também.
Agora o PT demonstra um dos seus reais objetivos:
Superar estas três dimensões da herança maldita é uma tarefa simultaneamente nacional e regional, motivo pelo qual defendemos o aprofundamento da soberania nacional, a aceleração e radicalização da integração latino-americana e caribenha, uma política externa que confronte os interesses dos Estados Unidos e seus aliados.
Nada mais do que a estratégia do Foro de
São Paulo. Agora, visto que outros países estão passos a frente do
Brasil nessa questão, o PT propõe a “radicalização da integração”, a
maior união entre os governos socialistas para implementarem suas ideias
de igualdade e prosperidade para todos.
Venezuela está bem a frente do Brasil nessa questão. Argentina está “avançando”. O PT terá que acelerar o processo no Brasil.
(…) Mas para continuar democratizando o país, ampliando o bem-estar social e trilhando um caminho democrático-popular de desenvolvimento, será necessário combinar a ampliação da democratização política, as políticas públicas universalizantes do bem estar-social, e um desenvolvimento ancorado em reformas estruturais.
A nova moda dos partidos de esquerda é
utilizar a palavra democracia em tudo o que podem. Mas as origens e as
bases ideológicas não mudam. O modelo de democracia para o PT, e outros
partidos de esquerda, é Cuba. Venezuela é o exemplo de que eles podem
dominar o sistema e “democratizá-lo”. Para eles, apenas uma palavra
bonita que pode ser usada na eleição e que na verdade significa
implementação de controles estatais na economia, nas instituições que
eram democráticas e na vida dos cidadãos.
- Uma dura disputa
Agora o documento analisa a conjuntura de 2014:
Faz parte deste contexto difícil o processo de crescente judicialização da política, no qual se destaca o Supremo Tribunal Federal, (…).
O principal exemplo desta conduta é o julgamento de exceção em que se transformou a Ação Penal 470. Além de tudo que já foi dito em resoluções anteriores do Partido a respeito, agora vemos a perseguição e a negação de direitos a condenados, com o objetivo de acuar o próprio PT. Enfrentar esta situação exige, para além de medidas imediatas, um persistente trabalho de desconstrução da opinião pública acerca deste julgamento, que foi “80% político” e injusto. A campanha eleitoral dos adversários deverá abordar este assunto, o que o tornará ainda mais incontornável.
O Partido dos Trabalhadores jamais
condenará os corruptos que utilizaram o poder político, e do governo,
para comprar apoio dos parlamentares e, assim, conseguir aprovação de
seus projetos. Outros partidos expulsam políticos corruptos assim que as
denuncias são comprovadas, já o PT transforma os seus em mártires. O
punho cerrado é o símbolo da luta contra as elites.
Interessante que deixam claro que tentarão desconstruir a imagem do mensalão perante a população. Será que vão conseguir?
- A Tática
O avanço do nosso projeto está vinculado à capacidade que tivermos de apresentar um programa de mudanças a partir das conquistas realizadas desde o governo Lula, mantidas e aprofundadas por Dilma, vinculando-os aos valores da liberdade, da igualdade, da soberania nacional, da sustentabilidade ambiental e de um mundo de paz e desenvolvimento para todos os povos.
Vieram para salvar o mundo.
- Aprofundar as mudanças
O fato é que, após mais de uma década de melhorias sociais relevantes, a população reivindica reformas, todas contidas em nosso programa, como é o caso exemplar da reforma política, a democratização da comunicação, a reforma agrária, a reforma urbana e a reforma tributária.
Não tem como não pensar nos absurdos que o PT tem pensado para implementar suas ideias sobre os temas destacados acima.
Tentarão começar um processo de reforma
política que deixará a população de fora de todas as discussões
essenciais, dando espaço para as ONGs, os movimentos sociais de esquerda
e os interesses das fundações internacionais. Mas, claro, utilizarão o
bordão “o tema foi discutido pela sociedade”, nada mais do que uma
mentira, já que o tema só será discutido em reuniões da militância.
Farão de tudo para controlar a mídia e
acabar com a liberdade de imprensa no Brasil. Mais uma vez utilizam o
termo “democratização”, novamente com um significado socialista: o
controle pelo Estado (no caso, o Partido). Para eles, existe democracia
midiática em Cuba.
Continuarão fortalecendo o MST, validando seus crimes, atacando a propriedade privada e lutando contra o setor produtivo.
O mesmo ocorrerá nas cidades, com o apoio aos grupos sem-teto. Relativização da propriedade privada nos grandes centros.
A reforma tributária abre precedente
para qualquer coisa, até mesmo um grande aumento no IR e nos impostos no
setor produtivo, dificultando o surgimento de novas empresas e
blindando o grupo escolhido pelo governo. Ou novos impostos sobre a
cerveja.
E continuam:
Como já foi dito, ao apoio à continuidade do nosso projeto pela maioria da população soma-se um manifesto desejo de mudança. É continuidade com mudança ou mudança com continuidade – com o PT, não sem o PT ou contra o PT. Mudança nas condições de vida, especialmente um salto de qualidade nos serviços públicos. E mudança na organização e no funcionamento das instituições políticas, de modo a ampliar a participação popular, o controle social e os mecanismos de democracia direta, ao mesmo tempo que restringimos a influência do poder econômico.
Reforçam a necessidade da mudança da
estrutura democrática. Citam a “participação popular”, o que entende-se
como “participação da militância”. O “controle social” nada mais é do
que a censura com a desculpa de estar defendendo o povo. Os “mecanismos
de democracia direta” significam plebiscitos e referendos, que foi a
estratégia usada pelo Chávez; aqui no Brasil não tentaram isso após a
derrota no referendo sobre o desarmamento.
- O desafio eleitoral
As eleições de 2014 são, também, um momento decisivo para travar o
debate de idéias e conquistar hegemonia em torno do nosso projeto de sociedade. Nesse sentido, a proposta feita pela presidenta Dilma ao
Congresso Nacional, de um plebiscito para convocar uma Constituinte Exclusiva pela Reforma Política, proposta encampada pelo PT, movimentos sociais, centrais sindicais, partidos políticos, organizações da sociedade,
deve fazer parte destacada da ação eleitoral da militância e de nossas
candidaturas. A luta pela reforma política deve estar no centro de nossa
tática eleitoral e dos programas de governo nacional e estaduais.
Não é necessário comentar sobre isso.
(…) Cabe ao partido estimular novas candidaturas, projetando assim novos quadros públicos, especialmente mulheres, jovens e representantes de segmentos etno-raciais.
A estratégia de dividir para conquistar está dando certo, com certeza teremos mais.
Agora a cereja no bolo:
Por fim, reafirmamos que para nós do Partido dos Trabalhadores as eleições não são um fim em si mesmo. Nosso grande objetivo é, através das vitórias que obtemos nos espaços institucionais, democratizar o Estado, inverter prioridades e estabelecer uma contra-hegemonia ao capitalismo, capaz de construir um projeto de socialismo radicalmente democrático para o Brasil.
Primeiro eles querem democratizar o
Estado. Depois querem implementar um “SOCIALISMO RADICALMENTE
DEMOCRÁTICO”. É impressionante como tratam as palavras, como são mestres
em usar esse linguajar dúbio, mentiroso. São defensores de ditaduras
socialistas, tem políticos corruptos como heróis, agem como se isso
fosse moral e atacam quem demonstra seus reais valores.
Utilizam a democracia como um meio de
aumentar o poder político do partido para ter um controle absoluto das
instituições. Posam como defensores da democracia, mas agem para
subverter as bases do Estado de Direito. Engana-se quem ataca o PT como
um partido comum, como um partido que quer implementar ideias dentro do
campo democrático.
- Moções e resoluções especiais
Nessa parte o PT começa atacando a
imprensa. Fazem o discurso mentiroso de que defendem a liberdade de
opinião para, logo depois, mostrar que querem o controle estatal da
mídia. Não escondem, apenas disfarçam.
Depois tem a seção “Ampliar o número de parlamentares mulheres”:
O Partido dos Trabalhadores defende os direitos das mulheres. A primeira presidenta da República é do PT. Somos o primeiro partido brasileiro a aprovar a paridade de gênero em seus organismos dirigentes. Defendemos uma reforma política, que introduza o voto em lista partidária, para garantir a paridade também no processo eleitoral.
Com estes objetivos, o Partido dos Trabalhadores tem participado ativamente da campanha do plebiscito popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, em defesa do financiamento público de campanha, do fortalecimento dos partidos, da ampliação dos instrumentos de democracia direta, participação popular e a representação dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e das negras, da juventude.
Fortalecimento dos partidos: definição muito ampla, mas pode estar relacionada com mais cláusulas de barreira.
Ampliação dos instrumentos de democracia direta: estratégia chavista.
Participação popular: ONGs e movimentos de esquerda.
Representação dos trabalhadores: sindicatos.
Mulheres, dos negros e das negras,
da juventude: cotas, já que se a lista for fechada o Estado pode obrigar
os partidos a colocarem X% de cada “grupo”.
Próximo tópico:
Em defesa da Petrobras
Cabe desencadear uma campanha popular em defesa da Petrobras, numa agenda de mobilização com a participação da FUP e de outras entidades, visando desmascarar o interesse de grandes petrolíferas, aliadas à oposição, de voltar ao superado sistema de concessão.
Jamais admitirão os absurdos que ocorrem na gestão da Petrobras.
Em outra seção eles voltam ao tema da Reforma Política e deixam claro o que querem:
Apoio ao Plebiscito Popular
Se quisermos que o Brasil continue mudando, o fortalecimento e o aprofundamento da democracia devem ocorrer em um ritmo mais acelerado. Por isso, o PT defende a convocação de uma Constituinte exclusiva para realizar a reforma política. Com este propósito, o PT apoia e participa da iniciativa de movimentos sociais, centrais sindicais e demais organizações de realizar, entre os dias 1 e 7 de setembro de 2014, um Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.
Algo que deve ser acompanhado de perto. O “socialismo radicalmente democrático” estará nessa reforma.
Ao mesmo tempo, o PT intensificará a coleta de assinaturas para o nosso projeto de iniciativa popular, que pretende instituir o financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais, o voto em lista preordenada para os parlamentos, o aumento compulsório da participação feminina nas candidaturas e a convocação da Assembleia Constituinte exclusiva sobre Reforma Política.
Como eu disse anteriormente: lista
fechada e o estabelecimento de cotas. É para sepultar a
representatividade do congresso brasileiro.
É através do debate público e da mobilização social que tornaremos realidade a reforma política e a Constituinte.
As palavras destacadas significam: reunião das ONGs e ativismo militante de esquerda.
Aí está a estratégia eleitoral do
Partido dos Trabalhadores para 2014. Leiam o documento inteiro, é
pequeno. Nada mais do que palavras bonitas para disfarças as reais
intenções socialistas. Nada mais do que o partido que usará todos os
meios possíveis para subverter a democracia brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário