Sem querer
querendo, a tática de defesa do doleiro Alberto Yousseff pode criar um problema
institucional de dimensão tão grave que pode provocar a queda do cérebro
financeiro da Petrobras. Caso seja atendido o pedido para a “produção de provas
testemunhais” nos negócios que envolvem a estatal, o doleiro e o ex-diretor de
abastecimento Paulo Roberto Costa, a grande vítima pode ser quem pagava as
contas: o diretor financeiro Almir Guilherme Barbassa.
O dirigente, que já
é alvo de vários processos sancionadores na Comissão de Valores Mobiliários, é
o poderoso sujeito que cuida da rolagem diária da dívida bilionária da
Petrobras. Mexer com Barbassa significa afetar sua relação com os maiores
banqueiros – que cuidam de sua blindagem. Nem Dilma Rousseff, que quis e não
conseguiu substituí-lo quando Graça Foster assumiu a Presidência da Petrobras,
tem cacife para brincar com Barbassa. Mas investidores da Petrobras querem a
cabeça dele...
Yousseff é um personagem
que apavora meio mundo pela capacidade de delação premiada demonstrada no velho
escândalo do Banestado. Por isso, sua defesa partiu para um ataque de alto
risco ao pedir à Justiça que deponham no caso o ex-presidente da Petrobras,
José Sérgio Gabrielli, o ex-diretor da área internacional e ex-diretor da BR
Distribuidora, Nestor Cerveró, além do diretor de serviços, Renato Duque. Se
eles forem depor, sobrará também para Paulo Roberto Costa, que é réu, e para
Almir Barbassa, que é o diretor financeiro.
Com sua tática de
defesa, que mais parece uma desesperada estratégia suicida, Youssef arranja
inimigos ainda mais poderosos do que já coleciona. Além dos dirigentes da
Petrobras, os advogados do doleiro querem os depoimentos judiciais dos
responsáveis pelo consórcio da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O
caso mexe com as poderosas empreiteiras Galvão Engenharia, OAS Engenharia e
Coesa Engenharia. Como Paulo Roberto Costa também está no meio das operações
investigadas da Rnest, o rolo tende a sobrar para o lado da Odebrecht. Paulo
Costa foi conselheiro da Brasken – braço petroquímico da maior transnacional
privada do Brasil, em parceria com a Petrobras.
Yousseff ficou na
pior – permanecendo na cadeia – com o recuo forçado do ministro Teori Zavascki –
que queimou a imagem do Supremo Tribunal Federal ao mandar soltar Paulo Roberto
Costa, que foi preso em flagrante pela Polícia Federal por tentativa de
destruição de documentos que poderiam incriminá-lo. O grande temor de
familiares do doleiro é que algo aconteça com ele. Por isso, já se espalha a
lenda de que existem dossiês capazes de comprometer meio mundo de poderosos,
caso algo de mal aconteça a Yousseff.
Além da perigosa
jogada de forçar depoimentos constrangedores de dirigentes da Petrobras e de
grandes empreiteiras, a defesa de Youssef tenta outra mágica jurídica – na qual
pode até ser bem sucedida. Advogados do doleiro já pediram a anulação de todas
as provas obtidas por meio de mensagens e escutas telefônicas sem um fato claro
que justificasse a investigação. O STF costuma tornar tais provas ilícitas,
mesmo quando autorizadas judicialmente, o que diminui o peso das provas de
culpa.
A defesa de Youssef
comete outra mancada na clara tentativa de protelação judicial. Contestar a
abertura de vários processos – medida acertada que o Ministério Público Federal
resolveu adotar para investigar, cuidadosamente, cada caso criminal – é inútil.
Dificilmente, deve ser aceito o pedido de unificação de todos os processos
feitos pela 13ª Vara Federal, cujo titular é o juiz Sérgio Moro. O plenário do
STF, em breve, será obrigado a analisar tal abacaxi.
A grande jogada de
todos os advogados dos réus na Lava Jato é ganhar tempo... Deixar o caso
esfriar com a Copa do Mundo... O problema é que o explosivo tema interessa à
oposição na eleição... Mas, como envolve grandes financiadores de campanhas de
ambos os lados, é alto o risco de que o rodo passado na Operação Lava Jato seja
ainda maior que o iniciado, domingo, pelo ministro Teori Zavascki.
No Brasil sob
governança do crime organizado, quando a cumplicidade é generalizada, a impunidade
tende a ser ampla, geral e irrestrita, com punições seletivas apenas para
peixes pequenos.
Perguntar ofende?
Até que ponto o
STF, um tribunal eminentemente constitucional, mas que demora dezenas de anos
para questões que deveriam ser seu foco, pode e deve se intrometer em ações
criminais, antes mesmo dos julgamentos em primeira instância, só porque os
casos envolvem parlamentares ou figuras “poderosas”?
Essa é a importante
pergunta que precisa ser clara e urgentemente respondida pelos integrantes do
judiciário brasileiro.
A Polícia Federal
trabalha, a Receita Federal se empenha, o Ministério Público se esforça, os
juízes ficam sobrecarregados com montanhas de processos e, no final das contas,
só vai preso quem rouba um sabonete em um supermercado...
Os grandes ladrões
do dinheiro público, mesmo quando vão presos, ganham mordomias e ficam o menor
tempo possível na cadeia, para usufruir dos milhões roubados descaradamente...
Youssifu
Não Fuja,
Paulinho...
Tio Lula
Aparições Jeguianas
Jeguemania
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