Mais
um dia de caos na cidade de São Paulo em razão da greve de uma parte
dos motoristas e cobradores de ônibus. Sim, leitores, parte da
responsabilidade deve ser atribuída a um grupo dissidente do sindicato
que representa a categoria. Mas essa é só a causa imediata, superficial.
Existe o contexto em que se dá essa manifestação, existe o que gente
chama de caldo de cultura, existe o meio em que vicejam, em que se
desenvolvem e em que prosperam os micro-organismos da desordem.
E aí nós
vamos ter de chegar ao Palácio do Planalto, onde despacha a
excelentíssima senhora presidente da República. Em fevereiro, o MST
promoveu uma pancadaria na Praça dos Três Poderes e ameaçou invadir o
Supremo. Sabem quem financiava a presença do movimento na capital
federal? O BNDES e a Caixa Econômica Federal. No dia seguinte, eles
foram recebidos por Dilma, que também resolveu bater um papinho em São
Paulo com os depredadores contumazes da ordem do MTST, o Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto.
No Brasil
do PT — sim, do PT! — é assim: quem promove a desordem, quem quebra,
quem bate, quem paralisa a cidade, quem, em suma, manda a lei às favas é
recebido pelas autoridades e tem patrocínio de estatais. Agora os
grupos de pressão se perguntam: “Como fazemos para ser ouvidos?” E logo
concluem: “Ah, vamos fazer uma baderna”. E aí são ouvidos.
Enquanto
os paulistanos, ontem, eram massacrados pela incompetência e pela
violência, o prefeito Fernando Haddad estava num programa de televisão,
ao vivo, fazendo sabem o quê? Exaltando as maravilhas de sua
administração e falando mal do PSDB e do governo do Estado. Em
entrevista a um jornal, Jilmar Tatto, secretário dos Transportes,
preferiu acusar a PM, que, segundo ele, não estaria agindo com a devida
dureza. A Secretaria de Segurança Pública o contestou duramente (leiam
post a respeito).
Eis o PT,
sempre transferindo responsabilidades e buscando atribuir aos outros as
culpas que são suas. Há coisa de uma semana, Gilberto Carvalho, o
ministro encarregado de fazer o tal diálogo com os movimentos sociais,
afirmou que o país não precisava de uma lei para punir atos criminosos
como os desses sindicalistas. Ainda agora, segundo ele, é preciso
dialogar. Entenderam? O PT quer que a Polícia Militar desça o porrete
nesses baderneiros, nesses vândalos, nesses criminosos, para que os
petistas possam, depois, afagá-los, recebê-los para um papinho e, de
quebra, atacar a… PM! Ou não é assim que eles funcionam?
A verdade é
que Dilma nunca falou duro com os baderneiros, com os vândalos, com
aqueles que escolhem o caminho da ação criminosa. Nos seus sucessivos
pronunciamentos, inclusive fora do Brasil, trata-os como defensores da
democracia. E depois a bomba tem de estourar nas costas das Polícias
Militares nos vários estados.
De resto, o
PT está experimentando um pouco do remédio, ou do veneno, que ele
sempre ministrou. Como o partido tem o controle de mais da metade do
movimento sindical brasileiro, sempre usou a greve e a baderna para
desestabilizar seus adversários. Em 2010, em plena campanha eleitoral, a
presidente da Apeoesp liderou uma paralisação em São Paulo, prometeu
quebrar a espinha de José Serra e se encontrou, à noite, com Dilma
Rousseff, que era, então, candidata à Presidência.
Está já em
curso um sindicalismo que consegue ser ainda mais nefasto, porque mais
radical. Sim, meus caros, existem leis para enquadrar os desordeiros e
lhes dar as devidas penas pelo mal que causam, mas não são aplicadas.
O governo
Dilma e os petistas decidiram dialogar com o casos e tentar usá-lo a seu
favor. Estão agora colhendo os frutos. A única coisa que eu lamento é
que os prejudicados sejam exatamente os mais pobres e os que mais
dependem do serviço público. O PT colhe o fruto podre do incentivo á
desordem instsitucional.
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