quarta-feira, 21 de maio de 2014

Defesa do doleiro Youssef quer forçar depoimentos na Lava Jato de figurões da Petrobras e empreiteiros






Sem querer querendo, a tática de defesa do doleiro Alberto Yousseff pode criar um problema institucional de dimensão tão grave que pode provocar a queda do cérebro financeiro da Petrobras. Caso seja atendido o pedido para a “produção de provas testemunhais” nos negócios que envolvem a estatal, o doleiro e o ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa, a grande vítima pode ser quem pagava as contas: o diretor financeiro Almir Guilherme Barbassa.

O dirigente, que já é alvo de vários processos sancionadores na Comissão de Valores Mobiliários, é o poderoso sujeito que cuida da rolagem diária da dívida bilionária da Petrobras. Mexer com Barbassa significa afetar sua relação com os maiores banqueiros – que cuidam de sua blindagem. Nem Dilma Rousseff, que quis e não conseguiu substituí-lo quando Graça Foster assumiu a Presidência da Petrobras, tem cacife para brincar com Barbassa. Mas investidores da Petrobras querem a cabeça dele...

Yousseff é um personagem que apavora meio mundo pela capacidade de delação premiada demonstrada no velho escândalo do Banestado. Por isso, sua defesa partiu para um ataque de alto risco ao pedir à Justiça que deponham no caso o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o ex-diretor da área internacional e ex-diretor da BR Distribuidora, Nestor Cerveró, além do diretor de serviços, Renato Duque. Se eles forem depor, sobrará também para Paulo Roberto Costa, que é réu, e para Almir Barbassa, que é o diretor financeiro.

Com sua tática de defesa, que mais parece uma desesperada estratégia suicida, Youssef arranja inimigos ainda mais poderosos do que já coleciona. Além dos dirigentes da Petrobras, os advogados do doleiro querem os depoimentos judiciais dos responsáveis pelo consórcio da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O caso mexe com as poderosas empreiteiras Galvão Engenharia, OAS Engenharia e Coesa Engenharia. Como Paulo Roberto Costa também está no meio das operações investigadas da Rnest, o rolo tende a sobrar para o lado da Odebrecht. Paulo Costa foi conselheiro da Brasken – braço petroquímico da maior transnacional privada do Brasil, em parceria com a Petrobras.

Yousseff ficou na pior – permanecendo na cadeia – com o recuo forçado do ministro Teori Zavascki – que queimou a imagem do Supremo Tribunal Federal ao mandar soltar Paulo Roberto Costa, que foi preso em flagrante pela Polícia Federal por tentativa de destruição de documentos que poderiam incriminá-lo. O grande temor de familiares do doleiro é que algo aconteça com ele. Por isso, já se espalha a lenda de que existem dossiês capazes de comprometer meio mundo de poderosos, caso algo de mal aconteça a Yousseff.

Além da perigosa jogada de forçar depoimentos constrangedores de dirigentes da Petrobras e de grandes empreiteiras, a defesa de Youssef tenta outra mágica jurídica – na qual pode até ser bem sucedida. Advogados do doleiro já pediram a anulação de todas as provas obtidas por meio de mensagens e escutas telefônicas sem um fato claro que justificasse a investigação. O STF costuma tornar tais provas ilícitas, mesmo quando autorizadas judicialmente, o que diminui o peso das provas de culpa.

A defesa de Youssef comete outra mancada na clara tentativa de protelação judicial. Contestar a abertura de vários processos – medida acertada que o Ministério Público Federal resolveu adotar para investigar, cuidadosamente, cada caso criminal – é inútil. Dificilmente, deve ser aceito o pedido de unificação de todos os processos feitos pela 13ª Vara Federal, cujo titular é o juiz Sérgio Moro. O plenário do STF, em breve, será obrigado a analisar tal abacaxi.

A grande jogada de todos os advogados dos réus na Lava Jato é ganhar tempo... Deixar o caso esfriar com a Copa do Mundo... O problema é que o explosivo tema interessa à oposição na eleição... Mas, como envolve grandes financiadores de campanhas de ambos os lados, é alto o risco de que o rodo passado na Operação Lava Jato seja ainda maior que o iniciado, domingo, pelo ministro Teori Zavascki.

No Brasil sob governança do crime organizado, quando a cumplicidade é generalizada, a impunidade tende a ser ampla, geral e irrestrita, com punições seletivas apenas para peixes pequenos.

Perguntar ofende?


Até que ponto o STF, um tribunal eminentemente constitucional, mas que demora dezenas de anos para questões que deveriam ser seu foco, pode e deve se intrometer em ações criminais, antes mesmo dos julgamentos em primeira instância, só porque os casos envolvem parlamentares ou figuras “poderosas”?

Essa é a importante pergunta que precisa ser clara e urgentemente respondida pelos integrantes do judiciário brasileiro.

A Polícia Federal trabalha, a Receita Federal se empenha, o Ministério Público se esforça, os juízes ficam sobrecarregados com montanhas de processos e, no final das contas, só vai preso quem rouba um sabonete em um supermercado...

Os grandes ladrões do dinheiro público, mesmo quando vão presos, ganham mordomias e ficam o menor tempo possível na cadeia, para usufruir dos milhões roubados descaradamente...

Youssifu

Não Fuja, Paulinho...


Tio Lula



Aparições Jeguianas


Jeguemania







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