sexta-feira, 30 de maio de 2014

Crescimento econômico Primeiro trimestre confirma que Brasil caminha para mais um Pibinho


Resultado de 0,2% nos três primeiros meses do ano demonstra perda de ritmo da atividade econômica e continuidade da expansão tímida no segundo trimestre

Atividade agrícola às margens da BR163, região de Bandeirantes (MS)
Atividade agrícola às margens da BR163, região de Bandeirantes (MS) 

A economia brasileira cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2014, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. 

No quarto trimestre do ano passado, a expansão havia sido de 0,7%. Na comparação com o mesmo período de 2013, quando houve expansão de 0,6%, o Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 1,9%. 

O número veio em linha com as expectativas de mercado, que apontavam para alta tímida entre 0,1% e 0,4%. A soma de toda a riqueza produzida pela economia do país no período foi de 1,2 trilhão de reais. Desse total, o setor de serviços respondeu por 716,2 bilhões de reais, seguido por indústria (241 bilhões de reais) e agropecuária (61,7 bilhões). O IBC-Br, indicador prévio do PIB, medido também pelo BC, havia apontado expansão de 0,3% de janeiro a março.


No período acumulado em doze meses, o PIB cresceu 2,5%, com desempenho positivo tanto em agropecuária (4,8%), indústria (2,1%) e serviços (2,2%).


O PIB é analisado pelos economistas sob duas óticas distintas: a da oferta, representada pelo setor produtivo (agropecuária, indústria e serviços) e a da demanda, representada por investimentos, consumo das famílias, gastos do governo e balança comercial (exportações menos importações). 


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Oferta - O fraco desempenho do PIB ocorre em meio à dificuldade da indústria de voltar a crescer -- o setor é visto como o principal entrave a uma expansão mais robusta da economia. A indústria registrou queda de -0,8% de janeiro a março.


Demanda - O setor de serviços contribuiu positivamente para o PIB do trimestre, com expansão de 0,4%. Com a inflação próxima ao teto da meta - 6,5% ao ano -, a renda das famílias acaba sendo afetada, prejudicando o comércio. O crescimento de 4,5% no volume de vendas neste início de ano é o mesmo da expansão em doze meses.


Por fim, o PIB da agropecuária foi o que mais cresceu em termos porcentuais, com expansão de 3,6% no período. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB agrícola avançou 2,8%.


Após crescer nos quatro trimestres de 2013, a Formação Bruta de Capital Fixo, que mede os investimentos no país, recuou 2,1% no primeiro trimestre do ano, devido, principalmente, à queda das importações de bens de capital e ao recuo da construção e da produção interna de bens de capital.


A taxa de investimento no primeiro trimestre foi de 17,7% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (18,2%). A taxa de poupança foi de 12,7% no primeiro trimestre de 2014 (ante 13,7% no mesmo período de 2013).


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Exportações - As exportações brasileiras subiram 2,8% no primeiro trimestre de 2014 em relação ao trimestre anterior, enquanto as importações avançaram 1,4%. Segundo o IBGE, os destaques das vendas ao exterior foram: máquinas e tratores; refino de petróleo e petroquímicos; petróleo e carvão e produtos agropecuários. Nas importações, material eletrônico; metalurgia; siderurgia, peças e outros veículos e produtos químicos se destacaram.


A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.

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